RE: ARLA/CLUSTER: Sismo em Italia - NÃO UTILIZE OS 7060 kHz
ct1ewa
ct1ewa gmail.com
Quinta-Feira, 31 de Maio de 2012 - 01:23:37 WEST
Boa noite colegas.
Contrariando aquilo que já por um sem número de vezes prometi a mim próprio
e a alguns colegas mais próximos, permitam-me partilhar parcialmente a minha
opinião, fundamentada por 13 anos de relacionamento (ou não) com a Protecção
Civil e posteriormente com a ANPC- Autoridade Nacional de Protecção Civil.
Há uns dias, fui emotivo, talvez agressivo, talvez mesmo indelicado ao
responder à opinião de um colega que provavelmente desconhecendo pormenores
e factos muito importantes da história recente do relacionamento da PC/ANPC
com os radioamadores, duvidava da disponibilidade e voluntariado dos
amadores de rádio, para a causa da Protecção Civil
Cabe-me esclarecer que “a água ferve” não devido aos radioamadores ou ao
colega que escreveu o artigo, mas sim à ANPC e ao envolvimento do suposto
relacionamento desta autoridade com os radioamadores.
De imediato me recordo de alguns “figurões” que teimam em deambular pelos
corredores de Carnaxide e que sabe-se lá porquê, conseguem pura e
simplesmente esquecer o que assumiram com os radioamadores.
Estas mesmas figuras “sinistras”, servem-se da comunicação social, ávida de
notícias “sensacionalistas” que nem sequer investigam, para em determinados
“momentos cirúrgicos” justificar com os radiamadores opções que tomam.
Queiram os colegas, fazer uma avaliação de 2 ou 3 situações que suportam o
que refiro:
Quem não se lembra da “histórica “ insistência do Jornal DN (Diário de
Notícias), em enxovalhar os radioamadores e da pseudo jornalista Paula Carmo
em 16 de Agosto de 2006?
http://www.dn.pt/inicio/interior.aspx?content_id=644685
Claramente a notícia “encomendada”, em que se apelidavam os radioamadores de
criminosos, terroristas….. mas que serviu para justificar a “acelerada”
opção da ANPC e do Governo uns dias depois, pela proposta de fornecimento
do SIRESP/TETRA a uma uma empresa do Grupo Luso-negócios/BPN por um valor 5
vezes mais alto do que a melhor proposta e tecnicamente mais correcta.
http://www.publico.pt/Sociedade/estado-gastou-485-milhoes-em-negocio-que-val
ia-um-quinto-1330851
O próprio DN não soube como engolir “o sapo”:
http://www.dn.pt/inicio/interior.aspx?content_id=645510 , anotem o embaraço
e a “fuga para a frente do Director” do DN no mail de resposta a uma carta
de protesto em relação ao artigo http://www.amrad.pt/ficheiros/doc/aral.pdf
Quem não se lembra que em 2004, a ANPC organizou um Seminário de
Comunicações de Emergência por Radioamadores
(http://www.radioamadores.net/files/snbpc_programa.pdf.)
Por essa época era vice-presidente da ANPC o Sr. Dr.Manuel João Ribeiro, que
na sua qualidade instituicional, falou para os presentes no congresso
elogiando os radioamadores, as suas competências técnicas, a sua
multi-disciplinaridade ao nível das comunicações de rádio e capacidades
operacionais.
Leiam os colegas a menção que o CT1BPT, o incansável Silvio Leiria, faz ao
Seminário e às conclusões comuns (ANPC/Radioamadores) e em especial a
menção que faz ao Dr. Manuel João Ribeiro em
http://www.radioamadores.net/files/prot_civil_rad_ct1bpt.pdf mesmo no final
do artigo ( enganou muito bem este Dr.João Ribeiro).
Uns meses depois, já na qualidade de Presidente da ANPC o sr. Dr.Manuel João
Ribeiro foi a um programa da RTP1, o “Prós e contras”em que entre outros se
falou nas dificuldades em comunicar nos teatros de operações de socorro.
Quando a pivot do programa, a jornalista Fátima Campos Ferreira, o
questionou sobre o facto de a ANPC não recorrer nessas situações ao
radioamadores, o Sr. Presidente da ANPC Dr.Manuel João Ribeiro, a mesma
pessoa que uns meses antes enaltecia e conhecia as capacidades dos
radioamadores, respondeu taxativamente: “ os radioamadores são para quando
falta a luz!”
Os colegas talvez desconheçam mas, em 2004 a ANPC sabe-se lá porquê (???!!!)
na assinatura do protocolo com as associações de radioamadores para além dos
equipamentos que ofereceu às associações, adquiriu equipamentos de
comunicações de radioamadores para instalar nos CDOS - Centros de Operações
de Socorro Distritais.
Acredito que muitos deles continuam na prateleira sem terem sido ainda
instalados.
