ARLA/CLUSTER: Brasil pretende bloquerar todos os telemoveis não homolegados no país

João Costa > CT1FBF ct1fbf gmail.com
Quarta-Feira, 28 de Novembro de 2012 - 20:57:18 WET


Operadoras brasileiras querem bloquear o uso de celulares não
homologados no país
Por Bruno Martinez


As quatro principais operadoras de telefonia móvel do país – VIVO,
TIM, Claro e Oi – pretendem implantar no próximo ano um sistema de
reconhecimento e bloqueio de celulares e smartphones não homologados
no país.

Com previsão de início já no primeiro trimestre de 2013, o novo
sistema deverá custar mais de R$ 10 milhões as operadoras. Segundo as
empresas, os benefícios incluem a garantia de comercialização no país
apenas de modelos compatíveis com as especificações das redes
nacionais, que atendam às exigências da Anatel – Agência Nacional de
Telecomunicações , além de possibilitar a localização e bloqueio de
aparelhos roubados. Mas, talvez esta não seja apenas uma boa notícia.
Veja o porquê:

Como funciona:

Para que possam ser utilizados no país, os celulares e smartphones
precisam ser homologados (certificados) pela Anatel. A agência analisa
e certifica cada modelo, recebendo das fabricantes os números de
identificação de equipamento móvel (IMEI, sigla em inglês) dos
aparelhos que serão comercializados no mercado nacional. Esta
certificação também é a garantia de que o aparelho atende aos
requisitos técnicos de funcionamento exigidos no país.

O sistema de bloqueio idealizado pelas operadoras pretende fazer uso
desta relação de IMEIs cadastrados na agência para identificar quais
aparelhos poderão fazer uso de suas redes e quais terão o acesso
bloqueado. Ao cadastrar um novo chip, o usuário permitirá que o
sistema identifique o IMEI do aparelho e classifique-o como provindo
de um celular homologado ou “pirata”.

Vale lembrar que chips de operadoras ativados antes de 2013 não
estarão inclusos dentro da regra de bloqueio, permitindo assim a
utilização de aparelhos “piratas” nestas linhas. Quanto aos novos
chips, para impedir que o cliente use um celular homologado para fazer
o cadastro e depois troque-o por um pirata, o sistema também vai
passar a acompanhar o IMEI dos aparelhos usados por todas as linhas
habilitadas a partir do primeiro trimestre de 2013.

Posteriormente, o sistema passará também a identificar através do
mesmo procedimento celulares e smartphones que tenham sido roubados ou
furtados no país. Após serem notificados pelos usuários ou autoridades
competentes, os agentes do sistema bloquearão o uso destes aparelhos.



O mercado de Celulares Piratas:

Esta iniciativa tem o pretexto oficial de melhorar a experiência do
usuário no uso das redes nacionais, evitando quedas de chamadas e
dificuldades com a qualidade do sinal, ao tirar do mercado aparelhos
conhecidos como “celulares piratas“. Também chamados de xing-lings
(por serem geralmente fabricados e importados da China), esses modelos
possuem qualidade de fabricação duvidosa e não são homologados pela
Anatel. Segundo as operadoras, eles podem ser parcialmente
responsáveis pela má qualidade do serviço de telefonia no país.

A Anatel e o Sinditelebrasil (sindicato que representa as operadoras)
não sabem dizer quantos aparelhos piratas estão em operação hoje no
país. A agência faz ações de fiscalização para tirar esses
equipamentos do mercado, mas informou que também não possui
levantamento sobre o número de apreensões.

Sendo estas afirmações verdadeiras ou falsas, o fato é que as
operadoras retomarão essa fatia de mercado que havia sido perdida para
o crescente mercado informal  de aparelhos “piratas”. Usuários que se
beneficiavam com a compra de um celular barato, ainda que de qualidade
inferior, talvez se sintam lesados.



O Efeito Colateral:

A aplicação do sistema de bloqueio nas redes de telefonia nacionais
pode acabar criando dificuldades para uma categoria especial de
consumidor: o early-adopter (termo em inglês que classifica aqueles
usuários que querem ser os primeiros a testar um novo produto ou
tecnologia).

Ao bloquear o acesso de smartphones não homologados pela Anatel, as
operadoras estarão barrando não só os xing-lings, mas também modelos
de aparelhos recém lançados em outros países, que ainda não receberam
a certificação da agência brasileira. E, considerando que muitos
fabricantes nem chegam a vender alguns de seus melhores modelos por
aqui (estamos falando de você, HTC!), estaríamos diante de uma
situação onde o mercado brasileiro seria vetado da utilização de novos
smartphones perfeitamente capazes de funcionar por aqui.

Por exemplo, se o sistema já estivesse vigente nos dias de hoje,
smartphones desejados como o iPhone 5 da Apple ou Nexus 4, fruto da
parceria entre o Google e a LG, não poderiam ser utilizados por aqui.
Afinal, ambos os modelos não são vendidos no país, ainda que o novo
smartphone da Apple já tenha recebido a homologação da agência. A
situação é ainda pior para toda a linha Nexus do Google, que nunca
chegou oficialmente ao Brasil.

Também, quem estiver em viagem e optar por comprar um modelo
homologado por um preço mais acessível que o equivalente nacional,
poderá sofrer com a mudança. Ainda não se sabe se sabe ao certo qual
será a interpretação do sistema para IMEIs de aparelhos homologados
comprados fora do país, mas é plausível a suposição de que não sejam
autorizados a funcionar nas redes nacionais. Resta então saber a
posição oficial das operadoras de telefonia sobre o assunto.

Ou seja, esta história está apenas começando…

Fonte: Showmetech




Mais informações acerca da lista CLUSTER