ARLA/CLUSTER: Dados inéditos obtidos da explosão aérea do meteoróide sobre a cidade russa de Chelyabinsk no dia 15 de Fevereiro de 2013
João Costa > CT1FBF
ct1fbf gmail.com
Terça-Feira, 12 de Novembro de 2013 - 18:10:53 WET
*NASA E INVESTIGADORES INTERNACIONAIS OBTÊM DADOS CRUCIAIS A PARTIR DE
IMPACTO DE METEORÓIDE*
<http://www.nasa.gov/sites/default/files/pia16828_0.jpg?itok=GTw1LlxG>
Esta
fotografia da nuvem do meteoro que explodiu por cima dos céus de
Chelyabinsk, no dia 15 de Fevereiro de 2013, foi obtida por um cidadão
local, M. Ahmetvaleev. O pequeno asteróide media entre 17 e 20 metros de
diâmetro.
Crédito: M. Ahmetvaleev
(clique na imagem para ver versão maior)
Uma equipa de cientistas internacionais e da NASA reuniu pela primeira vez
uma compreensão detalhada dos efeitos na Terra de um pequeno impacto de
asteróide.
Os dados inéditos obtidos como resultado da explosão aérea de um meteoróide
sobre a cidade russa de Chelyabinsk no dia 15 de Fevereiro de 2013,
revolucionou a compreensão dos cientistas acerca deste fenómeno natural.
O evento de Chelyabinsk foi bem observado por câmaras de cidadãos e por
outras fontes. Isto proporcionou uma oportunidade única para os
pesquisadores calibrarem o evento, com implicações para o estudo de
objectos próximos da Terra (em inglês, near-Earth objects ou NEOs) e para o
desenvolvimento de estratégias de mitigação de risco para a defesa
planetária. Cientistas de nove paÃses estabeleceram agora um novo marco
para a modelagem de impactos futuros de asteróides.
"O nosso objectivo foi compreender todas as circunstâncias que resultaram
na onda de choque," afirma o especialista em meteoros Peter Jenniskens,
co-autor principal de um estudo publicado na revista Science. Jenniskens,
astrónomo do Centro de Pesquisa Ames da NASA e do Instituto SETI,
participou num estudo de campo liderado por Olga Popova do Instituto para
Dinâmica de Geosferas da Academia Russa de Ciências em Moscovo nas semanas
que se seguiram após o evento.
"Foi importante para nós termos seguido os relatos em primeira mão de
muitos cidadãos, que registaram vÃdeos incrÃveis, enquanto a experiência
ainda estava fresca nas suas mentes," afirma Popova.
Ao calibrar as imagens de vÃdeo utilizando a posição das estrelas no céu
nocturno, Jenniskens e Popova calcularam a velocidade de impacto do meteoro
em 19 quilómetros por segundo. À medida que o meteoro penetrava na
atmosfera, fragmentou-se de forma eficiente em pedaços a 30 km por cima da
superfÃcie da Terra. Nesse ponto, a luz do meteoro parecia mais brilhante
que o Sol, até mesmo para pessoas a 100 km de distância.
Devido ao calor extremo, muitos dos fragmentos dos detritos vaporizaram-se
antes de cairem para fora da brilhante nuvem laranja de detritos. Os
cientistas acreditam que entre 4.000 e 6.000 kg de meteoritos caÃram no
chão. Isto inclui um fragmento com aproximadamente 650 kg recuperado das
profundezas do Lago Chebarkul no passado dia 16 de Outubro, por
mergulhadores profissionais guiados por investigadores da Universidade
Federal dos Urais.
<http://cdn.physorg.com/newman/gfx/news/hires/2013/4terghxfg.jpg> Massa
principal da queda do meteoro de Chelyabinsk, no Museu Estatal de História
Local de Chelyabinsk.
Crédito: Andrey Yarantsev; Science/AAAS
(clique na imagem para ver versão maior)
Os cientistas da NASA que participavam no consórcio de 59 membros suspeitam
que a abundância de fracturas de choque na rocha contribuÃram para a sua
fragmentação na atmosfera superior. Os meteoritos disponibilizados pelos
pesquisadores da Universidade Estatal de Chelyabinsk foram analisados para
aprender mais sobre a origem das veias de choque e suas propriedades
fÃsicas.
"Um destes meteoritos quebrou-se ao longo de uma destas veias quando
pressionado durante a nossa análise," afirma Derek Sears, meteorólogo em
Ames.
Mike Zonlensky, cosmoquÃmico do Centro Espacial Johnson da NASA em Houston,
EUA, pode ter descoberto o porquê destas veias de choque (ou fracturas de
choque) serem tão frágeis. Continham camadas de pequenos grãos de ferro
apenas dentro do veio, que precipitou do material vÃtreo quando arrefeceu.
