ARLA/CLUSTER: Mais três Aldeias do Xisto

João Gonçalves Costa joao.a.costa ctt.pt
Sexta-Feira, 29 de Julho de 2011 - 17:40:34 WEST


Aldeias do Xisto alarga rede a mais  três povoações

O projecto arrancou com 24 aldeias e acaba de ver este leque alargado a mais três. Vila Cova de Alva, no concelho de Arganil, Sobral de S. Miguel, na Covilhã, e Aldeia das Dez, em Oliveira do Hospital, passam a integrar a Rede Aldeias do Xisto. A primeira foi formalmente apresentada na passada sexta-feira, a segunda está marcada para quinta-feira e a terceira é oficializada numa cerimónia a realizar sexta-feira. Em causa está um processo dinâmico, que necessariamente representa mais-valias para todo o território das Aldeias do Xisto e para os 20 municípios que integram esta rede, pois, como sublinha Rui Simão, coordenador geral da ADXTUR - Agência para o Desenvolvimento Turístico das Aldeias do Xisto, «25 têm que valer mais do que 24» e 27 necessariamente muito mais. Todavia, aquele responsável sublinha que este programa de promoção turística é mais envolvente, não se limitando às agora 27 aldeias, uma vez que existem «programas de animação turística e projectos ambientais» que extravasam os limites das aldeias, estendendo--se por um vasto território.

As três aldeias assumem um peso incontornável no contexto da rede, afirma Rui Simão, que aponta, desde logo, para um conjunto de diferenças destas aldeias relativamente às restantes que já integram a rede. Em primeiro lugar, o coordenador geral da ADXTUR refere o «indiscutível contributo patrimonial» e destaca, muito particularmente o peso que, nesta lógica, assume a localidade de Vila Cova de Alva. «Tem um conjunto de monumentos classificados», afirma, apontando ainda para a indiscutível riqueza do património religioso daquela freguesia de Arganil. "Receita" que, de resto, se aplica "ipsis verbis" a Aldeia das Dez, particularmente no que ao património religioso diz respeito. Por outro lado, Vila Cova de Alva assume-se como «uma porta com a missão de formatar a entrada Norte da Rede de Aldeias do Xisto», fazendo, inclusive, a ponte entre o granito e o xisto.

Rui Simão refere ainda, como fundamental o  facto de cada uma destas três novas aldeias  terem uma população residente com bastante significado. «Não fazia sentido integrarmos aldeias praticamente desertas», considera. E, por comparação, refere algumas das localidades que integram a rede e que se apresentam com uma população de 10 pessoas, número que contrasta significativamente com as «200 ou 300 pessoas que vivem nestas aldeias», facto que lhes confere uma «dimensão humana» pertinente. Mas, para além do património e dos habitantes, o coordenador geral da ADXTUR sublinha ainda a componente cultural particularmente relevante em cada uma das novas aldeias aderentes, que possuem, cada uma, «a sua cultura, as suas tradições, a sua gastronomia». 

Consolidar alargamento
Mas se as três aldeias em si representam um valor que enriquece o conjunto, cada uma delas tem, também, uma importância estratégica, ao fazer a «ponte com a Serra da Estrela e com a região de Dão Lafões» e, como tal, adquirem uma importância acrescida no quadro de um projecto que aposta na promoção turística do território e no seu desenvolvimento sustentável, valorizando a cultura, as tradições e promovendo a economia local e a auto-estima das populações.

Para já, de acordo com Rui Simão, o grande desafio, passa «pela consolidação desta rede alargada», de molde a que as aldeias, particularmente estas três que acabam de integrar a rede, «possam, de forma mais eficiente, dotar-se de um conjunto de estruturas», beneficiando, também, dos mecanismos de animação e promoção disponibilizados pela rede. Importa, sobretudo, refere Rui Simão, que «as aldeias passem a colher benefícios da rede e a rede a colher benefícios da adesão destas três novas aldeias». E recorda que o processo relativamente a Vila Cova de Alva acaba por ser relativamente mais simples, uma vez que já existe, também no concelho de Arganil uma outra aldeia - Benfeita - que integra a rede - e, como tal, há já trabalho feito no terreno. Já no que se refere a Aldeia das Dez ou Sobral de S. Miguel trata-se de fazer um trabalho praticamente a partir do zero. 


Fonte: Escrito por Manuela Ventura in Diário de Coimbra




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