Na minha zona geográfica só foram instalados definitivamente passados uns 5
ou 6 anos depois de alguma polémica, envolvendo-me com o Comandante
Operacional Nacional e o responsável pela área das comunicações da ANPC.
Verdade seja dita que nunca os vi instalados, ou a funcionar pois desde o
fim do Euro 2004 que mais ninguém do CDOS de Leiria nos contactou, ignorando
nossas tentativas de “aproximação”!...
O mais grave disto é que quando adquiriram estes equipamentos de
comunicações para radioamadores, existiam muitos veículos dos Bombeiros que
não possuíam rádios de Banda Alta para as comunicações nos teatros
operacionais.
Poderia estar horas a dar a conhecer e a recordar os factos e actos que
marcaram negativamente os 13 anos de relacionamento entre a ANPC e os
radioamadores, mas ele são tantos e equitativamente de tão mau gosto por
parte de alguns responsáveis da ANPC…
Os radioamadores e dirigentes associativos investiram muito do seu tempo e
do seu dinheiro para acorrerem às solicitações inócuas, traiçoeiras e de má
vontade, que a ANPC fazia às Associações de Radioamadores, para satisfazer
a agenda e interesses da ANPC e de uns quantos tecnocratas…que quanto mais
propuseram e prometeram, mais falharam!
Saibam os colegas, que os Radioamadores e as Associações de Radioamadores,
prepararam e apresentaram projectos Distritais e Municipais para as
comunicações de emergência, bolsas de voluntários, investiram em
equipamentos e meios para disponibilizar à ANPC e salvo algumas excepções
locais, foram unilateralmente esquecidos pela Autoridade Nacional de
Protecção Civil, pelos seus comandantes distritais e responsáveis
municipais.
Verdade seja dita que desde 1999, só existiram 3 pessoas que objectivamente
reconheceram e reconhecem a mais valia que os radioamadores poderão trazer
em determinadas situações, às comunicações nas operações de socorro e
auxílio, mas muito “aceleradamente” saíram da ANPC.
Foram eles:
- Capitão e Engº Helder Santos
- Tenente Coronel Joaquim Leitão
- Major General- Paiva Monteiro
Os outros, “visionários” que não conseguem aceitar ou observar uma mais
valia para as comunicações de emergência e socorro por parte dos
radioamadores, continuam faustosamente por lá.
Concluindo para terminar este longo texto, tenho a certeza de que:
· os radioamadores estão e estarão sempre disponíveis e preparados
para repor uma rede alternativa de comunicações de emergência
· que se uma catástrofe existir não é o Siresp/Treta que vai
subsistir a esta, o colapso é evidente, mas os radioamadores saberão com os
seus meios repor o que sistema de comunicações de emergência não será capaz
de manter
· no cenário de uma catástrofe não há planeamento que resista à
destruição e ao caos gerado.
· sobre comunicações de emergência por radioamadores não há nenhuma
suspeição ou ónus de culpa para as Associações de Radioamadores ou
radioamadores.
·
Afinal nós somos radioamadores, preparados para enfrentar o desconhecido e
encontrar soluções, adquirindo conhecimento com a nossa actividade, com o
nosso hobby, sempre humildes e disponíveis….os profissionais são eles e
forçam-se por criar um cenário irreal em que sabem e controlam tudo.
…continuemos a ser radioamadores que “estamos” muito bem.
73’s
Paulo Nuno Santos
CT1EWA - Paulo Nuno F.R.Santos
EPC#5619 * 30MDG#1693 * DMC#3521 * 070#1457
ARAL#37 * REP#995 * CTQRP#053
Apartado415 *2430-905 Marinha Grande * Portugal
De: cluster-bounces radio-amador.net
[mailto:cluster-bounces radio-amador.net] Em nome de CT1BAT
Enviada: quarta-feira, 30 de Maio de 2012 21:43
Para: cluster
Assunto: FW: ARLA/CLUSTER: Sismo em Italia - NÃO UTILIZE OS 7060 kHz
Caros Amigos,
A discussão que este tópico já provocou, com várias (e respeitáveis!)
opiniões e algumas (insanáveis e “saudáveis”!) divergências é bem o exemplo
do que será a participação dos radioamadores numa situação de emergência: é
“tudo ao molho e cada um a puxar para seu lado”.
Os radioamadores detêm o conhecimento e os meios que lhes permitem comunicar
quando tudo falha (a energia, as redes de cabo e as digitais, os tetras e
outros que tal).
Falta-lhes, porém, o TREINO e a ORGANIZAÇÃO.
Falando de treino: quantas associações (ou grupos de radioamadores, porque
não?) treinam, regularmente, a actuação em situações de emergência? – Duas?
Três?? Temos mais de 50 associações/grupos em Portugal.
Quantas associações ou grupos de radioamadores já fizeram o levantamento da
sua cidade, sabem de onde se sai e com que meios?
