ARLA/CLUSTER: Anacom disponibiliza ferramenta para medir velocidade da Internet

João Costa > CT1FBF ct1fbf gmail.com
Segunda-Feira, 2 de Dezembro de 2013 - 21:00:54 WET


Já está disponível uma nova ferramenta para medir a velocidade das ligações
à Internet e práticas de traffic shaping por parte dos fornecedores de
serviços de Internet.

O NETmede <http://www.netmede.pt/> ( http://www.netmede.pt ) é
disponibilizado pelo regulador das comunicações eletrónicas, que pretende
contribuir para aumentar a transparência no mercado e ajudar os
consumidores a fazerem melhores escolhas.

A ferramenta permite obter informação sobre a velocidade efetiva da ligação
à Internet, monitorizando três elementos: débito no download, no upload e
delay. Este último indicador apura o atraso de rede ou de propagação de
transmissão associado às aplicações mais interativas, que exigem uma
resposta mais imediata do serviço. São exemplo os jogos interativos ou os
serviços de voz sobre IP. Um delay muito elevado influencia a qualidade do
serviço.

Os resultados deste teste são mostrados ao utilizador num relatório, que
pode ser extraído em PDF e que a Anacom admite possa ser usado como forma
de pressão junto do operador, se o serviço prestado não corresponder ao
contratado.

O regulador aconselha os utilizadores a repetirem o teste mais do que uma
vez, em dias e horas diferentes, para aumentar a fiabilidade do resultado.
Fátima Barros, presidente, também sublinhou na conferência de apresentação
do NET.mede que, embora a ferramenta possa ser usada para monitorizar a
qualidade do serviço e com esses dados interpelar o operador, não é um
instrumento com força legal. De sublinhar que nos contratos assinados os
operadores definem um débito máximo para a sua oferta, não garantem que
esse débito é sempre assegurado. Os mesmos contratos não definem débitos
mínimos.

O NET.mede permite ainda identificar práticas de *traffic shaping* por
parte do operador. O objetivo é permitir ao utilizador saber se o operador
está a gerir de forma abusiva a forma como está a distribuir os seus
recursos de rede, penalizando excessivamente a geração de determinados
tipos de tráfego.

Entre os serviços que consomem mais recursos à rede do operador estão *peer
to peer* e o streaming. A análise, que demora cerca de 8 minutos e consome
entre 600 a 700 MB, avalia a gestão de tráfego pelo operador a estes dois
níveis.

Numa e noutra vertente a ferramenta hoje apresentada pela Anacom indica
valores médios de referência, ou contextualiza a informação apresentada de
forma a que qualquer utilizador possa tirar partido do serviço, mesmo sem
conhecimentos técnicos.

Numa próxima fase, os dados que resultam dos testes efetuados pelos
consumidores tirando partido do NET.mede podem vir a ser utilizados para a
gerar indicadores de qualidade. A evolução da ferramenta para esta nova
fase implicará um envolvimento diferente do consumidor e um maior controlo
do regulador em relação ao ambiente dos testes.

Será, por exemplo, necessário conseguir confirmar o débito que o utilizador
tem em casa, um dado que nesta fase de maturidade da ferramenta pode ou não
ser indicado pelo utilizador, mas não é fundamental para a realização do
teste nem pode ser comprovado pelo regulador.

Desde já a Anacom garante que a ferramenta lhe será útil como mecanismo de
observação do mercado, uma vez que o regulador terá acesso aos dados em
bruto que resultarem das medições efetuadas.

O NET.mede monitoriza informação sobre a qualidade dos serviços de Internet
independentemente da ligação ser fixa ou móvel, mas está apenas preparado
para análises no PC. A prazo será possível fazer o mesmo tipo de análise a
partir de dispositivos móveis.

Fátima Barros explicou no encontro com a imprensa que o regulador está
também empenhado em afinar a monitorização da qualidade de serviço na área
da Televisão Digital Terrestre, para o que vai contribuir a instalação de
400 sondas em todo o país até final do ano.

Prioritário para o regulador é ainda o tema dos contratos de
telecomunicações, uma área que tem vindo a ser trabalhada e onde Fátima
Barros garante que não vão ser tolerados abusos. O número de queixas
recebidas pelo regulador nesta área, alegando informação incorreta ou
incompleta das forças de vendas no terreno, que levam à contratação de
serviços não desejados, é elevado, adiantou a responsável.



Fonte: TeK
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