ARLA/CLUSTER: E as antenas apontaram-se ao centro da Via Lactea

Joo Costa > CT1FBF ct1fbf gmail.com
Quinta-Feira, 21 de Maro de 2013 - 20:47:30 WET


O arranque oficial do maior radiotelescópio do planeta contou com um
"bailado" das 57 antenas gigantes instaladas no deserto de Atacama, no
Chile, ao som da banda sonora do "Cinema Paraíso".
[image: O céu do Sul rodopia sobre as antenas do radiotelescópio ALMA, no
planalto de Chajnantor, a 5000 metros de altitude, no
Chile]<http://imagens.publico.pt/imagens.aspx/448152?tp=KM&db=IMAGENS>[image:
Vista geral do planalto de Chajnantor, com antenas lá em
baixo]<http://imagens.publico.pt/imagens.aspx/448153?tp=KM&db=IMAGENS>[image:
Parte das antenas, que podem ser movimentadas no planalto de
Chajnantor]<http://imagens.publico.pt/imagens.aspx/448154?tp=KM&db=IMAGENS>[image:
As antenas recebem radiação do
Universo]<http://imagens.publico.pt/imagens.aspx/448155?tp=KM&db=IMAGENS>[image:
Uma das antenas a ser transportada por um veículo
construído]<http://imagens.publico.pt/imagens.aspx/448156?tp=KM&db=IMAGENS>[image:
Vista do planalto de Chajnantor, esmagado pelos montes à sua
volta]<http://imagens.publico.pt/imagens.aspx/448157?tp=KM&db=IMAGENS>[image:
Vista aérea do centro de operações do radiotelescópio ALMA, a 2900 metros
de altitude no deserto de
Atacama]<http://imagens.publico.pt/imagens.aspx/448158?tp=KM&db=IMAGENS>[image:
Outra perspectiva das antenas no planalto, que fica no deserto de
Atacama]<http://imagens.publico.pt/imagens.aspx/448159?tp=KM&db=IMAGENS>[image:
A galáxia Centauro A, numa imagem que combina observações do
radiotelescópio ALMA e de telescópios
ópticos]<http://imagens.publico.pt/imagens.aspx/448160?tp=KM&db=IMAGENS>[image:
A nossa galáxia, a Via Láctea, desce sobre o radiotelescópio
ALMA]<http://imagens.publico.pt/imagens.aspx/448161?tp=KM&db=IMAGENS>[image:
Antenas no planalto de Chajnantor, que serão 66 quando o telescópio estiver
concluído]

A banda sonora do filme “Cinema Paraíso” predispôs todos os que nesta
quarta-feira (13/03/2013) estavam na tenda da cerimónia, vindos de muitas
partes do mundo, para a beleza do momento que se seguia: o início oficial
do arranque do radiotelescópio ALMA, no planalto de Chajnantor, nome que na
língua dos povos indígenas significa “o ponto de partida, o ponto de
observação”. Sincronizados, os pratos da meia centena de antenas giraram em
comunhão com a música, e a plateia aplaudiu.

Segundos antes, o Presidente do Chile, Sebastian Piñera, na tenda no Centro
de Operações do ALMA, a 2900 metros de altitude, comunicava com um
astrónomo chileno no planalto de Chajnantor, tendo as antenas como cenário.
“António, preciso que ponhas em marcha esta grande aventura da humanidade
chamada ALMA.” Dali, via rádio, o astrónomo comunicou cá para baixo, com a
sala de controlo no Centro de Operações: “Atenção, sala de controlo:
apontar o ALMA ao centro galáctico.” E ele, que resultou da junção de 18
países, ficou a escutar o centro da nossa galáxia, a Via Láctea, visto
apenas do hemisfério Sul.

Além da parte mais teatral da cerimónia, Piñera deixou claro para uma
assistência de astrofísicos de todo o mundo e de ministros de vários países
envolvidos no ALMA, incluindo Nuno Crato, ministro português da Educação e
Ciência, como a astronomia é importante para o Chile. Aqui estão alguns dos
melhores telescópios do mundo, a que o ALMA agora se junta, e os planos
futuros incluem mais. “Queremos fazer do Chile a capital mundial da
astronomia e um dos pontos de turismo astronómico. O Chile vai concentrar
60% da capacidade de observação do Universo”, referiu Piñera, que começou
por se dirigir à plateia como “amigos e amigas da ciência, da astronomia,
do progresso”.

O director do Observatório Europeu do Sul (ESO), organização europeia de
astronomia que é um dos principais parceiros do ALMA, que custou mil
milhões de euros, assinalou o momento com uma referencia a um livro de
ficção de Fred Hoyle, o astrofísico britânico que avançou na compreensão de
como os elementos pesados (como o carbono e o oxigénio) são formados dentro
das estrelas a partir do hidrogénio e hélio; e foi o inventor, já agora, da
expressão Big Bang. Mas também escrevia ficção e num dos seus livros, “The
Inferno”, de 1973, no qual imaginou uma catástrofe iminente devido a um
quasar, fala da instalação de um radiotelescópio na Austrália.

A personagem principal, no entanto, aponta outro local: “Sugere que o
telescópio fosse no Chile”, disse o director do ESO. Tudo isso se passa
muito antes de se falar sequer em construir o ALMA, o radiotelescópio mais
poderoso da Terra, com um “staff” próprio de 45 cientistas. “No dia de
hoje, esta visão tornou-se realidade”, rematou Tim de Zeeuw, referindo-se
‘a imaginação de Fred Hoyle.

Fonte: Teresa Firmino <http://www.publico.pt/autor/teresa-firmino> (San
Pedro de Atacama) Jornal Publico
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