ARLA/CLUSTER: A telegrafia na era moderna
Gamito
ct1czt gmail.com
Sábado, 11 de Dezembro de 2010 - 13:28:04 WET
Caro Colega,
Partilho as suas alegrias e angústias. Compreendo-o, como compreendo a
envolvência da questão.
Re-informo-o a si e a outros colegas, para o caso de ter(em) lido neste
cluster, de que estão abertas inscrições para a frequência de um curso de
morse a ministrar ente 17 Jan 2010 e 30 Mai 2010. O Número de vagas é de 12
e desde há mais ou menos quinze dias que o anúncio foi feito, apenas 4
interessados se inscreveram, sendo que se o número de interessados não for
igual a 7 ou mais, não haverá curso.
Veja nas mensagens passadas no cluster, o anúncio de que lhe falo.
73
António Gamito - CT1CZT
2010/12/11 Pedro Correia <pedrocorreia1111 hotmail.com>
> Bom dia,
>
> Estou a aprender CW, já há 18 meses por conta própria. Já passei por vários
> métodos, desde os programas de computador, escuta nas faixas de CW, uso da
> função de "learning" que traz o meu rádio e por ultimo a mais recente foi a
> aquisição de um "morse tutor" de uma marca Americana que é bom para levar
> para todo o lado e substitui muito bem o computador e tem me ajudado muito.
> Nestes 18 meses já passei por várias fases de frustração e de entusiasmo.
> Apesar de devagar e para alem das aulas que dou a mim próprio, por vezes
> sem tempo ou cabeça criei a rotina de todos os dias, nem que seja 5 minutos,
> ouvir algum CW. Tem resultado, mas é um processo lento faz falta umas aulas
> com alguem.
> De qualquer modo já consigo descodificar 80% de texto com letras e números
> enviado a 18 WPM, e talvez porque finalmente já parece alguma coisa, ando
> entusiasmado e tenho progredido. De qualquer maneira até conseguir um QSO
> sem ajudas em CW ainda vai ser preciso mais uns meses.
> Da minha experiência sempre que num QSO ou num fórum pedia ajuda para a
> quimera que é aprender CW a resposta da grande maioria é instalar um
> programa de PC ou arranjar umas gravações. Tudo bem, ajudam. Mas imaginem o
> que é ter de aprender a ler sozinho ou estar num pais diferente e não
> entender a língua.
> O CW na minha opinião tem a grande vantagem de ser um processo de grande
> componente humana, é o Homem a estrela do processo, infelizmente nos tempos
> que correm o Homem é posto em segundo plano, e por isso as dificuldades de
> quem quer aprender, que pode ir desde a exclusão - Queres aprender isso para
> quê?! - e o grande obstáculo: a falta de pessoas disponíveis que tenham
> vontade de passar algum tempo a ensinar alguém. A própria estrela do
> processo é que tem deixado morrer o mesmo.
> Faz falta o CW para os radioamadores, nem que seja para podermos ter uma
> actividade em que não tenhamos de estar em frente ao computador como
> provavelmente está a grande maioria durante as horas de trabalho.
> Obrigado a todos pelos vossos e-mails e pela franqueza do Carlos Mourato no
> e-mail que deu inicio a este assunto, tive de escrever e desabafar pois faz
> parte do processo de aprendizagem.
>
> Boas Festas
>
> 73
>
> Pedro CT2GET
>
>
>
>
> ------------------------------
> From: ct2ivh hotmail.com
>
> To: cluster radio-amador.net
> Subject: RE: ARLA/CLUSTER: A telegrafia na era moderna
> Date: Fri, 10 Dec 2010 21:02:47 +0000
>
>
> Caros Colegas
>
> Desde já boa noite.
>
> Sobre o CW digo o seguinte: Desejo aprender.... Alguns colegas têm
> verificado que ao longo dos últimos anos 2/3 por inúmeras vezes coloquei a
> questão neste fórum: Algum colega do districto Aveiro ou Coimbra pode
> ensinar-me CW ???
>
> Bem posso dizer que recebi 1 e-mail privado de um colega de Lisboa dizendo
> que tería todo o gosto de ensinar mas infelizmente a distância não iría
> permitir.
