ARLA/CLUSTER: Notícias da AMRAD: Cinquentenário do OSCAR I em Portugal

João Costa > CT1FBF ct1fbf gmail.com
Terça-Feira, 17 de Maio de 2011 - 11:55:04 WEST


AMSAT-CT por iniciativa de um grupo de decanos das comunicações por
satélite em Portugal, promove a celebração do 50º aniversário do
lançamento do OSCAR I, o primeiro satélite dedicado, do serviço
emissor dos postos de amador, hoje denominado Serviço de Amador de
Satélite. Durante as celebrações será lançado um simulador do
satélite, em voo sub-orbital, a bordo de um balão estratosférico,
dotado de uma radiobaliza similar à do OSCAR I, que na frequência de
144,500 MHz emitirá em telegrafia a mensagem «HI-HI» de CS1RAD, com
uma potência de 50mW (17dBm).

Estávamos no ano de 1961, em plena «guerra fria» das superpotências,
quando ocorre a ideia de ser fundado o projecto OSCAR - Orbital
Satellite Carrying Amateur Radio e com ele, nasce a construção e
lançamento do OSCAR I, o primeiro satélite de amador a ser lançado no
espaço.

Quatro anos antes a União Soviética tinha lançado o Sputnik I, era o
primeiro objecto feito pelo homem a orbitar em torno da Terra,
dando-se início aquilo que chamamos hoje de «era espacial».
Durante cerca de 30 anos, a rivalidade da guerra-fria entre os EUA e a
antiga União Soviética foi muito intensa, tinham por objectivos
alcançar novos feitos na exploração espacial. Eram vistas como
essenciais para aquilo que então consideravam de segurança nacional e
simbolicamente eles imponham supremacia tecnológica e ideológica. A
"corrida espacial" envolveu esforços pioneiros quer no lançamento de
satélites artificiais e sub-orbitais, quer em voos tripulados ao redor
da Terra, ou ainda das viagens tripuladas à Lua.

Nesse ano de 1961, um foguete Mercury-Redstone 2 lançava no espaço o
chimpanzé Ham. Foi o ano em que o cosmonauta soviético Yuri Gagarin se
tornava no primeiro homem a voar no espaço. Alan Shepard seria o
primeiro americano a viajar no espaço a bordo de uma nave
Mercury-Redstone 3.

A 31 de Janeiro de 1958 apenas quatro meses depois do lançamento com
êxito do Sputnik I, os Estados Unidos lançam em órbita o seu primeiro
satélite não tripulado, o Explorer I. No mesmo ano, um grupo de
amadores de rádio, dedicados ao radioamadorismo científico, são eles
Lance Ginner, K6GSJ; Chuck Smallhouse, W6MGZ; Ed Beck, K6ZX; Al Diem;
Townes Chuck, K6LFH (SK), e Nick Marshall, W6OLO (SK) davam início a
diversas experiências, com a intenção de construir e lançar em órbita,
um satélite de amador, estudado, desenvolvido e construído pelo
Projecto OSCAR. Os promotores do projecto iniciaram múltiplas reuniões
de alto nível quer com directores da ARRL, quer com o Estado Maior da
Força Aérea dos EUA, criando uma janela de oportunidade, que permitia
construir e lançar em órbita terrestre um satélite de amador a bordo
de um foguete MS-21 Thor-Agena B, o que foi concretizado, na base da
Força Aérea de Vandenberg, na Califórnia, colocavam no espaço o
primeiro satélite de amador, o OSCAR I.

O satélite foi lançado com sucesso numa órbita polar de baixa
altitude, na manhã do dia 12 de Dezembro de 1961, precisamente quatro
anos depois do lançamento do Sputnik I. Nos dias subsequentes,
centenas de amadores de 28 países, reportavam observações e relatórios
para os coordenadores do Projecto OSCAR. Infelizmente, OSCAR I durou
apenas 22 dias em órbita antes das suas baterias se esgotarem.

OSCAR I emitia um sinal telegráfico com a mensagem «HI-HI» em código
Morse, na frequência de 145,0 MHz, com uma potência de apenas 140 mW
(21 dBm). A palavra "HI" foi escolhido em detrimento de qualquer outro
sinal, mensagem ou chamada, considerando que o satélite foi - e ainda
é - reconhecido internacionalmente como uma saudação amigável entre os
amadores da rádio, radiotelefonistas e radiotelegrafistas de todo o
Mundo.

O satélite foi literalmente construído, nas caves e nas garagens dos
membros da equipe do Projecto OSCAR. Foi o primeiro satélite a ser
colocado num foguete, como uma carga ou payload secundário de um
veículo de lançamento espacial, entrando numa órbita em separado. Este
projecto foi alcançado através de uma tecnologia considerada de ponta,
dotado de um sistema de ejecção termicamente equilibrado. O custo do
projecto e construção do OSCAR I foi de 69,50 USD (menos de 50 Euros).

Este programa de celebração e de acção educativa com a escola, será
partilhado com escolas do ensino básico e secundário, através do qual
os alunos vão realizar experiências de radiolocalização, seguindo o
voo do balão com ARDF.

O lançamento não tem data marcada, decorrerá antes do dia 12 de
Dezembro p.f.., pois terá de ser articulado com escolas do concelho de
Oeiras, preferencialmente, e ainda, com grupos de amadores de
satélite, que queiram seguir o voo sub-orbital.

Fonte: Associação Portuguesa de Amadores de Rádio para a Investigação
Educação e Desenvolvimento.




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