ARLA/CLUSTER: APRS

KANGARU CT2HKY KANGURU.PT
Tera-Feira, 30 de Junho de 2009 - 13:57:43 WEST


Olá 73’s a todos.

 

Será mais um dia triste que vivo no Radioamadorismo?

 

Eu iniciei-me no modo digital de comunicações conhecido por APRS no ano 2000, usando um MFJ 1270C o meu kenwood tm-g707e e o mesmo PC com que trabalhava no rádio-packet, logo, foi só instalar o Ui-View, na altura o 16, e fazer umas brincadeiras, haviam não mais do que umas 10 ou 15 estações em Portugal, gateways havia um, o do nosso incansável colega CT1EJC, que, graças a ele o rádio-packet continua a sobreviver em Portugal, e na altura, também ele, incansável na conquista de uma posição no APRS, criando desta forma o primeiro servidor nacional, que se encontra de tal forma bem configurado, que todas as estações que lá estejam ligadas, desde que não seja na porta 15800, funcionam correctamente e sem grandes problemas.

 

No ano de 2005/6 começou a aparecer muitos mais utilizadores de APRS aqui em Portugal, o mesmo, que aconteceu por todo o mundo, Acontece que nem todos os Radioamadores Portugueses conseguiram conviver de forma saudável e evolutiva com esta situação, foi ai que começou a aparecer “fenómenos do conhecimento” do tema APRS que, da forma que achavam ser a correcta, fomentaram uma tão grande confusão, que optei por desligar tudo e todo o meu investimento no APRS, mas como o bichinho é maior que muitas vezes as “birras” e após concluir que não era por eu sair, que o APRS melhorava, resolvi com a ajuda incansável de alguns colegas e o dinheiro de outros formamos uma rede de APRS em Portugal, tal e qual, o que achávamos ser o certo, chamamos-lhe rede LUSO e vimo-nos obrigados a usar uma frequência diferente (144.850Mhz, frequência esta, que está dentro do plano de bandas IARU para este modo), pois, afinal, éramos “uns burros” porque queríamos impor regras que não passava pela cabeça de ninguém.

 

Ao fim de quase 3 anos, e posso-vos garantir também, com despesas de +/-50€ para cada cristal de Rx e +/-50€ para cada cristal de Tx de cada estação DIGIpeater de APRS, conseguimos ter uma rede magnifica, com algumas falhas, mas com uma eficácia impensável quando a criamos. Tudo isto, se deveu mais uma vez, ao grande trabalho em prol do radioamadorismo, mas principalmente das comunicações digitais por parte do nosso colega Acácio – CT1EJC, que de forma completamente gratuita tem colocado o seus equipamentos, gateways e tudo o mais, ao dispor de todos, sem que nunca, tenha criado complicações a ninguém.

 

A proposta de regulamentação de que hoje ouvi falar, tem várias regras que sempre apoiei, fruto de um trabalho de vários colegas, os tais que criamos a Rede LUSO, já lá vai uns anos atrás, e penso que não se pode dizer que seja algo nunca falado ou nunca apresentado mais ou menos publicamente, para os Radioamadores do copy/paste de páginas de Internet de outros Radioamadores, que por vezes apenas mudam os nomes, pode ser que alguém tenha na sua posse documentos e regras que o nosso colega CT1EJC apresentou à mais de 10 anos numa das suas páginas, quase todas elas (regras), apresentadas agora.

 

A parte que me entristece no meu disto tudo, é o facto pouco democrático, talvez até inconstitucional, de proibir alguns Radioamadores de fazer APRS, ou seja, muitas associações não têm ligações à Internet, umas porque não podem suportar essa despesa mensal, outras porque usam esses recursos para efeitos mais úteis, logo, existe Radioamadores que tal como sempre o fizeram, disponibilizam gratuitamente os seus equipamentos, a sua Internet a sua electricidade, para colocar um modo de comunicações ao dispor de todos, aqui, com algumas das regras referidas, está-se a proibir de continuarem a fazer o que sempre fizeram, fico com uma duvida, alguém os quer substituir?

 

Eu irei continuar a ter a minha gateway a funcionar tal como está até agora, como é que alguém me vai proibir de colocar todo o tráfego RF na Internet? Não há forma de o fazer, agora o tráfego Internet em RF, sim existe muitas formas de o fazer, a mais fácil é proibir e aplicar multa, a mais interessante é colocar-se a trás do PC e configurar correctamente a gateway, porque todas as gateways bem configuradas são necessárias e indispensáveis para se ter uma rede rápida e eficaz, mas, para isso, é necessário alguns conhecimentos, algum trabalho, não é nem nunca será nada do género, copy/paste.

 

Os DIGI são, na minha opinião, um repetidor, como repete dados, será digital, logo, repetidor digital, não pode ser nunca legalizado por quem não seja uma associação, mas, existe zonas onde a cobertura de DIGIs de APRS não existe, por tanto, uma proibição não vai deixar que lá seja colocado, mas se for essencial, deveria ser. Os DIGIs com base no firmware UIDIGI foi desenvolvido inicialmente pelo nosso colega João Lopes - CT2HME em 22 de Junho de 2000 (já existem versões de outros colegas até mais trabalhadas), é dos sistemas mais usados no APRS, este sistema de DIGIs permite restringir o tráfego em excesso nas rede, o que acontece é que o firmware tem um bug, não é Paulo – CT2JAY? E nem toda a gente conseguiu ainda ultrapassa-lo, por isso, muito do tráfego que está em excesso, não é mais nem menos do que essa falha em conjunto com a configuração errada dos DIGIs de alguns Gateways e a continua teimosia dos wide7-7, trace7-7, quando com a rede actual, basta um wide2-2 para uma estação móvel entrar na rede Internet, depois sair é que é mais difícil, lá está outra vezes a necessidade de um trabalho muito grande por parte de quem tem as gateways, pois é aqui que o trabalho de configuração volta a entrar.

 

A haver alterações, também se terão que programar novas eproms para todos os DIGIs, pois se alguém está a pensar em criar regras para depois não as conseguirmos cumprir, acho que será trabalho desnecessário, até porque, essas regras poderiam ser criadas e adaptadas por nós Radioamadores, não deveria ser necessário a influência ou imposição por um organismo público.

 

Em resumo, caríssimos colegas Radioamadores, tenham muito bom senso e muito poder de responsabilidade, foi por alguém querer impor regras absurdas, que o rádio-packet acabou, quem as colocou já foi embora, até dá para pensar, será que só vieram para acabar com o rádio-packet? Mas esse modo de comunicações digitais continua vivo, pois, quem sempre lá esteve por gosto, por lá continua, será que no APRS vamos cometer os mesmos erros? Tenho vontade de dizer isto: “SE GOSTAM MESMO DO APRS, NÃO O MATEM”

 

Peço desculpa a todos os colegas que se deram ao trabalho de estar 15 minutos a ler isto tudo, com pouca utilidade e sem fundamento, por enquanto, daqui a 3 ou 4 anos, logo se verá…!!!

 

-------------- prxima parte ----------
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