>
> Não virando as costas "à luta" e por vezes a título de desabafo disse eu
> muitas vezes via msn com os colegas do Algarve: Tomaría eu morar pelo
> Algarve, assim tinha a certeza que tinha alguém que daría-me a "mão" e se
> disponha a ensinar CW....
>
> Não quero eu com isto dizer que os restantes colegas do continente são
> menos prestáveis, mas verdade seja dita, aquela malta do Algarve está de
> parabéns.
>
> Sendo assim toca a basculhar pelo Google até que com a ajuda de um amigo
> Francês instalei 2 programas no meu PC: 1 recebe cw e o outro transmite.
>
> Bem podem dizer que é feito por PC mas não deixa de ser fantástico... O meu
> 1º qso em CW quem diría.... Àpartida julgo que assim vou melhorar a minha
> aptidão em cw e talvez daqui a uns tempos já consiga executar manualmente...
> nunca se sabe.... ouvindo chamar pelo meu indicativo julgo que a nivel
> auditivo aquela musiquinha vai começar a entrar....
>
> No fundo a minha tristeza / alegria é fácil resumir:
>
> Alegria pelo facto de as portas de um "novo mundo" se abrirem para mim...
>
> Tristeza pelo facto de ter sido um colega estrangeiro a dar-me a mão...
>
> É tudo por agora, espero não ter ofendido ninguém com a minha honestidade e
> sinceridade.
>
> Vy 73.
>
> *CT2IVH Paulo Santos Locator: IN50sk Iota Hunter Good Hunting........
> *WWW.YOUTUBE.COM/CT2IVH <http://www.youtube.com/CT2IVH>
>
>
>
>
> ------------------------------
> Date: Fri, 10 Dec 2010 20:40:39 +0000
> Subject: Re: ARLA/CLUSTER: A telegrafia na era moderna
> From: alcides.sousa gmail.com
> To: cluster radio-amador.net
>
> Caro Mourato,
>
> Li o seu texto com muito interesse e atenção. Na realidade a vida é
> dinâmica em todas as suas vertentes e as radiocomunicações também evoluiram
> para novos modos mais rápidos e, porventura, eficazes. Todavia e no que
> concerne ao radioamadorismo, penso que devemos continuar a esforçarmo-nos
> para manter e incrementar o uso da telegrafia pelas gerações mais jovens em
> ordem a não deixar que este modo desapareça pela voragem e sedução das novas
> tecnologias, que também têm o seu lugar, não duvido, mas que quanto a mim,
> não têm o mesmo sentimento, o mesmo "feeling", que tem uma transmissão em
> modo CW. Serei antiquado? Pois que o seja!!! Todos os dias faço contactos
> em CW por esse mundo fora e é com apreensão e desgosto que vejo que os OM´s
> com quem contacto têm idades na sua grande maioria acima dos 70 anos. Onde
> estão os jovens? É raríssimo encontrar gente mais nova nesta modalidade o
> que equivale a dizer que se não se fizer nada, dentro de muito pouco tempo,
> teremos as faixas atribuidas ao CW desertas, porque quem vai passando a SK
> não é substituido. É esta a realidade crua e nua. Permitam-me que vos relate
> um comentário de um OM holandês, de 92 anos, com que fiz um contacto há uns
> tempos atrás em CW. Dizia-me ele, mais ou menos isto, no fim do QSO: *"
> Sou já muito velho e tomo muitos medicamentos, mas o melhor medicamento para
> mim e que me* *deixa completamente bem disposto é fazer uns QSO´s em CW".* Comentários,
> para quê??? Pela minha parte, continuarei empenhado com os meus fracos e
> humildes conhecimentos, motivando e ajudando colegas CT´s mais novos para
> que o CW seja, cada vez mais, praticado entre nós. Esta será, porventura, a
> melhor homenagem que faremos aos nossos predecessores.
