ARLA/CLUSTER: Alfabeto latino perde exclusivo nos endereços web, está em marcha "uma revolução" na rede.

João Gonçalves Costa joao.a.costa ctt.pt
Quinta-Feira, 12 de Janeiro de 2012 - 18:12:33 WET


Alfabeto latino perde exclusivo nos endereços web
A Internet reorganiza-se com a liberalização dos domínios
12.01.2012 - 13:11 Por Hugo Torres

A liberalização dos domínios de topo na Internet arranca nesta quinta-feira. Em 2013, quando este processo estiver concluído espera-se que a Web seja uma rede mais abrangente e com endereços a acabar em nomes de marcas, empresas, organizações ou cidades, que passam a coabitar na Internet ao lado dos domínios tradicionais atuais, como .com, .net ou .pt.

É uma mudança significativa na organização da rede. Primeiro, porque o alfabeto latino deixará de ser o único utilizado nos endereços web: os novos domínios poderão ser grafados em caracteres árabes, chineses, cirílicos, hebraicos e gregos. Esta novidade, explica o porta-voz do ICANN, Brad White, "pode aumentar dramaticamente as taxas de penetração da Internet [em todo o mundo]", cita o Huffington Post.

O ICANN (sigla inglesa para Corporação da Internet para Atribuição de Nomes e Números), com sede nos EUA, é a organização não lucrativa responsável pela gestão dos endereços de Internet. É o ICANN que centraliza as propostas de registo e decide sobre a atribuição de novos domínios, de acordo com regras pensadas para assegurar que os proponentes são capazes de os manter e gerir, evitar abusos e proteger marcas.

A apreensão gerada por esta abertura tem sido veiculada não apenas por empresas, preocupadas em proteger as suas marcas - tal como já aconteceu aquando da introdução do sufixo .xxx, dedicado a conteúdos pornográficos - mas também pelas autoridades que policiam a Internet, que vêem na proliferação de domínios uma dificuldade acrescida na monitorização da rede.

O ICANN já tentou sossegar estas inquietações, desde logo com o preço estabelecido para criar um novo domínio: 185 mil dólares (145 mil euros), a que acrescem 25 mil dólares anuais (19.600 euros) para manutenção. De resto, as pessoas ou os executivos de topo das empresas que pretendam fazê-lo terão os seus antecedentes criminais verificados, anunciou o director executivo do ICANN, Rod Beckstrom.

O período de candidaturas para a criação de novos domínios decorre até 12 de Abril. Em Maio, o ICANN publicitará essas solicitações. Em seguida, abre o período de reclamações. E é nessa altura que é aplicada outra medida de segurança pensada para apaziguar os empresários preocupados com as suas marcas: qualquer tentativa de violar uma marca registada será imediatamente banida, deixando a candidatura de ser válida.

As marcas - e as organizações e as cidades - são a segunda razão por que a organização da Internet será muito diferente, no próximo ano. A rede deixará de estar arrumada em domínios de topo genéricos como .com., .org ou .net, e de sufixos referentes aos países de origem, como .pt (Portugal), .br (Brasil) ou .ao (Angola). Dactilografar um endereço, em 2013, pode vir a acabar em .nyc, .bank ou .facebook.

Nova Iorque é uma das cidades que revelaram estar interessadas no seu próprio domínio. Berlim, também. São pedidos ao ICANN que não terão concorrência, ao contrário de outros, que se espera que sejam muito requisitados como .web, .bank, .music ou .wine. É uma oportunidade de negócio.

Nos casos em que se verificarem propostas para o mesmo sufixo, de acordo com as regras, o caso será resolvido em leilão. Segundo o The Wall Street Journal, os especuladores já estão a fazer o seu caminho: reuniram o capital necessário, criaram empresas para apresentar a candidatura à compra dos domínios e vão agora tentar concretizar o negócio; depois, esperam pela conclusão do processo para os rentabilizar.

"O verdadeiro motivo pelo qual estamos a fazer isto é para aumentar a competição e a inovação na Internet", afirmou Brad White, o porta-voz do ICANN, que espera receber entre 500 e 1000 candidaturas. O director executivo da agência, Rod Beckstrom, defendeu, por seu turno, que está em marcha "uma revolução" na rede.

Fonte: Jornal Publico
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