ARLA/CLUSTER: O tornado que assolou Silves terá sido previsto,dois dias antes, por meteorologistas amadores

João Costa > CT1FBF ct1fbf gmail.com
Sexta-Feira, 30 de Novembro de 2012 - 13:35:52 WET


 Meteorologistas estudam criação de novo alerta Antigo* Instituto de
Meteorologia* garante que era impossível prever o *tornado de Silves*, mas
admite estar a estudar a *possibilidade de criação de um novo tipo de aviso
de tempo severo*.
  Mário Lino, correspondente no Algarve (www.expresso.pt)
*10:03* Sexta feira, 30 de novembro de 2012
   [image: Com os meios que têm disponíveis, os meteorologistas portugueses
apenas conseguiram ler a associação de vento e precipitação muito fortes no
dia em que um tornado causou enormes prejuízos em Silves e Lagoa]
Com os meios que têm disponíveis, os meteorologistas portugueses apenas
conseguiram ler a associação de vento e precipitação muito fortes no dia em
que um tornado causou enormes prejuízos em Silves e Lagoa
Valdemar Costa/Lusa
 [image: Aida Mestre na marquise de sua casa em Silves, totalmente
destruida pelo tornado que assolou Lagoa e Silves, há duas semanas]
Aida Mestre na marquise de sua casa em Silves, totalmente destruida pelo
tornado que assolou Lagoa e Silves, há duas semanas
Miguel A. Lopes/Lusa

O tornado que assolou Silves há duas semanas terá sido previsto,
alegadamente, dois dias antes por meteorologistas internacionais amadores,
num relatório emitido no Estofex, o Centro Europeu de Previsão de
Tempestades, disponível aqui <http://essl.org/cgi-bin/eswd/eswd.cgi> .

Os meteorologistas terão reforçado o alerta de mau tempo junto à costa sul
de Portugal, avisando que não poderia ser afastada a possibilidade de um
tornado. Mas Paulo Pinto, meteorologista responsável pelo
relatório<http://www.meteo.pt/export/sites/default/bin/docs/tecnicos/rm_tornado.silves_112012.pdf>do
Instituto Português do Mar e da Atmosfera (antigo Instituto de
Meteorologia), garante que não havia qualquer hipótese de prever - com os
recursos humanos e técnicos existentes em Portugal - o tornado que se
desenvolveu no Algarve.

Da leitura Doppler feita pelo radar mais próximo, situado na Serra do
Caldeirão, em Loulé, os meteorologistas portugueses apenas conseguiram ler
a associação de vento e precipitação muito fortes. "De facto, não é
possível prever, como se faz em relação a outros fenómenos. Nos Estados
Unidos conseguem fazê-lo, ainda que com pouca antecedência, mas baseado
numa rede de radares móveis e de *groundspotters*, os observadores no
terreno que avisam quando o tornado toca no chão", explica Paulo Pinto, do
IPMA <http://www.meteo.pt/pt/> .

Por cá, em Portugal e na Europa, dada a reduzida ocorrência deste tipo de
fenómenos quando comparada com a América, o sistema não existe e não se
sabe se algum dia existirá. "Podemos avançar para aí mas isso implicaria
investimento e termos uma rede de colaboradores no terreno, com algum
conhecimento técnico, que fossem capazes de nos avisar quando um tornado
toca no chão", acrescenta Paulo Pinto.

Mesmo que um dia um sistema similar venha a ser implantado, as garantias de
sucesso assentam sempre em probabilidades. "Mesmo lá, a antecedência quando
o tornado está no chão é zero. Pode ser útil para pessoas que estejam
longe. Ainda assim, no caso dos radares autotransportados, o tempo de
avanço ronda os 10/12 minutos", garante o meteorologista do IPMA.

"Esse tempo existe quando o fenómeno ocorre, mas isso acontece apenas em
25% das vezes. Na verdade, em cada dez oito não se confirmam", regista
Paulo Pinto, que reconhece a vantagem dos avisos de tornado, desde que
eficazes.
A história de "Pedro e o lobo"

O problema dos avisos com altas taxas de incerteza faz lembrar o clássico
infantil de "Pedro e o lobo", em que uma criança assusta os adultos
fazendo-os acreditar erradamente na chegada iminente de um lobo. Até que,
certo dia, o lobo chega e ninguém vai em seu socorro. Com os tornados - diz
Paulo Pinto - a cena pode repetir-se.

O tema tem gerado alguma controvérsia, inclusive nos Estados Unidos onde os
tornados são frequentes, devido ao elevado número de falsos alarmes pelo
grau de incerteza na previsão. "Nos EUA, há cerca de 1400 tornados por ano.
Se houver avisos em 300 desses episódios é bom. Se a 'máquina' estivesse
implantada na Europa e continuassemos a ter o que temos tido, que é um
quarto ou um quinto dos tornados registados na América, será que era
suficiente para convencer a população?", questiona o especialista.

Pelo sim pelo não, o IPMA está a estudar a hipótese de criar avisos de
tempo severo, à semelhança dos que já existem para a temperatura, chuva e
vento, mas que possam ser utilizados de forma mais sectorial. "Pretende-se
ter outro tipo de aviso, para chamar a atenção da possibilidade de tempo
severo, mas em vez do que acontece com a chuva e vento, que é em larga
escala - para a ilha da Madeira, por exemplo - aqui são condições
meteorológicas de um outro tipo, que podem afetar alguém em Ourique, ou
Silves ou Lagoa", explica Paulo Pinto.

Algo que, ainda assim, não resolverá a questão dos tornados. "O problema do
tornado é que é temporal e globalmente conhece-se mal o seu comportamento",
resume o meteorologista português.


Ler mais:
http://expresso.sapo.pt/meteorologistas-estudam-criacao-de-novo-alerta=f770520#ixzz2DiEnmwEf
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