>
> A todos um Feliz Natal
> 73
>
> Alcides Sousa - CT1JQK
> e2010/12/9 Carlos Mourato <radiofarol gmail.com>
>
> caros colegas
>
> Nos tempos que correm, a radiotelegrafia tomou o seu lugar no museu das
> comunicações, como um meio utilizado no passado, e que embora pese a sua
> eficácia em termos de fiabilidade de comunicações, foi ultrapassada pelos
> modos digitais, que permitem movimentar pelo menos a mesma quantidade de
> informação, mas com sinais mais fracos em termos de SNR. Mesmo em situações
> de congestionamento, e graças a larguras de banda de apenas alguns Hz por
> segundo, conseguem-se verdadeiras proezas digitais. O ouvido humano não
> consegue ser sensivel a larguras de banda tão estreitas como os modernos
> sistemas digitais o são. No entanto larguras de banda demasiado estreitas
> implicam velocidades de transmissão muito lentas, e como tal nem sempre
> apropriadas a determinados fins, tal como comunicações de socorro e
> emergência.
> Tal avanço tecnológico , a nivel de electronica e software, levou ao
> abandono por parte dos serviços oficiais, das comunicações em código de
> Morse. Ao fazerem isso, abandonaram simultâneamente um dos elementos mais
> importantes, durante mais de uma centena de anos, do panorama das
> comunicações. A figura impar e sem paralelo dos telegrafistas.
> É dos telegrafistas e da telegrafia em relação aos meios modernos de
> comunicações, que vos venho aqui falar. Desses homens e mulheres, que
> anónimamente faziam de interface entre dois pontos que necessitavam de
> comunicar. Muitas vezes essas comunicações salvaram vidas e bens, sem que
> nunca ninguem conhecesse o verdadeiro rosto do "elo mais forte" da
> comunicação entre o "salvador" e o "salvado". Durante quase 200 anos, esses
> operadores de telegrafia, fosse por radio ou por fios, fizeram o mundo
> evoluir, levaram boas e más novas aos quatro cantos do mundo. Lançaram
> pedidos de socorro e gritos de alegria no ar. Tudo em nome dos outros....Em
> pról dos outros. Eles eram apenas um elo da cadeia. Hoje, apenas os
> radioamadores lhes prestam homenagem, mantendo em pleno funcionamento
> emissões radiotelegráficas, com a eficácia de sempre, e sempre prontas a
> fazer valer os seus insuperáveis valores.
> Os serviços comerciais, alheios aos aspecto técnicos, e fiabilidade das
> comunicações, especialmente as de emergência, sedentos de aliviar despesas
> com funcionários, acreditando muitas vezes em relatórios de pseudo
> especialistas que se movimentam num mar de interesses, aconselhando uma
> mudança para o "digital", embarcando inconscientemente em "modas", colocam
> cada vez mais de lado o verdadeiro valor do ser humano. Nas comunicações, e
> em nome da eficácia, os sistemas de radiotelegrafia, mostravam-se demasiado
> simplistas para sobreviver. Alem disso eram precisos verdadeiros
> especialistas em telegrafia, para assegurar um serviço eficaz.
> Os engenheiros mais jovens, homens com uma visão mais modernista, e que
> nunca conheceram as verdadeiras virtudes da telegrafia, trataram de
> implementar a todos os niveis sistemas cada vez mais complexos e
> automáticos, de modo a dispensarem cada vez mais a capacidade interventiva
> do ser humano, enquanto elemento de decisão. Construiram autenticas teias,
> completamente incompreensiveis para uma só pessoa, altamente dependentes de
> tudo e todos, e cada vez mais complexas técnicamente, o que leva à
> inevitável perda de controlo sobre todo o sistema. Por outro lado, a
> probabilidade de cortes na comunicação por avaria, nos sistemas modernos é
> imensamente mais elevada do que nos simples sistemas radiotelegraficos
> utilizados no passado, porque as ligações já não são feitas ponto a ponto, e
> o elemento principal já não é o ser humano. Hoje uma cadeia de comunicação,
> entre dois pontos, mesmo que seja a curta distância, implica um manancial
> enorme de meios técnicos, entre equipamentos e software, e não é raro, que
> para se comunicar a um ou dois quilometros, através dos sistemas modernos,
> a informação tenha que percorrer centenas de quilometros, porque a gestão
> da comunicação é feita num qualquer servidor instalado ninguem sabe bem
> onde, e muitas vezes num lugar distante, e onde se chega através de varios
