ARLA/CLUSTER: Testes dos modulos do Radiotelescópio SKA em Portugal
João Gonçalves Costa
joao.a.costa ctt.pt
Terça-Feira, 4 de Dezembro de 2012 - 12:09:39 WET
SKA - Radiotelescópio de topo em Portugal
O Square Kilometre Array (SKA) é um projeto científico multinacional que tem como objetivo construir o maior e mais sensível radiotelescópio que ajudará a obter a resposta a alguns dos mais intrigantes mistérios do nosso Universo incluindo a energia escura, a relatividade geral em condições extremas e porque é que o Universo tem a aparência atual.
O SKA tem capacidade para revelar o nascimento das primeiras galáxias, detetar colisões entre buracos negros e, graças à sua elevada resolução, pode recolher provas do processo de formação de planetas noutros sistemas solares. A sua potência é tal que lhe permitirá captar o equivalente ao sinal dum emissor de TV proveniente de um planeta em órbita de uma estrela próxima do Sol. Esta sensibilidade e resolução tornarão também possível fazer a cartografia das protoestructuras que deram origem às primeiras estrelas no Universo.
O local escolhido para testar os módulos do radiotelescópio, liderado em Portugal pela Universidade de Aveiro, fica mesmo junto à fronteira e do outro lado um parque natural, um sítio sossegado e calmo adequado às experiências. Decorrem já na Herdade da Contenda os primeiros ensaios de funcionamento de uma unidade do sistema Embrace (Electronic Multibean Radio Astronomy Concept), que integra o núcleo do gigantesco radiotelescópio.
São vários os fatores que levaram uma jovem equipa de cientistas portugueses, ingleses e holandeses a optar pela Herdade da Contenda : disponibilidade de área, Espectro Radioeléctrico limpo, custos do desenvolvimento das infraestruturas bastante atrativos e excelentes condições iono e troposféricas. Esta região Alentejana beneficia ainda de grande período de exposição solar e maior número de meses com elevada temperatura ambiente.
O SKA vai permitir observar e cartografar as primeiras estrelas e galáxias, mapear fenómenos violentos no Universo como buracos negros, detectar riscas de moléculas precursoras de vida em sistemas planetários distantes e vida inteligente no universo.
A construção deverá começar em 2014, as primeiras observações estão previstas para 2017 e o radiotelescópio poderá começar a funcionar em pleno até 2022, e irá ocupar 3000 quilómetros, terá 2500 antenas parabólicas e 250 estações, e poderá cobrir uma "ampla gama de frequências" entre os 30 Megahertz e os 20 Gigahertz.
Fonte: Grupo Radioamadores de Cascais
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