ARLA/CLUSTER: 2013 será um ano em grande para os fãs da astronomia

João Costa > CT1FBF ct1fbf gmail.com
Domingo, 6 de Janeiro de 2013 - 21:25:34 WET


O ano de 2013 é uma raridade para os astrónomos, que vão poder admirar
dois asteroides e dois cometas, alguns dos quais numa órbita tão perto
da Terra que serão visíveis até pelos amadores. A primeira "visita" do
ano acontece já na próxima semana, com o asteroide "99942 Apophis".

A partir da próxima semana, é o asteroide "99942 Apophis" - assim
batizado em homenagem ao deus egípcio do mal e da escuridão - que
visitará a Terra.

Esta rocha cósmica, com cerca de 270 metros de diâmetro, merece o seu
nome já que tem uma massa capaz de libertar tanta energia quanto 25
mil bombas de Hiroshima, caso atingisse a Terra.

Em 2004, quando foi avistado pela primeira vez, o "Apophis" causou
suores frios aos especialistas que vigiam o céu à procura das ameaças
que podem surgir das profundezas do espaço. Cálculos preliminares
indicaram existir uma probabilidade de 2,7% de atingir a Terra em
2029.

O risco de uma catástrofe foi depois descartado por cálculos mais
precisos, mas "ainda há um pequeno risco de impacto" a 13 de abril de
2036, com uma probabilidade de menos de um para 250 mil, segundo a
NASA.

Os radares da NASA estão, portanto, direcionados sobre o "Apophis",
que passará, a 9 de janeiro, a cerca de 14,5 milhões de quilómetros da
terra.

Com a ajuda destas observações, os especialistas acreditam que podem
reduzir ainda mais a margem de erro nos seus cálculos e talvez excluir
definitivamente qualquer risco de impacto.

O asteroide "2012 DA14" (com 57 metros de diâmetro) é menor do que o
"Apophis", mas vai mover-se muito mais perto da Terra a 15 de
fevereiro: 34.500 km de altitude, o que significa que vai passar na
órbita dos satélites geoestacionários.

"Vai ser o voo rasante de um asteroide mais próximo que alguma vez foi
previsto", disse Mark Bailey, diretor do Observatório Armagh, na
Irlanda do Norte.

"Vai passar tão perto que até mesmo os astrónomos amadores podem
observá-lo, talvez até mesmo com binóculos simples", acrescentou.

Se os asteroides são essencialmente compostos por rocha e por metal,
os cometas são compostos por gelo e por poeira. Estes viajantes
solitários formaram-se quando o sistema solar nasceu e giram à volta
do Sol com frequências que variam muito, desde alguns anos a vários
milhões.

Quando se aproximam da nossa estrela, o calor é tal que liberam gases
e um rasto de poeira que se reflete na luz do sol. É a este fenómeno
que chamamos a "cauda" dos cometas.

O primeiro que vem visitar o planeta azul este ano chama-se "2011 L4",
apelidado de "Panstarrs", o nome do telescópio instalado na
Universidade do Havai, que o detetou em 2011.

O "Panstarrs" deve atingir o seu ponto mais brilhante entre 8 e 12 de
março, de acordo com o especialista norte-americano em cometas Gary
Kronk.

Porém, é o cometa "ISON" (International Scientific Optical Network)
que deve obter maior sucesso junto do público.

De acordo com alguns cálculos, o "ISON" pode ser visível a olho nu,
logo depois do pôr-do-sol, no final de novembro, um fenómeno raro que
deve prolongar-se por vários meses.

O "ISON" é tão raro, que a sua última viagem à volta do planeta
ocorreu há pelo menos 10 milhões de anos, disse Mark Bailey.

"Este é um 'novo cometa', que provém da região do sistema solar a que
nós chamamos de 'nuvem de Oort'", que se estende muito além das
órbitas dos planetas e que marca a fronteira do sistema solar",
acrescentou.

 Fonte: Jornal de Noticias




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