ARLA/CLUSTER: Nova imagem de alta resolução do cometa ISON

João Costa > CT1FBF ct1fbf gmail.com
Segunda-Feira, 18 de Novembro de 2013 - 17:31:47 WET


[image: Nova imagem do cometa ISON]

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<http://www.eso.org/public/archives/images/screen/potw1346a.jpg>

Esta nova imagem do cometa C/2012 S1 (ISON) foi obtida com o telescópio
nacional belga TRAPPIST<http://www.eso.org/public/teles-instr/lasilla/trappist/>,
instalado no Observatório de La Silla do ESO na manhã de sexta-feira, dia
15 de novembro de 2013. O cometa ISON foi inicialmente descoberto no céu em
setembro de 2012 e fará a sua maior aproximação ao Sol em finais de
novembro de 2013.

O telescópio TRAPPIST tem vindo a monitorizar o cometa ISON desde meados de
outubro, com o auxílio de filtros de banda larga, usados nesta imagem. Têm
também sido utilizados filtros especiais de banda estreita que isolam a
emissão de vários gases, permitindo aos astrónomos saber a quantidade de
moléculas de cada tipo de gás libertadas pelo cometa.

O cometa ISON manteve-se relativamente calmo até 1 de novembro de 2013,
altura em que uma primeira libertação de matéria duplicou a quantidade de
gás emitida pelo cometa. No dia 13 de novembro, mesmo antes desta imagem
ter sido obtida, deu-se uma segunda libertação intensa de gás, aumentando a
atividade do cometa de um factor dez. O cometa é agora suficientemente
brilhante para poder ser visto com um bom par de binóculos a partir de um
sítio escuro no céu da madrugada em direção a este. Durante as últimas duas
noites, o cometa estabilizou neste novo nível de atividade.

Estas libertações de matéria foram causadas pelo intenso calor do Sol que,
à medida que o cometa se aproxima, atinge o gelo no núcleo minúsculo do
cometa,  fazendo com que este
sublime<http://en.wikipedia.org/wiki/Sublimation_(phase_transition)>e
que sejam lançadas para o espaço enormes quantidades de poeira e gás.
Na
altura em que o ISON fizer a sua maior aproximação ao Sol a 28 de novembro
(chegando a uns meros 1,2 milhões de quilómetros da sua superfície - apenas
um pouco menos do diâmetro do Sol!), o intenso calor fará com que ainda
mais gás vá sublimar. No entanto, este processo poderá, igualmente, dar
origem à fragmentação do núcleo em muitos pedaços, que já estariam
completamente evaporados na altura em que o cometa se afastasse do intenso
calor solar. Se o ISON sobreviver à sua passagem perto do Sol, poderá então
tornar-se espectacularmente brilhante no céu matinal.

Esta é uma imagem composta por quatros exposições diferentes de 30 segundos
cada uma, obtidas através dos filtros azul, verde, vermelho e infravermelho
próximo. À medida que o cometa se desloca em frente às estrelas de fundo,
estas estrelas aparecem-nos como múltiplos pontos coloridos.

O telescópio TRAPPIST  (TRAnsiting Planets and Planetesimals Small
Telescope - telescópio pequeno para planetas em trânsito e planetesimais)
dedica-se ao estudo dos sistemas planetários de dois modos: detecção e
caracterização de planetas situados fora do Sistema Solar (exoplanetas) e
estudo de cometas que orbitam em torno do Sol. Trata-se de um telescópio
nacional belga de 60 cm, que está a ser operado a partir de uma sala de
controlo em Liège, Bélgica, a 12 000 km de distância.

Fonte: ESO - the European Southern Observatory
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