ARLA/CLUSTER: Comentário à "heresia" da protecção civil

Gomes ct1hix sapo.pt
Domingo, 1 de Janeiro de 2012 - 01:06:01 WET


Boas
Este post é so para lembrar que uma protecção civil profissional é coisa 
de países ricos...
Portugal é um país pobre!
Bom Ano

73 Gomes op: CT1HIX
www.ct1hix.webs.com <http://www.ct1hix.webs.com>






Em 31-12-2011 19:20, AV escreveu:
> Caro Filipe,
>
> Obrigado pelos comentários. Junto algumas rectificações.
>
>
> 2011/12/30 Filipe Ferreira <filipect1ddw  hotmail.com 
> <mailto:filipect1ddw  hotmail.com>>
>
>     *CT1DDW passa a comentar:
>     *
>     ------------------------------------------------------------------------
>     From: radiophilo  gmail.com <mailto:radiophilo  gmail.com>
>     <...>
>     1. As comunicações de emergência não são actividades de
>     radioamadorismo*.(errado, está explicitado do Regulamento da IARU
>     e nacional o contrário, há que obedecer aos regulamentos para não
>     haver o granel que há!)*
>
>
> Se não vir inconveniente, tratarei de responder em email separado.
>
>     <...>
>     2. Os radioamadores não são protectores civis.
>     Não têm formação, não têm treino, mas mais importante do que isso,
>     não têm disciplina nem disponibilidade nem, na maior parte dos
>     casos, vontade. Em ocorrências reais facilmente se tornam um
>     empecilho e não se pode confiar que apareçam se forem chamados.
>     Colocar uma responsabilidade dessas sobre um radioamador é muito
>     deslocado e injusto. Há dias um colega referia que apesar das
>     associações desenvolverem algum trabalho, os voluntários não
>     aparecem. Pouco me espanta.
>     *(visão distorcida da realidade, há radioamadores que têm formação
>     e treino em socorro, existem os disciplinados e aqueles que têm um
>     voluntarismo acima do razoável, que aparecem quando são chamados -
>     não tomar a parte pelo todo ou vice-versa!)*
>     **
>
>
> Penso que não me expressei correctamente. Não pretendia queixar-me de 
> nada nem atacar ninguém. É evidente que há amadores com elevada 
> sensibilidade e competência para a protecção civil, tal como há 
> radioamadores com brevet de pilotagem de aeronaves. No entanto isso 
> não confere à classe nenhuma capacidade especial para nenhuma dessas 
> actividades.
> O que eu  pretendia dizer é que enquanto classe, os radioamadores não 
> têm aquelas características. Não faz parte da sua formação nem prática 
> operativa desenvolver capacidades de protectores civis.
> Quanto à disponibilidade, não me refiro a má vontade porque sei que 
> nenhum amador vira as costas numa situação séria, mas sim à natureza 
> do radioamadorismo. Os radioamadores não cumprem horários nem andam 
> sempre na vizinhança das suas estações, para iso há profissionais. Os 
> meus equipamentos estão desligados sempre durante 16 das 24 horas do 
> dia, e sei que isto é verdade para muitos de nós.
>
>     <...>
>
>     Como se está a verificar hoje em dia nos EUA, as tais novas
>     aquisições que fazem as delícias da ARRL têm contribuido pouco
>     para o radioamadorismo. É um bando de protectores, eventualmente
>     bem organizado mas muito mal informado, que obtêm as suas licenças
>     de forma fraudulenta e impostora e que pilham os recursos dos
>     radioamadores para fins que nada têm a ver com o radioamadorismo.
>     São uns parasitas.
>     *(discordo deste fundamentalismo, há lugar para todos no
>     Radioamadorismo para quê ter esta visão redutora? E em Portugal
>     não houve fraude na obtenção de licenças?)
>     *
>
> Concordo que as fronteiras do radioamadorismo moderno não parecem ser 
> muito bem vincadas mas a definição legal é a da UIT e se reflectirmos 
> um pouco vemos que é bastante.
> Não concordo que haja lugar para todos no radioamadorismo, e se eu 
> quiser montar um serviço de táxis utilizando o repetidor de VHF do 
> Montejunto o colega imediatamente me dará razão. É um exemplo extremo 
> porque esbarra no termo "pecuniário" da definição, mas parece que essa 
> é a única fronteira que todos parecem respeitar. As expressões "a 
> instrução individual, a intercomunicação e o estudo técnico" não 
> parecem ter já significado para o radioamador, pelo menos na opinião 
> de muitos.
> Quanto á fraude em Portugal, não comento. Estava a discutir aquela 
> usurpação e não esta.
>
>     <...>
>
>     Isto não quer dizer que os radioamadores não possam ter
>     actividades desta natureza, quer por iniciativa própria em caso de
>     necessidade quer quando solicitados. Não há amador que se negue a
>     isso, tenho a certeza. Convém no entanto deixar claro que não é
>     essa a sua função na sociedade.
>     Tal como os militares podem ser chamados a apagar fogos nos casos
>     mais graves no pino do verão, convém que se saiba que não é essa a
>     função deles e que servem para outras coisas.
>     *(isto já é contraditório, antes não "podiam apagar fogos" agora
>     sim!!!! Em que ficamos?)*
