ARLA/CLUSTER: Filipinas: O pior tufão de sempre a tocar terra, com ventos a atingir os 379 km/h e ondas de 15 metros.

João Costa > CT1FBF ct1fbf gmail.com
Domingo, 10 de Novembro de 2013 - 13:17:04 WET


Haiyan, um dos maiores tufões de sempre a atingir a terra, já fez 1200 mortos

Por PÚBLICO

09/11/2013 - 09:55

(actualizado às 19:32)


A passagem do tufão Haiyan pelas Filipinas deixou um rasto de
destruição ainda difícil de avaliar, mas os últimos balanços apontam
para que o número de mortos possa ascender aos 1200, segundo
estimativas da Cruz Vermelha. O número ainda deverá aumentar, já que
existem muitas pessoas desaparecidas e outras feridas em estado grave.

Com ventos a atingir os 379 km/h e ondas de 15 metros, as autoridades
calculam que o Haiyan foi um dos tufões a chegar a terra com mais
intensidade desde que há registos – classificado na categoria cinco, a
mais elevada na escala de Saffir-Simpson. “O nível de destruição
causado pelo tufão Haiyan é extenso e devastador, e infelizmente
tememos que vão ser perdidas muito mais vidas”, disse a directora da
organização Save the Children nas Filipinas, Anna Lindenfors, citada
pela BBC.

De acordo com fontes da aviação do país, citadas pela BBC ao início da
manhã de sábado, havia pelo menos 100 corpos visíveis nas ruas de
Tacloban, cidade de 220 mil pessoas na região central das Filipinas, e
os jornalistas referem pelo menos mais 20 dentro de uma igreja na
mesma zona. Horas mais tarde, um porta-voz da Cruz Vermelha filipina
elevou o balanço de mortos naquela cidade para 1000 e disse que outras
200 pessoas terão morrido em zonas mais isoladas da região. A maioria
dos edifícios da cidade ruíram, muitas zonas ficaram inundadas e foram
registados aluimentos de terras, descreve o Guardian. Na região há
dezenas de pequenas aldeias completamente cortadas do mundo, onde
ainda não é possível sequer fazer chegar ajuda, ou avaliar o nível dos
estragos.

A CNN dizia que nenhum edifício da cidade, situada a cerca de 600
quilómetros da capital Manila, resistiu à força do vento. As estradas
estavam intransitáveis, o abastecimento eléctrico interrompido e todas
as comunicações, excepto com telefone satélite, estavam cortadas. “Os
custos, em vidas humanas, edifícios e infra-estruturas são para já
impossíveis de calcular. A todo o momento são encontrados mais
cadáveres, nas praias, nas ruas”, relatava a cadeia norte-americana.

“Não tenho palavras para descrever o nível de devastação. O cenário é
realmente horrível. Todos os vestígios de vida moderna, da energia às
telecomunicações, foram erradicados pelo tufão. Não temos por enquanto
maneira de chegar às populações isoladas. Esperamos um número elevado
de feridos e também de vítimas, é uma grande tragédia humana”, admitiu
o ministro do Interior, Mar Roxas, que se deslocou a Tacloban em nome
do Governo.

As organizações humanitárias estão agora a tentar chegar a Tacloban
com ajuda médica e bens de primeira necessidade, por meio de aviões
militares, já que o aeroporto da cidade está inoperacional depois dos
danos causados pelo Haiyan. As comunicações e electricidade também
deixaram de funcionar na maior parte dos locais,e em alguns casos
foram antecipadamente cortadas por precaução, refere a Reuters.

Estes números contrariam as expectativas iniciais das autoridades
filipinas e das equipas de salvamento, que tinham dito que por terem
evacuado antecipadamente algumas áreas e por o tufão ter passado muito
rapidamente pelo território esperavam ter reduzido muito o seu impacto
e falavam apenas em três ou quatro mortos. Mesmo assim o cenário está
longe de ter chegado àquele para que as autoridades alertaram: os
meteorologistas dos serviços oficiais do país avisaram que a
tempestade poderia ser tão destruidora como o tufão Bopha – que em
2012 ultrapassou a marca dos 1000 mortos – e por isso muitos serviços
foram encerrados e as aulas canceladas.

O coordenador das equipas de salvamento, Eduardo del Rosario, tinha
dito na sexta-feira à Associated Press que o impacto da passagem do
Haiyan poderia ser limitado pela evacuação antecipada das áreas
afectadas. E o tenente-general Roy Deveraturda disse à mesma agência
noticiosa que a rápida passagem do tufão “pode ter ajudado a reduzir o
seu potencial de destruição”.

Numa comunicação ao país, o Presidente das Filipinas, Benigno Aquino
III (também conhecido como Noynoy), que na véspera tinha louvado a
eficiência dos serviços de protecção civil na antecipação da
tempestade, reconheceu que o número de mortos ficaria
“substancialmente acima” da centena de vítimas que já tinha sido
identificada.


Tufão a caminho do Vietname

O Haiyan é o 25.º tufão a atingir o país neste ano e dirige-se agora
para o Vietname e para o Sul da China, onde deverá abrandar para a
categoria 3. Mesmo assim, sobretudo nas zonas costeiras, as
autoridades de protecção civil do Vietname já estão a activar alguns
planos de emergência e a evacuar as zonas de maior perigo, prevendo-se
que o tufão chegue no domingo.

Esta região é frequentemente afectada por tempestades tropicais. Há um
ano, o tufão Bopha deixou também um rasto de destruição nas Filipinas,
fazendo pelo menos 1800 mortos e deixando também várias pessoas
desaparecidas. Em Agosto de 2009, o tufão Morakot matou 600 em Taiwan.
Em Hong Kong as vítimas mortais são mais raras, com o último balanço
mais trágico a remontar a 1971, quando 110 pessoas morreram com a
passagem do tufão Rose.



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