ARLA/CLUSTER: S. João da Madeira já tem Internet wireless grátis para todos

João Costa > CT1FBF ct1fbf gmail.com
Sexta-Feira, 15 de Junho de 2012 - 22:16:56 WEST


Em S. João da Madeira, a Internet sem fios passa a ser gratuita para todos

Rui Costa, vice-presidente da autarquia, fala em igualdade de
oportunidades no acesso ao conhecimento ()

 Nasceu o primeiro concelho português com total cobertura wireless. Um
serviço que custará 586 mil euros nos próximos três anos, valor
comparticipado em 80% por fundos comunitários e em 20% pela câmara
.
O concelho mais pequeno do país é hoje a primeira cidade portuguesa
com cobertura wireless em todos os suportes de acesso à Internet, sem
cobrar nada aos utilizadores. Nos oito quilómetros quadrados do
concelho de S. João da Madeira, há wireless de acesso público e
gratuito em quase 200 pontos, que permitem uma cobertura em bairros
sociais, escolas, áreas residenciais e empresariais, parques de lazer
ou esplanadas de cafés. A câmara acredita que tem um poderoso
instrumento de desenvolvimento económico e social nas mãos.

Rui Costa, vice-presidente da autarquia, fala em igualdade de
oportunidades no acesso ao conhecimento, em competitividade, em
captação de investimento. "Temos de mostrar que o território é
atractivo, que aqui as pessoas têm qualidade de vida. Inovação e
inclusão social fazem parte da estratégia do município", afirma.
"Sendo a inovação uma marca de S. João da Madeira, pareceu-nos
importante implementar uma rede sem fios de acesso gratuito. Trata-se
de um contributo para a democratização de uma ferramenta poderosa como
é, hoje em dia, a Internet", adianta Rui Costa. A densidade
populacional foi uma das principais razões para avançar com o
projecto. O concelho tem cerca de 23 mil habitantes, número que estica
durante o dia por motivos profissionais e de lazer.

Sanjonet - Rede Municipal Sem Fios de Acesso à Internet é o nome desta
ferramenta, que custará 586 mil euros, 80% comparticipados por fundos
comunitários, durante os próximos três anos. O projecto é apresentado
hoje nos Paços da Cultura de São João da Madeira, com as presenças do
ministro dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, do administrador
da Optimus, Manuel Ramalho Eanes, e do presidente da câmara, Castro
Almeida.

Rui Costa está seguro das vantagens. "Este serviço gera uma rede
comunitária. Imaginemos que um estudante está em sua casa e precisa de
fazer um trabalho de grupo com os colegas. Encontrando sinal, poderá
partilhar informação nessa rede sem passar pela Internet",
exemplifica. "Um aluno poderá ter um Magalhães, mas depois é preciso
haver um acesso à Internet e poderá haver famílias que não tenham
condições de o assegurar", acrescenta.

Igualdade de oportunidades é também um objectivo que se pretende
atingir. "Cada vez mais, a Internet é um instrumento de inclusão
social, de combate à solidão, de acesso à informação." "Consideramos
que era importante dar esse passo e houve um particular cuidado quanto
ao acesso a esta rede nos bairros sociais", refere o vice-presidente
da autarquia. Numa primeira fase, depois de se perceber quais as zonas
mais procuradas, poderá ser necessário reforços de largura de banda.
Até agora, foram detectadas boas velocidades em mais de 85% dos pontos
disponibilizados. "Não podemos assegurar que haverá Internet metro a
metro, poderá haver necessidade de fazer pequenas deslocações para
captar o sinal", avisa Rui Costa.

Ao entrar num mercado concorrencial, a autarquia garante que foi
cuidadosa. Abriu um concurso público internacional e o serviço acabou
por ser adjudicado à Optimus, que ficará responsável pela rede e toda
a gestão. "Comunicámos à Anacom a intenção que tínhamos, mas nunca
recebemos uma resposta relativamente a esta matéria. A partir do
momento em que o concurso público referia expressamente que o serviço
teria de ser adjudicado a um operador, a questão da concorrência
estará salvaguardada", afirma Rui Costa.

O autarca realça ainda o facto de a rede permitir a partilha de
informação sem passar pela Internet e de funcionar como "um campo de
experimentação para diversas soluções". Nesse sentido, a câmara quer
disponibilizar serviços municipais, e não só, que permitam, por
exemplo, efectuar a telecontagem do consumo de água e electricidade ou
criar uma rede de telemedicina de forma a acompanhar os idosos. Para
isso, há um protocolo assumido entre a autarquia e o Instituto de
Engenharia de Sistemas e Computadores (INESC) do Porto. "O INESC vai
desenvolver alguns produtos e serviços que gostaria de experimentar
numa rede de Internet", adiantou Rui Costa.


Fonte: Jornal Publico de 15.06.2012 - 17:07 Por Sara Dias Oliveira




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