Re: ARLA/CLUSTER: Analise às listagens dos indicativos de chamada publicadas pela ANACOM por Pedro Ribeiro - CR7ABP

Bruno Luengo brujomolu yahoo.com.br
Sexta-Feira, 23 de Setembro de 2011 - 12:24:48 WEST


Bom dia,
eu sublinhei abaixo uma frase que me deixou intrigado. Onde é que diz que os actuais B e C têm obrigatoriamente de subir de categoria? Pelo menos é o que percebo da frase. O que eu li é só em relação aos da categoria 3. Mas se há alguma coisa nova sobre o assunto que me indiquem onde posso ler.

73 de
CT5IPX - Bruno Luengo
Torre da Marinha - Seixal (IM58KO)


From: João Gonçalves Costa 
Sent: Thursday, September 22, 2011 5:52 PM
To: CLUSTER (cluster  radio-amador.net) 
Subject: ARLA/CLUSTER: Analise às listagens dos indicativos de chamada publicadas pela ANACOM por Pedro Ribeiro - CR7ABP


ICP-ANACOM publicou listagens actualizadas dos indicativos de chamada

O regulador publicou no passado mês de Junho a listagem de Indicativos de Chamada (IC/ICA) de estações individuais de amador fixas e de Licenças de Estação de Uso Comum (LEUC).

A publicação deste ano apresentou uma informação mais completa, incluindo detalhes sobre os períodos de validade das licenças activas e suspensas bem como os indicativos de estação de amador fixa adicional "/1" (ICA).

As listagens deixaram de incluir um conjunto de dados detalhados de natureza pessoal (ex. nomes, rua da residência, etc.), o que sob o ponto de vista de protecção de dados pessoais é de realçar. Muitos sentirão falta desta informação. Talvez uma versão simplificada dos dados pessoais incluindo somente o nome, apelido do amador e a localização Maidenhead[1] (locator) fosse a solução equilibrada e útil.

Pena é que não tenham sido incluídos os Indicativos de Chamada Ocasionais Anuais (ICOA), informação que esperamos seja contemplada no próximo ano.

Para se poder realizar uma análise comparativa rigorosa em relação aos números dos últimos anos, seria interessante ter sido mantida a informação da categoria associada a cada IC/ICA; no estudo que se realizou grande parte desta informação foi inferida[2] ou dos dados publicados em 2010 ou, para os indicativos atribuídos após o Decreto-Lei 53/2009, pelo prefixo. Neste processo foram também agregados os números da extinta categoria B com Morse aos de categoria B sem Morse, nos números dos anos em que essa distinção existia.

Da comparação realizada são de salientar as seguintes tendências:

O ligeiro decréscimo dos detentores das categorias A, B e C o que se entende já que não existe qualquer possibilidade de entrada de novos membros; os actuais (B e C) ou realizam exame e ascendem às categorias numeradas (1 e 2) ou desistem do hobby ou passam (infelizmente) à categoria SK. Na redução observada também não será alheio o processo de distribuição dos novos Certificados de Amador Nacional (CAN) ocorrido no ano passado que terá permitido eliminar alguns IC de amadores que na realidade já não se encontravam em actividade á anos.

Também de realçar é o crescimento muito significativo das categorias 1 e 3. A triplicação da categoria 1 pode-se justificar com a subida de categoria de diversos amadores de categoria B que tiveram a coragem e o mérito de se submeterem a exame bem como a licenças obtidas ao abrigo de acordos de reciprocidade ou de equivalências para detentores de documentos habilitantes emitidos pela CEPT ou UIT, situação tipicamente usada por imigrantes actualmente residentes no nosso país.     
Em relação à categoria 3 o também elevado crescimento dever-se-á em grande parte à realização de acções de formação por parte de algumas associações e de grupos de dinamização, provavelmente a esperança da revisão da lei no que concerne às actuais restritivas regras de operação da categoria e ascensão à categoria superior terá funcionado como motivação para alguns indecisos se proporem a exame. 
Parece comprovado que o interesse pela actividade existe quer nos mais novos quer em adultos, será é bastante complicado manter o "bicho" vivo durante dois anos guardado numa caixinha. Também aqui teremos uma responsabilidade que só poderá ser assumida pelos amadores das categorias superiores (A, B, 1 e 2) e pelas associações, de lhes proporcionarem as actividades e condições mínimas para operação nos termos da lei.

Verdadeiramente decepcionantes são os números referentes à categoria 2 que só conseguiu cativar dois colegas durante estes dois anos, tal parece infelizmente corroborar com a generalização que se ouve frequentemente, pejorativa em relação à dedicação dos amadores de categoria C à evolução.

Com os dados deste ano também é possível percebermos a quantidade de amadores por algum motivo solicitaram a suspensão do CAN, 10,8% é um número que merece reflexão e para o qual a falta de legislação que proteja o direito de instalação de antenas em prédios e condomínios será um forte contribuidor.

A listagem dos indicativos de chamada das Licenças de Estação de Uso Comum (LEUC) revela um decréscimo do número de associações com ICs atribuídos. Tal pode ser justificado com a extinção de algumas associações que não tenham conseguido justificar a sua existência perante as regras mais rígidas da lei actual. O crescimento do número de ICs revela no entanto que a actividade em torno das associações se mantém, talvez com a fusão de algumas para conjugação de esforços, o que é positivo. Neste aspecto tem-se também verificado o aparecimento de diversos grupos de dinamização em instituições de ensino e tal tem sido apadrinhado pelas associações com o licenciamento de LEUCs para suporte às actividades.

Os tempos que passam não são favoráveis à actividade que exige recursos monetários e de dedicação que nem todos lhe podem atribuir, a lei vigente peca em restrições absurdas (que não existem em outros hobbys como a caça ou a pesca) que limitam a actividade inicial individual e que apesar de já terem sido reconhecidas pela comunidade e responsáveis, continua com a sua revisão adiada.      
Neste cenário a tendência geral para que os números apontam é francamente positiva, apesar de modesta, sejam ultrapassadas as barreiras e teremos com certeza discussões diferentes, acerca de coisas como partilha racional dos repetidores e bandas sobrelotadas .

Para mais detalhes das listagens poderá consultar a área dos Serviços de Amador e de Amador por Satélite do ICP-ANACOM em http://tinyurl.com/anacomsaas, as referências que se seguem ou uma versão online adaptada (com informação de categorias, pesquisável e ordenável) mantida pelo Núcleo de Radioamadorismo do ISEL em http://www.hamradio.isel.ipl.pt/.

Referências no ICP-ANACOM:
Listas de indicativos de chamada de estações de amador, individuais e de associações - http://tinyurl.com/anacomic

Listas de indicativos de chamada de estações de amador individuais em 2010 - http://tinyurl.com/anacomic2010

Listas de indicativos de chamada de estações de amador de associações em 2010 - http://tinyurl.com/anacomleuc2010

 

Pedro Ribeiro - CR7ABP

Fonte: QSP - Revista de Rádio e Comunicações.

 



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[1] Maidenhead Locator System - http://tinyurl.com/mhlocat 

[2] Nos indicativos atribuídos antes da entrada em vigor do Decreto-Lei 53/2009 existem muitas situações em que o prefixo não é só por si suficiente para identificar a categoria.
CT1 e CT4 no continente, em categorias A e B; CT3 na Madeira, em categorias A, B e C; CU1 a CU9 nos Açores às categorias A e B

 
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