ARLA/CLUSTER: Telecomando sem pilhas desenvolvido na Universidade de Aveiro

João Costa > CT1FBF ct1fbf gmail.com
Sábado, 1 de Dezembro de 2012 - 19:40:20 WET


Universidade de Aveiro faz energia 'a partir quase do nada'

 Um futuro sem pilhas. É este o sonho dos investigadores da
Universidade de Aveiro, Nuno Borges Carvalho e Alírio Boaventura, que
criaram um sistema que converte ondas de rádio em energia eléctrica.
O primeiro exemplo do trabalho que está a ser desenvolvido pelos dois
cientistas portugueses é um comando de televisão sem pilhas, que ainda
é um protótipo, mas que pode rapidamente ir parar à casa de quem gosta
de fazer zapping, mas não quer gastar dinheiro a trocar pilhas.

«É um projecto único no país e é um dos resultados mais visíveis do
trabalho levado a cabo pala academia de Aveiro no que toca à
transferência de energia sem fios», anuncia em comunicado a
Universidade de Aveiro, lembrando que «só em Portugal os
telespectadores gastam anualmente cerca de 3 a 4 milhões de pilhas
para mudarem de canal sentados no sofá».

O telecomando desenvolvido por Alírio Boaventura, investigador do
Instituto de Telecomunicações (IT) da Universidade de Aveiro (UA),
pode mesmo provocar uma verdadeira revolução ecológica ao permitir que
as pilhas, que são altamente poluentes, sejam uma coisa do passado.

Constituído apenas por uma placa de circuitos e, para já, por quatro
botões que permitem mudar de canal e regular o volume, o segredo do
telecomando antipilhas, explica a Universidade, «está na sua antena
conversora de energia».

É esta antena que converte em energia elétrica DC as ondas de rádio
emitidas por um leitor RFID previamente instalado no televisor.

«Um modelo possível de exploração desta tecnologia passa por,
futuramente, incorporar o sistema rádio (RFID) em dispositivos como
televisores. Alternativamente e de forma a garantir compatibilidade
com os equipamentos já instalados, um adaptador de radiofrequência
para infravermelhos poderá ser usado», explica Alírio Boaventura.

Nas experiências feitas, os cientistas desenvolveram uma antena que
transforma o sinal eletromagnético numa corrente elétrica contínua
capaz de ligar duas lâmpadas LED.

«Se fosse junto da antena de TV do Monte da Virgem, em Gaia, daria
para ligar bem mais do que dois LEDs», garante Nuno Borges Carvalho,
investigador do IT e um dos responsáveis pelos avanços que a UA tem
feito no estudo de um filão energético que paira no ar à espera de ser
aproveitado, a conversão de radiofrequências em eletricidade.

«Este princípio pode ser aplicado a qualquer tipo de emissão
eletromagnética, quer seja rádio FM, TV, Wi-Fi ou GSM, o que permite
que, no futuro, se possa vir a carregar a bateria de dispositivos
móveis sem estar dependente de uma única frequência», aponta Nuno
Borges Carvalho, numa nota do gabinete de imprensa da Universidade de
Aveiro.

«Com esta tecnologia vai ser possível, por exemplo, criar chaves de
carros que estão sempre a coletar energia das comunicações rádio e que
só a gastam quando são usadas. O conceito também pode ser útil para
criar sensores ambientais, alarmes, lanternas ou até mesmo fornecer
energia ‘gratuita’ à iluminação pública situada num raio à volta do
retransmissor da estação de rádio», prevê Nuno Borges Carvalho. «Em
qualquer destes casos temos a vantagem de dispensar o uso de pilhas ou
de energia elétrica da rede pública», diz o investigador.


margarida.davim  sol.pt

Fonte: Universidade de Aveiro




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