ARLA/CLUSTER: TV Digital através de PLC

A. Fonseca Goncalves - PY1AFG py1afg yahoo.com
Quarta-Feira, 9 de Fevereiro de 2011 - 12:37:47 WET


Olá!

Cumprimentos à todos os colegas da lista!

Embora o uso do PLC/BPL esteja oficialmente suspenso no Brasil por determinação 
do Ministro das Comunicações do governo passado, pesquisadores da Universidade 
de São Paulo (USP) testam sistema de transmissão de TV Digital Terrestre através 
da rede elétrica.
O projeto chamado de SAMBA (Sic!) está recebendo financiamento da União 
Europeia!...

Vejam abaixo a nota completa!

Até breve!

73 QRO de PY1AFG - Fonseca
Rio de Janeiro Brasil
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Universidade de São Paulo testa TV digital pela rede elétrica (PLC)



O sistema baseia-se na transmissão do sinal de televisão digital pela rede 
elétrica, o chamado sistema PLC. [Imagem: André Hirakawa]

Um projeto de pesquisa reunindo cientistas e engenheiros do Brasil e da Europa 
desenvolveu uma forma de levar a TV digital para pequenas comunidades afastadas 
dos grandes centros.
A técnica permite a criação de conteúdo próprio e maior interação do 
telespectador.
TV digital pela rede elétrica
O sistema baseia-se na transmissão do sinal de televisão digital pela rede 
elétrica, o chamado sistema PLC, da sigla em inglês Power Line Communications.
Batizado de SAMBA System for Advanced interactive digital television and Mobile 
services in BrAzil), o projeto teve participação de empresas e instituições de 
países europeus e do Brasil, com financiamento da União Europeia.
O grupo testou o sistema durante três meses no município de Barreirinhas, no 
estado do Maranhão. Segundo o professor André Riyuiti Hirakawa, da Poli-USP, a 
cidade foi escolhida por ser o município mais pobre do País.
"A cidade tem eletricidade, mas não tem provedor de banda larga ou TV a cabo. 
Nós pensamos em como usar a televisão para ajudar a comunidade," diz Hirakawa.
O projeto SAMBA montou em 2009 uma estação de televisão no local, com 
transmissão da TV Mirante, emissora afiliada da Rede Globo no Maranhão. Mas não 
é uma transmissão comum.
A população pode participar diretamente na criação do conteúdo, como destaca 
Hirakawa: "A princípio, a comunicação pela televisão é unidirecional. Já a 
transmissão em Barreirinhas possui material da TV Mirante e material próprio do 
local e de forma interativa."
Personagens locais
O professor explica que há um gerenciador de conteúdo, que fornece as 
ferramentas para a criação e gerenciamento da programação local. Depois, ele é 
distribuído para toda a cidade.
Para concretizar esse plano, o SAMBA integrou a população de Barreirinhas para 
participar do projeto. Foram escolhidos alguns "personagens" da comunidade para 
testar as ferramentas fornecidas.
Os equipamentos necessários foram instalados nas casas dos personagens 
escolhidos, para que eles criassem textos, imagens, vídeos e áudios. Os 
programas criados foram disponibilizados nas televisões do resto da comunidade.
"Pensamos em pessoas que poderiam contribuir na introdução de conteúdo, como 
donos de estabelecimentos comerciais, um professor, uma dona de casa e um aluno. 
Um professor, por exemplo, pode fornecer material didático para a população", 
diz Hirakawa.
Interatividade
A Poli/USP participou do projeto com um grupo do Departamento de Engenharia de 
Computação e Sistemas Digitais, coordenado por Hirakawa.
Seu grupo ajudou a criar a parte de processamento e o sistema PLC. O sinal de TV 
original da TV Mirante é recebido pela estação local, misturado com o conteúdo 
gerado localmente e retransmitido para toda a cidade de Barreirinhas.
O professor da Poli detalha que a TV digital em Barreirinhas funciona como um 
computador e internet para os usuários, devido à interatividade que ele permite. 
A navegação pelo material que chega na televisão e a criação de novos conteúdos 
podem ser comandados por um controle remoto juntamente com um teclado virtual na 
TV.
Aqueles que criam textos, imagens ou vídeos no município fazem isso diretamente 
pelo televisor, com um conversor, também conhecido como set-top box, que possui 
um receptor.
A informação do aparelho vai para uma central, o sistema de gerenciamento de 
conteúdos, que retransmite os dados para as outras televisões.
Vantagens do sistema PLC
A escolha do sistema PLC facilitou a instalação da TV digital por ter 
aproveitado os cabos de energia já existentes.
Hirakawa acrescenta o baixo custo do sistema entre as principais vantagens: "Por 
enquanto, o PLC é mais barato para o usuário porque o cabeamento já existe". O 
professor estima que, sem contar a mão-de-obra, a instalação do sistema PLC deve 
custar algo em torno de R$20.000,00, enquanto uma instalação de banda larga 
equivalente deve custar por volta R$ 50.000,00, contando somente a 
infraestrutura de comunicação - isso para a comunidade inteira.
Entre as desvantagens, há ruídos na comunicação causados por outros objetos que 
usam a eletricidade, podendo interromper o sistema. Para saná-lo, o projeto usou 
filtros nas tomadas desses aparelhos.
Ao final do teste, contudo, tudo foi desmontado e trazido de volta. Por ser um 
projeto de pesquisa, os equipamentos e o sistema não puderam ficar em 
Barreirinhas.
Da TV digital, por ora, os personagens e habitantes da cidade mais pobre do 
Brasil ficaram apenas com as histórias para contar.
O Projeto SAMBA também fez testes na cidade de Natz, no norte da Itália.


 
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