"Existem casos onde o material derretido do impacto aumenta a resistência
mecânica do meteorito, mas o de Chelyabinsk foi enfraquecido," afirma
Zolensky.
O impacto que criou as veias de choque pode ter ocorrido há 4,4 mil milhões
de anos. Isto deverá ter sido cerca de 115 milhões de anos após a formação
do Sistema Solar, de acordo com a equipa de pesquisa, que descobriu que os
meteoritos já tinham passado por um significativo evento de impacto nessa
altura.
"Os eventos de há muito tempo atrás afectaram o modo como o meteoróide de
Chelyabinsk se quebrou na atmosfera, influenciando a onda de choque
prejudicial," afirma Jenniskens.
A pesquisa está ainda a decorrer de modo a melhor compreender a origem e
natureza dos NEOs. Estes estudos essenciais são necessários para informar a
nossa abordagem à preparação para a potencial descoberta e deflexão de um
objecto em rota de colisão com a Terra.
A NASA anunciou recentemente uma missão que será a primeira a capturar e
transferir um asteróide. Representa um feito tecnológico sem precedentes
que levará a novas descobertas cientÃficas e capacidades tecnológicas que
ajudarão a proteger o nosso planeta.
Além de representarem uma ameaça potencial, o estudo dos asteróides e
cometas representa uma valiosa oportunidade para aprender mais sobre as
origens do nosso Sistema Solar, a fonte de água na Terra, e até mesmo a
origem das moléculas orgânicas que levaram ao desenvolvimento da vida.
*Links:*
*Núcleo de Astronomia do CCVAlg:*06/08/2013 - Asteróide apontado como
provável fonte do meteoro
russo<http://www.ccvalg.pt/astronomia/noticias/2013/08/6_meteoro_russo_2011_eo40.htm>
08/03/2013 - Actualização do meteoro
russo<http://www.ccvalg.pt/astronomia/noticias/2013/03/8_meteoro_russo.htm>
26/02/2013 - Cientistas calculam órbita e origens de bola de fogo
russa<http://www.ccvalg.pt/astronomia/noticias/2013/02/26_meteoro_russia.htm>
19/02/2013 - Impacto de asteróide na Rússia: actualização e
avaliação<http://www.ccvalg.pt/astronomia/noticias/2013/02/19_meteoro_russia.htm>
15/02/2013 - Explosão de meteoro nos céus da
Rússia<http://www.ccvalg.pt/astronomia/noticias/2013/02/15_meteoro_russia.htm>
*NotÃcias relacionadas:*
NASA (comunicado de
imprensa)<http://www.nasa.gov/content/nasa-and-international-researchers-obtain-crucial-data-from-meteoroid-impact/index.html#.UnuTCvm-2G5>
Universidade da Califórnia - Davis (comunicado de
imprensa)<http://news.ucdavis.edu/search/news_detail.lasso?id=10764>
Science<http://news.sciencemag.org/space/2013/11/siberian-blast-points-more-destructive-meteors-ahead>
PHYSORG<http://phys.org/news/2013-11-results-russian-chelyabinsk-meteor-published.html>
SPACE.com<http://www.space.com/23501-russian-meteor-explosion-asteroid-threat.html?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+spaceheadlines+(SPACE.com+Headline+Feed)>
Space Daily<http://www.spacedaily.com/reports/Chelyabinsk_asteroid_measured_12000_tonnes_999.html>
Discover<http://blogs.discovermagazine.com/d-brief/2013/11/06/chelyabinsk-meteor-explosion-equaled-500-kilotons-of-tnt/#.UnuWYfm-2G4>
Scientific American<http://www.scientificamerican.com/article.cfm?id=chelyabinsk-meteor-eyewitness-trajectory>
New Scientist<http://www.newscientist.com/article/dn24542-csi-chelyabinsk-10-insights-from-russias-meteorite.html#.Unt0G_m-2G4>
Popular Science<http://www.popsci.com/article/science/what-we-now-know-about-chelyabinsk-meteor>
BBC News <http://www.bbc.co.uk/news/science-environment-24839601>
National Geographic<http://news.nationalgeographic.com/news/2013/11/131106-russian-meteor-chelyabinsk-airburst-500-kilotons/>
UPI.com<http://www.upi.com/Science_News/2013/11/06/Meteor-that-exploded-over-Russia-called-wake-up-call-for-Earth/UPI-63751383777463/>
*Evento Chelyabinsk - 2013 (meteorito Chebarkul):*
Wikipedia <http://en.wikipedia.org/wiki/2013_Russian_meteor_event>
Wikipedia (meteorito
Chebarkul)<http://en.wikipedia.org/wiki/Chebarkul_meteorite>
*Meteoros, meteoritos:*
Núcleo de Astronomia do
CCVAlg<http://www.ccvalg.pt/astronomia/publicacoes/meteoros_meteoritos.htm>
Wikipedia <http://en.wikipedia.org/wiki/Meteoroid>
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