ARLA/CLUSTER: Radioastronomia - Pulsares: Ouça o som das estrelas de nêutrons girando

João Costa > CT1FBF ct1fbf gmail.com
Sexta-Feira, 14 de Fevereiro de 2014 - 17:30:32 WET


O Que São Pulsares?

Os pulsares são pequenas estrelas densas, conhecidas como estrelas de
nêutrons, com um diâmetro de somente 10 a 20 km . Podemos detectar
explosões periódicas regulares de radiação eletromagnética emitida por
essas estrelas durante sua rotação. Algumas delas giram muito rápido - até
1000 revoluções por segundo!

O primeiro pulsar foi descoberto acidentalmente em 1967 por Jocelyn Bell e
Antony Hewish. Eles estavam estudando fontes conhecidas de emissões de
rádio com um grande radiotelescópio na Universidade de Cambridge quando
detectaram explosões periódicas de ruído de rádio, aparentemente se
originando de uma dessas fontes. No início, a regularidade dos pulsos levou
os cientistas a especularem que poderiam ser sinais de vida extraterrestre;
porém, como foram descobertas mais fontes similares, uma explicação para
esse comportamento ficou mais clara.

Quando alguns tipos especiais de estrelas explodem, deixam em seu lugar um
núcleo muito denso e altamente energético que gira muito rapidamente sobre
o próprio eixo. A cada volta, espalham no Universo poderosos feixes
eletromagnéticos que são registrados aqui na Terra como uma verdadeira
percussão estelar.

http://www.youtube.com/embed/uHEVo-LkDrQ

Conhecidos como pulsares, esses objetos são criados quando estrelas com
massa superior a oito vezes a do Sol esgotam sua energia nuclear e
explodem. Esse evento é chamado de supernova, uma explosão tão brilhante
que mesmo ocorrendo a centenas de anos-luz de distância pode ser vista da
Terra até mesmo durante o dia.

Ao mesmo tempo em que as camadas externas da estrela são lançadas ao
espaço, o núcleo da estrela continua desmoronando já que fusão nuclear que
mantinha o equilíbrio de forças não existe mais. A gravidade criada durante
esse colapso é tão intensa que os prótons e elétrons se comprimem formando
nêutrons e o outrora gigantesco núcleo é reduzido a menos de 10 quilômetros
de diâmetro.

Para que o leitor possa ter uma ideia da densidade desse núcleo, uma
simples caixa desse material pode pesar mais que todo o Sistema Solar
junto.

Durante o colapso, o movimento da matéria em direção ao centro faz o objeto
girar e quanto mais matéria, mais rápida é a rotação. Esse processo faz os
prótons e elétrons ligados à superfície serem arremessados para fora,
fluindo através das linhas do campo magnético em direção aos polos norte e
sul.

Com o desalinhamento entre o eixo magnético e o de rotação, a estrela de
nêutrons emite uma enorme quantidade de radiação pelos polos, que é lançada
em diversas direções no Universo. Assim nasce um pulsar.


*Ouvindo Pulsares*Como explicado, um pulsar gira rapidamente. Um típico
objeto desse tipo, PSR B0329+54, revoluciona a 1.4 rotações por segundo. Já
o pulsar Vela, PSR B0833-45, completa 11 voltas em apenas 1 segundo.

Da mesma forma que um farol de navegação, durante a rotação o feixe
eletromagnético de um pulsar também atinge a Terra e pode ser detectado por
radiotelescópios, onde cada rotação é registrada como um pulso.

Ouça o som de diferentes pulsares.

Pulsar PSR J0437-4715: 174 rps (rotações por
segundo)<http://www.jb.man.ac.uk/pulsar/Education/Sounds/B0329.au>
Pulsar Vela: 11 rps<http://www.jb.man.ac.uk/pulsar/Education/Sounds/vela.au>
Pulsar Caranguejo: 30 rps
<http://www.jb.man.ac.uk/pulsar/Education/Sounds/crab.au>
PSR B1937+21: 642 rps
<http://www.jb.man.ac.uk/pulsar/Education/Sounds/B1937.au>


Vídeo: Som e imagem do pulsar Vela, como registrado pelo telescópio do
Centro de Astrofísica Jodrell Bank, na Inglaterra. Esse pulsar é o que
restou de uma estrela supermassiva que explodiu há 10 mil anos. O som
revela um núcleo em rotação, com período de 89 milissegundos ou 11
rpm. Crédito:
Jodrell Bank Centre for Astrophysics, Apolo11.com

Fontes: *PlanetSEED e Apollo11.com*
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