ARLA/CLUSTER: RE: Código de Soletração Internacional
João Gonçalves Costa
joao.a.costa ctt.pt
Terça-Feira, 24 de Março de 2009 - 12:47:58 WET
Prezado Eduardo,
Agradecemos muito a sua cooperação e auxílio neste caso.
Uma preocupação tão genuína e activa neste campo é muito invulgar de identificarmos; em particular entre os nossos estimados amigos desse lado do Atlântico. Parabéns.
De facto, a sua qualidade é notável e destaca-se ainda mais pelo facto de viver no Brasil, país irmão que tanta riqueza tem contribuído para a nossa língua comum... mas que infelizmente tantas vezes a tem maltratado também ou deixado à mercê de alguns estrangeirismos, a nosso ver, prescindíveis.
É perfeitamente natural e inevitável que isso aconteça num país gigantesco, onde vivem quase 20 pessoas por cada um de nós aqui em Portugal.
O texto que seleccionou, para além de actual reflecte uma realidade que grassa em quase toda a Europa.
Infelizmente no sistema de ensino deste país há neste aspecto a salientar alguma diferença entre a escolaridade pública e a particular, sendo nalguns estabelecimentos desta última que reside um reduzido bastião de professores empenhados em resistir aos vícios descritos no texto que nos enviou.
Desafortunadamente a escola privada é cara e inacessível à maioria dos cidadãos. Simultaneamente a qualidade de ensino está a decrescer na esmagadora maioria das escolas públicas a cada ano que passa.
Essa cacografia referida no texto está a tomar uma tal proporção que já há quem use, na assinatura digital de participação nas listas de correio electrónico, frases como « isto é um fórum, não é um telemóvel »; em referência à forma codificada com que os adolescentes começaram a comunicar entre si nas mensagens escritas enviadas via telefone celular e que depois generalizam na sua comunicação escrita... seja lá em que circunstância for.
Ainda que não venha a propósito, mais lhe comento que, ao contrário da codificação usada em Código Morse, esta forma informal adoptada pela nossa juventude, além de não manter regras uniformes na maior parte das vezes é a meu ver ineficaz.
Torna-se mesmo inoperante e quase inútil no sentido em que as abreviaturas são muitas vezes improfícuas e pelo seu exagero ser uma moda que dificulta a leitura e compreensão da mensagem por parte dos destinatários que não estão habituados à mesma.
Não é de todo por se escrever " eskola " ou " xkola " que ganhamos mais rapidez na escrita. Aliás, os textos são tão curtos ( SMS ) que pouco tempo menos demora a redacção através de uma das abreviaturas mais bem conseguidas, o "q" em vez de "que", por exemplo. No entanto, como não existem regras, há cada vez mais quem use "k" em vez de "que".
Qual é a vantagem de se trocar o "q" pelo "k" ?
Enfim, devaneios à parte, queremos demonstrar apenas que estamos em sintonia consigo e que, na falta de disponibilidade de momento, ficaremos gratos se, em resultado das suas investigações encontrar pistas que nos permitam optar pela modificação lógica que nos sugeriu na primeira mensagem, em vez da corruptela detectada.
73's de CT1ETL - Miguel
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Prezados, João e Miguel.
Saudações brasileiras.
Começo por agradecer os adjetivos à minha pessoa, sei não ser merecedor.
Agradeço também as fontes para pesquisa, que confesso, não as tinha por aqui e, pelo pouco que consultei, sei que será de grande valor intrínseco.
Fazendo uma comparação entre todas as formas de escrita e/ou de fonética para a palavra em tela, chego a conclusão semelhante à sua, de uma possível corruptela ocorrida com o passar dos anos.
De difícil explicação , por sinal.
Coincidentemente é a mesma, ou quase, a conclusão de um dos sítios consultados, que reproduzo abaixo. : nossos ensinamentos não são mais capazes de assegurar a causa do desgaste escolar e cultural provocados pela ortografia, indo de mal a pior !
Conclusion pratique
Une véritable réforme étant à portée de la main, tout l'endoctrinement qui était nécessaire pour pouvoir enseigner la pseudo-science aux écoliers français est désormais totalement inutile. L'école de la République peut donc ainsi devenirvéritablement laïque, Le premier mensonge concerne la manière de présenter l'orthographe; le deuxième concerne la promotion sociale que notre enseignement n'est plus capable d'assurer à cause des dégâts scolaires et culturels provoqués par l'orthographe. La profession enseignante s'en trouvera automatiquement revalorisée. Jusqu'à présent, elle a le choix entre deux mauvais comportements pédagogiques: soit mentir aux élèves pour espérer entretenir leur motivation, soit au contraire dire la vérité sur l'orthographe et ainsi contribuer fatalement au développement de la cacographip.
Pesquisarei por outros caminhos, encontrando qualquer novidade aqui retorno.
73 Eduardo.
São Paulo
Brasil
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