ARLA/CLUSTER: Einstein 1 / Neutrinos 0 = A velocidade dos neutrinos não supera a da luz

João Costa > CT1FBF ct1fbf gmail.com
Sábado, 17 de Março de 2012 - 21:00:13 WET


Experimento do CERN mostra que neutrinos não são mais rápidos que a luz

GENEBRA — Os neutrinos não superaram a velocidade da luz, de acordo com
novos cálculos de um teste realizado no ano passado que sugeriu que as
partículas quebraram o limite de velocidade do universo, um resultado que
questionou a física de Einstein, informou o CERN nesta sexta-feira.

As novas medições foram realizadas por uma equipe independente da dos
cientistas que fizeram o anúncio provisório, mas extremamente polêmico,
sobre as partículas mais rápidas que a luz.

"Essa descoberta indica que os neutrinos não excederam a velocidade da
luz", informou o Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (CERN) em um comunicado
divulgado à imprensa.

O CERN anunciou no mês passado que problemas técnicos podem ter distorcido
os resultados iniciais, algo de que os críticos da descoberta sempre
suspeitaram.

A controvérsia começou em setembro, quando a equipe de especialistas OPERA
anunciou cautelosamente que partículas subatômicas chamadas de neutrinos
viajaram seis quilômetros por segundo mais rápido que a velocidade da luz,
descrevida por Einstein como a velocidade máxima no Cosmos.

Os neutrinos foram cronometrados entre sua saída do gigantesco laboratório
subterrâneo do Cern, perto de Genebra, e depois, após viajar 732
quilômetros pela crosta terrestre, e sua chegada ao Gran Sasso Laboratory,
na Itália.

Para realizar esta viagem, os neutrinos deveriam ter levado 0,0024
segundos. No entanto, as partículas foram cronometradas chegando 0,00000006
(60 nanossegundos) antes do esperado.

Sabendo que sua descoberta provocaria uma tempestade no mundo científico, a
equipe OPERA pediu para que outros físicos realizassem suas próprias
medições para corroborar ou refutar o que eles observaram.

Como parte desta verificação, um experimento chamado ICARUS, do Gran Sasso
Laboratory, analisou de forma diferente o voo de sete neutrinos que já
havia sido capturado pela equipe OPERA.

"Segundo as medidas do ICARUS, a velocidade dos neutrinos não supera a da
luz", explicou Carlo Rubbia, vencedor de um prêmio Nobel e porta-voz do
projeto ICARUS.

Mas ele e o diretor do CERN Sergio Bertolucci defenderam fervorosamente o
direito dos cientistas de fazerem anúncios excepcionais e o direito de
outros de verificarem as informações.

"Independentemente do resultado, o experimento do OPERA se comportou com
uma perfeita integridade científica, ao submeter suas medições a outros
cientistas e convocar a realização de medições independentes. É assim que a
ciência funciona", considerou Bertolucci.

Fonte: (AFP)
Rubbia acrescentou: "Estas são medidas difíceis e sensíveis para fazer e
eles ressaltam a importância do processo científico".


Em fevereiro, o CERN afirmou que a equipe OPERA verificava uma conexão a
cabo e um instrumento de tempo chamado de oscilador, que pode ter
distorcido as medidas do tempo de viagem dos neutrinos.


Reforçando este cenário, Bertolucci afirmou nesta sexta-feira que "as
evidências estão começando a apontar que o resultado OPERA seja um artefato
da medição".


Mas ele ressaltou que outras verificações estavam sendo feitas, inclusive
novos experimentos com feixes de partículas em maio, "para dar o veredicto
final"




Mais informações acerca da lista CLUSTER