ARLA/CLUSTER: White Space. O WiFi com esteróides
João Costa > CT1FBF
ct1fbf gmail.com
Sexta-Feira, 25 de Novembro de 2011 - 20:18:28 WET
White Space conhecido em Portugal por "Dividendo digital": Trata-se do
espectro que se encontra, actualmente, atribuído ao serviço de
radiodifusão televisiva nas faixas de VHF e UHF que será libertado em
resultado da conversão dos serviços de programas televisivos
analógicos terrestres em formato digital.
White Space WiFi - Será uma Revolução ou um Fiasco?
A FCC (Federal Communications Commission) aprovou por unanimidade o
uso do espaço não utilizado (white space) pela transmissão televisiva
como um espectro wireless não-licenciado. O advento de um white space
no melhor estilo "WiFi com esteróides" pode ser o catalizador para uma
nova revolução wireless, levando a um investimento e inovação sem
precedentes.
A atual tecnologia wireless é extremamente limitada. Sabemos que é
ótimo poder ter conectividade sem estar "amarrado" a uma mesa, ou
parede, por um CAT 5/5E, mas a área de "liberdade" de uma rede sem fio
é muito limitada. Quantas vezes você já teve o desprazer de perder sua
conectividade simplesmente por ter trocado de sala? O nível de
frustração é alto para tanta limitação.
Nas ruas a mesma coisa. mesmo o sinal sendo mais forte, existem dois
principais empecilhos. O primeiro e mais grave, é a limitação de
alguns pontos de acesso WiFi pela cidade, devido a seu alto preço de
implementação. O segundo ponto é a também fraqueza do sinal. Mesmo
sendo utilizado outdoor, o raio de ação de cada ponto não passa de
alguns quarteirões.
Porém, se utilizarem o white space da largura de banda de transmissão
de televisão, e equipamentos adequados para tamanha potência de sinal,
poderão transformar completamente as redes wireless. Os três
elementos-chave que tornam o white space tão convincente são: seu
alcance, sua habilidade de ultrapassar obstáculos e, o aumento da
velocidade dessas redes wireless.
Alcance
A título de comparação, os atuais roteadores wireless tem um raio de
ação limitado a algumas centenas de metros. Talvez eles até sejam
capazes de cobrir um estádio inteiro de futebol, se idealmente não
existir nenhum obstáculo em seu caminho. Já os dispositivos wireless
para uso no white space poderão alcançar algumas milhas com muita
facilidade.
Obstáculos
Um dos fatores mais primários que limitam o alcance da atual
tecnologia wireless é que a mesma pode ser facilmente obstruída. Mesmo
sabendo que, em teoria, o sinal pode viajar algumas centenas de
metros, caso o mesmo encontre alguns obstáculos como paredes e muros
em seu caminho, e você terá uma considerável perda de sinal. Já as
redes wireless montadas para funcionar no white space, podem viajar
milhas através de praticamente qualquer barreira física, sejam elas
muros ou árvores, da mesma maneira que o sinal de transmissão de sua
televisão tem feito ao longo de todos esses anos.
Velocidade
As redes wireless 802.11n podem transmitir dados entre 160 e 300
megabits por segundo (Mbps). A mesma já é considerada relativamente
rápida em comparação as redes 802.11b ou 802.11g. Mas os equipamentos
wireless para o white space terão velocidade de transmissão entre 400
e 800 megabits por segundo. Isso significa que, mesmo a grandes
distâncias, as redes wireless que funcionarem pelo white space poderão
trazer velocidades de transmissão tão altas quanto a atual conexão 3G
ou mesmo a futura 4G, muito utilizada para conectividade entre
dispositivos móveis via rede de operadora de telefonia.
Uma vez que os dispositivos wireless trabalhando no white space se
tornem lugar-comum, não haverão mais brechas consideráveis na malha
atmosférica, para conectividade digital. O único ponto negativo é que
o sonho de se ter uma rede wireless gratuita no mundo, cai por terra.
Muitas serão as empresas que transformarão o atual nicho de rede
wireless aberta para "planos pagos" para a população, reduzindo a zero
qualquer possibilidade de acesso irrestrito e gratuito por parte da
população à grande Rede.
Links de Interesse (em Portugal):
http://www.anacom.pt/streaming/accesspartnership_dividendodigital.pdf?contentId=968212&field=ATTACHED_FILE
Fontes: Under-Linux.org e ICP-ANACOM
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