> meios como cobre, feixes hertezianos, fibra óptica etc. Ora todos esses
> meios técnicos intermédios, entre dois terminais de comunicação, acabam por
> serem pontos onde potencialmente pode vir a acontecer uma avaria, e como
> cada um é um "elo" da cadeia de comunicação, basta uma falha num para que a
> comunicação se quebre. Não é de desprezar também, que a operação de tais
> meios, implica operadores com alguma especialização e conhecimentos na área,
> pois um mau operador, pode comprometer seriamente a eficácia das
> comunicações nestes meios modernos. Se a tudo isto juntar-mos uma calamidade
> natural que comprometa o funcionamento de alguns pontos da cadeia de
> comunicação, veremos que é um risco elevado, estar dependente dos modernos
> sistemas de comunicações. Certo é que os meios modernos de comunicação,
> proporcionam um elevado débito de informação, e são capazes de veicular
> dezenas, senão centenas de Mbps. Todavia este aspecto é apenas interessante,
> no ponto de vista comercial, em que o que conta é o comércio de largura de
> banda versus quantidade de informação. Tambem só é viável em situações pré
> determinadas, onde os eventos sejam todos previstos e esperados. Na outra
> face, existem as situações, em que a grande quantidade de informação não tem
> interesse e nem sequer é desejável. Falo nos casos das comunicações de
> emergência, de socorro, de perigo de sinalisação etc. Neste tipo de
> comunicação, pretende-se trocar ou receber informação através de meios
> simples e altamente fiáveis. Essa informação deve ser apenas a essencial
> para permitir a tomada de decisão rápida e inequivoca, com vista a responder
> prontamente à gravidade do evento. Deve ser uma informação clara, precisa,
> sem demoras de interligações e latências, e suportadas por sistemas unicos e
> simples que comuniquem entre si, de uma forma autónoma, sem recursos a
> sistemas intermédios, e de preferência completamente controláveis pela
> capacidade interventiva do ser humano. É aqui que a radiotelegrafia com os
> seus transmissores na forma mais simples, e os radiotelegrafistas
> experientes, como muitos que temos entre nós radioamadores, continuam a
> mostrar ao mundo e aos "senhores da era digital", que a telegrafia é um meio
> de comunicação, tão simples como importante, tão fiável como eficaz, que por
> muito que se tentem justificar os milhões gastos em alta tecnologia, nunca
> desaparecerá, e fará sempre parte do mundo das comunicações, como a mais
> simples, rápida, económica, fiável e eficaz maneira de comunicar, mesmo nas
> condições mais adversas. Todavia as eternas virtudes da radiotelegrafia, não
> existiam senão fosse a enorme capacidade do cérbero humano de se adaptar aos
> mais diversos ambientes de escuta, muitas vezes povoados de todo o tipo de
> ruido, onde apenas o telegrafista experiente e atento, consegue discriminar
> aquele sinal importante, transmitido de um lugar longinquo, onde alguem tem
> necessidade de ser escutado.
> A todos os radiotelegrafistas, que o são ou que o foram, pela vossa
> capacidade de comunicar de uma forma tão simples quanto eficaz, por serem
> capazes de transformar o vosso sentido auditivo, em mensagens entre os
> homens, por transformarem a ponta dos vossos dedos em sinais de informação
> claros simples e precisos, pelo lugar impar que ocupam no mundo das
> comunicações, e por todas as vidas que salvaram, pelas alegrias e tristezas
> que fizeram chegar ao destino, pelo vosso desinteressado e anónimo trabalho
> ao longo de quase 200 anos, aqui deixo a minha homenagem como simples
> cidadão do mundo.
>
> 73 de CT4RK
> Carlos Mourato
> Sines
>
>
>
> --
> *Best 73 from: regards from: CT4RK Carlos Mourato - Sines - Portugal*
>
> *Warning*
> *Save the Radio Spectrum! Eliminate Broadband over Power Line. *
> *
> *
> *Salve o espectro electromagnético!. Não use a rede electrica para
> transmitir dados. Os "homeplugs power line" e a tecnologia "power line"
> causa fortes interferencias noutro serviços sem voce se aperceber. Diga não
> à tecnologia power line. Proteja o ambiente electromagnético. Utilize
> tecnologia de redes sem fio, denominadas wireless.*
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