Quantas associações ou grupos … têm um plano com o levantamento das estações
a participar dos QTH e dos radioamadores e das posições a ocupar em caso de
desastre?
E em termos e organização: quem coordena e quem lhe sucede em caso de
impedimento? Quem faz o quê? Com que meios? Onde?
Primeiro, salvo melhor opinião, temos de começar por nos organizar.
Não esperem que um qualquer “comandante” (cujos objectivos são diferentes
dos nossos) nos diga o que fazer, como e com quê… pura e simplesmente não
sabem, nem querem saber.
Alguns percebem tanto de comunicações como eu de lagares de azeite, que
nunca entrei em nenhum! Já ouvi falar que existem…
Segundo alguns de nós, emergência não é com os radioamadores.
È verdade mas somos incapazes de ficar indiferentes quando ao nosso lado
precisam da nossa ajuda e nós temos os meios e o know how que aqueles a
quem compete fazê-lo não têm ou não os sabem usar.
Preparem-se porque, se houver azar, ainda nos vamos deparar com os (pseudo?)
profissionais do socorro que têm não sei quantos barcos e ambulâncias, que
dão/vendem cursos e que (até!) fazem a cobertura da visita papal com 601
radioamadores!!!
Portanto meus amigos é bom que, quem reconhecer que os radioamadores têm
algo a ver (também!) com emergências, comece a pensar em PLANOS, TREINOS e
ORGANIZAÇÃO.
Fora disto, é tudo ao molho e fé em Deus.
E que não se use mais este tópico para manifestações que à cordialidade
dizem “nada”.
Abraços
73 de
José Machado – CT1BAT
De: cluster-bounces radio-amador.net
[mailto:cluster-bounces radio-amador.net] Em nome de Paulo Santos
Enviada: quarta-feira, 30 de Maio de 2012 20:12
Para: Resumo Noticioso ARLA/CLUSTER
Assunto: Re: ARLA/CLUSTER: Sismo em Italia - NÃO UTILIZE OS 7060 kHz
Boas Eduardo,
Em 30/05/2012 19:56, Eduardo A. escreveu:
Paulo,
Os factos são este:
Existe uma emergência e real em Italia e os planos nao foram cumpridos essa
é a realidade!! Por assim ser na realidade os de 2ª classe estão excluídos
para já!
Não é isso que se pede, o que se pede é que mantenham a frequência usada por
eles livre, logo não tem nada a ver com categorias, só um reparo é categoria
2 e não 2ª classe essa
conotação é forte de mais
Olha-se pois!! as categorias e ás frequências e tudo… porque apesar de estar
em emergência nao quer dizer "republica das bananas"!
Engano eu sei do que falo..
O outro também teve uma situação de vida ou morte numa via da margem sul se
bem me lembro… utilizou um repetidor da GNR (ali na votla do 148mHz) para
declarar a emergência e a GNR acedeu á emergência… o pior veio depois! Os
problemas foram sérios no entanto tratou-se de salvar uma vida!! (Ele ainda
por aqui deve de andar se quiser que se pronuncie!)
Não o devia ter feito, apesar de ser radioamador ou CB não lhe dá o direito
de operar numa frequência para a qual não esta autorizado a GNR acedeu a
emergência como devia de ser e claro
esta depois deve ter movido uma acção contra o infractor, este procedimento
está mais do que correcto.
Lá por sermos radioamadores não nos dá o direito de transmitir fora da nossa
banda, como dizes isto não é a "republica das bananas".
73
Eduardo A.
CT1EEW-CT01110
From: Paulo Santos <ct4dk.santos gmail.com>
Reply-To: Resumo Noticioso ARLA/CLUSTER <clusterre radio-amador.net
<mailto:cluster radio-amador.net> >
Date: Quarta-feira, 30 de Maio de 2012 19:16
To: Resumo Noticioso ARLA/CLUSTER <cluster radio-amador.net>
Subject: Re: ARLA/CLUSTER: Sismo em Italia - NÃO UTILIZE OS 7060 kHz
Olá Eduardo 73,
Eu conheço o QNAF e também conheço as frequências de Emergência da IARU
fazendo comparação:
BANDA
Frequências. IARU
Categoria 2
15m
21360 kHz
21151 a 21450 kHZ
17m
18160 kHz
N/A
20m
14300 kHz
14125 a 14350 kHz
40m
7110 kHz
7100 a 7200 kHz
80m
3760 kHz
3700 a 3800 kHz
Só vejo que não possam acompanhar as comunicações de emergência nos 17m mas
pela experiência que tenho em comunicações
de emergência ate hoje os 17m nunca foram usados, normalmente as mais usadas
são os 40 e os 20m.
Também sei que façe a uma situação real de emergência Nacional não se olha a
categorias podemos estar todos convocados a ajudar
(os que quiserem é claro).
73 de Paulo Santos, CT4DK
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