ARLA/CLUSTER: Alunos brasileiros monitoram e construem microsatelites

João Costa > CT1FBF ct1fbf gmail.com
Quarta-Feira, 28 de Agosto de 2013 - 16:13:09 WEST


Aluno brasileiro já monitora e até faz satélite

A Nasa, agência espacial americana, ainda quer formar parceria entre
estudantes daqui e da Califórnia para desenvolvimento de projetos,
informa Estadão de domingo


O espaço sideral nunca esteve tão perto das salas de aula brasileiras.
Alunos de escolas públicas e particulares estão monitorando satélites
lançados pela Nasa pela internet, sem precisar sair da escola. A
agência espacial americana, contudo, quer ir além: pretende
estabelecer uma parceria entre estudantes da Califórnia e brasileiros
para que juntos desenvolvam um satélite.


Enquanto isso, colégios daqui constroem os próprios microssatélites,
de cerca de 10cm², para depois submetê-los a voos suborbitais (que não
entram em órbita) e fazer imagens da superfície terrestre. Também
monitoram imagens do primeiro satélite do projeto, o ArduSat, que tem
cerca de 30 sensores diferentes. Lançado no dia 4, ele foi projetado
por uma startup americana, a NanoSatisfi, que desenvolve os programas
que possibilitarão que alunos brasileiros tenham acesso às informações
coletadas no espaço.



Com a tecnologia desenvolvida pela empresa, é possível que os
satélites sejam locados temporariamente pelos brasileiros e
configurados remotamente com todos os sensores. Dessa mesma forma,
qualquer outra pessoa pode locar um satélite e obter informações sobre
radiação, campos magnéticos ou até frequências de luz. "O ArduSat foi
desenvolvido especialmente para que seja explorado democraticamente
por estudantes, professores e adoradores em todo o mundo. Só foi
possível com financiamento coletivo e com uma rede de parceiros. O
nosso objetivo é tornar o espaço disponível para mais de 500 mil
alunos em 5 anos", afirma Chris Wake, vice-presidente de negócios da
NanoSatisfi.

Ao mesmo tempo em que monitoram esses dados, escolas como a
GradedSchool Morumbi e a Referência Silva Jardim, um colégio público
modelo do Recife, constroem os próprios satélites com a tecnologia da
plataforma Arduíno, que funciona como uma espécie de "Lego
eletrônico".

É o que fez o estudante Bruno Riguzzi, de 14 anos, da Graded. Nas
últimas férias, ele foi aos EUA visitar centros de pesquisas da Nasa
com a escola para aprender como gerenciar satélites no Brasil. "A
gente viu como funcionam os satélites e foguetes da Nasa lá primeiro,
para depois fazer os nossos. Estamos esperando que ainda neste mês
possamos começar a baixar informações do que já está em órbita", diz.
"Isso é muito novo no Brasil e eu nunca imaginei que fosse lidar com
uma tecnologia como essa na escola, porque não sabia que era simples."


A ideia do projeto é que os satélites criados pelos alunos sejam
lançados em pouco tempo e que os estudantes possam desenvolver as
próprias tecnologias para decodificar as informações. "Queremos
encorajar os alunos brasileiros a construir pequenos satélites e
submetê-los ao nosso programa de voos suborbitais para que possam
testá-los nas mesmas condições que existem no espaço", afirma
DougalMaclise, gerente de Tecnologia do Centro de Pesquisa Ames da
Nasa.

Ele explica que uma das principais dificuldades na montagem das
tecnologias espaciais é lidar com a gravidade zero. Para isso, a Nasa
realiza voos curtos, de 10 segundos a 4 minutos, para que
pesquisadores ou estudantes simulem suas tecnologias como se
estivessem na Estação Espacial Internacional. Nesses voos é que serão
testados os satélites dos alunos brasileiros.

O projeto chegou ao Brasil por meio do professor de Física Manoel
Belem, que fundou a empresa SpaceTrip4Us. Ele ensina alunos e
professores brasileiros a construírem os microssatélites e a
monitorarem as informações.

"Faltava no Brasil uma plataforma móvel de aprendizagem simples que
não sobrecarregasse o professor e permitisse curadoria de qualquer
conteúdo com mobilidade. Monitorando o espaço, os alunos descobrem na
prática que aprender Física é simples", afirma Belem.

Custo. O pacote todo, contudo, ainda não é barato. Contando com aulas,
treinamento de professores e a construção do satélite, pode chegar a
até R$ 10 mil para a escola. No Recife, a EREM Silva Jardim tenta
comprar todo o serviço por meio de financiamento coletivo. "O que eu
mais quero é tornar esse conteúdo disponível a escolas públicas,
principalmente por financiamento coletivo", afirma Belem.

Já escolas como o Dante Alighieri e o Centro Paula Souza, ambos em São
Paulo, optaram por pacotes mais baratos: formam os professores para
dar aulas de Robótica, Física e Matemática de forma mais interativa,
mostrando aos alunos as experiências da agência espacial americana.


(Fonte: Bárbara Ferreira Santos/O Estado de S.Paulo)

http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,aluno-brasileiro-ja-monitora-e-ate-faz-satelite,1067534,0.htm



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