ARLA/CLUSTER: Novo radiotelescópio quer capturar sinais do Universo primitivo
João Costa > CT1FBF
ct1fbf gmail.com
Terça-Feira, 16 de Outubro de 2012 - 23:04:19 WEST
Um novo tipo de radiotelescópio que quer capturar as ondas de rádio de
baixa frequência vindas do espaço profundo, bem como as voláteis
condições atmosféricas do Sol, está a ser implementado por um
consórcio internacional do qual fazem parte 13 instituições da
Austrália, Nova Zelândia, Estados Unidos e Índia. O projecto Murchison
Widefield Array (MWA) conta agora com os sistemas de computação
«iDataPlex dx360 M3», da IBM.
Os sinais serão capturados por 4096 antenas dipolo do telescópio,
posicionado no deserto australiano, e continuamente processados pelo
cluster de computação iDataPlex dx360 M3 que irá converter as ondas de
rádio em imagens de largo espectro do céu, com clareza e detalhe sem
precedentes.
O cluster iDataPlex substitui os sistemas de hardware anteriormente em
uso pelo MWA, o que vem permitir uma maior flexibilidade e um melhor
processamento de sinal. Estima-se que este processe 50 terabytes de
dados por dia, a uma velocidade de oito gigabytes por segundo (o
equivalente a mais de duas mil músicas digitais por segundo). Isto
permite que os cientistas estudem o céu de modo mais rápido e com
maior detalhe.
“O projeto MWA está dependente da potência computacional massiva
oferecida pelo iDataPlex para criar em tempo real imagens de largo
espectro dos ruídos do céu”, sublinha Steven Tingay, director do
projecto, do International Centre for Radio Astronomy Research na
University Curtin, em Perth, Austrália.
“A combinação do MWA, da tecnologia da IBM e das capacidades técnicas
da Murchison, vai-nos permitir encontrar sinais incrivelmente fracos
que vêm desde as fases iniciais da evolução do Universo, de há 13
bilhões de anos”.
O objectivo final do revolucionário telescópio MWA é observar o
Universo primitivo, quando as estrelas e as galáxias começaram a
gerar-se. Ao detectar e analisar os fracos sinais de rádio emitidos na
época em que o Universo era apenas formado por um buraco negro de gás
de hidrogénio, os cientistas esperam entender como as estrelas,
planetas e galáxias se formaram. O telescópio também será usado pelos
cientistas para estudar a heliosfera do Sol durante períodos de grande
actividade solar.
Fonte: Ciencia Hoje
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