>
>
> Lamento, não vejo nenhuma contradição. Creio que fui explícito no que 
> disse.
>
>     Mas então para que servem os radioamadores?
>     Como aqui lembrou sabiamente o colega Gamito, servem para "se
>     instruirem a si próprios, para se intercomunicarem e para efectuar
>     estudos técnicos, a título unicamente pessoal e sem interesse
>     pecuniário" *(esta é uma visão muito redutora e individualista,
>     então existimos só para nos recriarmos? E o "apagar de fogos" que
>     referiu antes?)
>     *
>
>
> Não falei em recreio, mas sim em trabalho. Auto-instrução e estudos 
> técnicos são coisas que exigem esforço e representam mais-valias para 
> a sociedade. Não percebo como se pode desprezar isto, que é afinal o 
> mandato que temos e a razão porque existimos.
>
>     **A sociedade, no seu todo, investe nisto alguns recursos e sem
>     dúvida que espera resultados, que têm sido fornecidos ao longo dos
>     anos. *(esta frase não a compreendo, mas afinal a "sociedade
>     investe" em quem? Nas estações e equipamentos dos radioamadores
>     investem, e muito, os próprios e sem deduções à colecta!
>     "Resultados ... fornecidos ao longo dos anos", será que se refere
>     ao auxílio dos Radioamadores nas emergências?)
>     *
>
>
> Que mais não seja, a sociedade investe em nós dando-nos espectro. Não 
> só espectro como dá aos CBs ou aos PMRs mas fatias boas e nobres em 
> todo o tipo de ondas que são usadas para radiocomunicações.
> Com se viu em exemplos recentes, esse espectro é cobiçado e devemos 
> agradecer à UIT, isto é, aos governos dos estados membros, a sua 
> manutenção e até expansão.
> No dia em que houver uma investida séria de algum interesse comercial 
> para tomar de assalto o "nosso" espectro, é bom que nós amadores nos 
> lembremos do retorno de investimento que prestámos à sociedade e que 
> saibamos lembrar disso os nossos governantes. E não me refiro ao 
> auxílio dos radioamadores nas emergências. Recordo que o maior e mais 
> recente assalto ao nosso espectro partiu de legisladores 
> norte-americanos que pretendiam utilizar um bom pedaço de espectro em 
> UHF que incluia a totalidade da banda dos 70 cm para montar uma 
> espécie de Siresp à americana. Tudo em nome das emergências, claro. 
> Felizmente os nossos colegas da ARRL lá foram explicar ao senhor como 
> são as coisas e ficou tudo em águas de bacalhau. E tenhamos cuidado, 
> que por cá os nossos governantes também não estão a ficar mais cultos 
> com o passar do tempo.
>
>     **Ainda recentemente houve mais um exemplo disso que vem bem a
>     propósito aqui referir.
>     Dos vários exercícios de protecção civil que vão ocorrendo ao
>     longo do ano, houve um promovido ou organizado pelo SMPC de Sintra
>     no qual participaram algumas organizações de radioamadores.
>     Destas, houve uma que se destacou de forma muito proeminente ao
>     proporcionar a transmissão de imagem através do repetidor de TVA
>     de Sintra.
>     Enquanto os outros vão lá fazer o mesmo que os protectores civis
>     já fazem, e melhor, a LARS levou o produto dos tais "estudos
>     técnicos" feitos por radioamadores ao conhecimento e à utilização
>     em primeira mão pelos verdadeiros agentes de protecção civil, para
>     que possam experimentar e ver e daí tirar as conclusões que
>     entenderem.
>     *(já percebi, então só vale quando Radioamadores mostram coisas
>     novas nos simulacros. De resto é "deixar arder que o meu pai é
>     bombeiro"? Também se deixa entender que é adepto da TVA, também
>     gosto entre outras coisas, mas os estudos técnicos a inovação não
>     podem ser guardados em "caixinhas", e quem os realiza não se pode
>     colocar de parte na cidadania. *
>
>
> Apre! Não se zangue!
> Eu não tenho nada a ver com o evento em causa, não sou sócio da LARS e 
> não pratico TVA. Bolas, assim de repente tive vergonha do exemplo que 
> dei, dos feitos dos nossos colegas e cheguei a pensar inscrever-me na REP.
>
> Olhe, não sei bem como explicar melhor esta, mas atendendo aos fins 
> para que foi criado o radioamadorismo acho que somos mais úteis a 
> desenvolver meios técnicos do que a debitar mortos e feridos ao 
> microfone. No dia em que aqueles a quem compete debitar essas coisas 
> não o puderem fazer e me pedirem para o fazer em vez deles, pois 
> fá-lo-ei com gosto. E fá-lo-ei na minha qualidade de radioamador, não 
> de protector civil porque disso não percebo nada.
>
>     <...>
>
>
> Um feliz Ano Novo a todos.
>
> 73,
> António Vilela
> CT1JHQ
>
>
>
>
> _______________________________________________
> CLUSTER mailing list
> CLUSTER  radio-amador.net
> http://radio-amador.net/cgi-bin/mailman/listinfo/cluster


-- 
73 Gomes op: CT1HIX
www.ct1hix.webs.com

-------------- próxima parte ----------
Um anexo em HTML foi limpo...
URL: http://radio-amador.net/pipermail/cluster/attachments/20120101/bbbea13e/attachment.html


Mais informações acerca da lista CLUSTER