ARLA/CLUSTER: Re: Repetidor CQ0DCH

Gomes ct1hix sapo.pt
Terça-Feira, 25 de Agosto de 2009 - 21:20:27 WEST


Boas
Que diabo, com os  145,750 Mhz a serem "usados" por estranhos, andamos ás 
voltas com uma frequência que até está a ser usada por amadores.
Desculpem este desabafo...

73 Gomes CT1HIX

----- Original Message ----- 
From: "José Miguel Fonte" <etjfonte  ua.pt>
To: "Resumo Noticioso Electrónico ARLA" <cluster  radio-amador.net>
Sent: Tuesday, August 25, 2009 11:24 AM
Subject: ARLA/CLUSTER: Re: Repetidor CQ0DCH


> Viva caro Jorge,
>
> Olhe que nem todos conhecem a saga da guerra das estrelas :).
>
> A questão dos testes é mesmo essa, deveriam ter uma duração temporal
> bastante curta (até ao fim do ano é capaz de ser mais do que um teste) e
> deveria ser feito numa frequência, tradicionalmente, reservada para a
> utilização de repetidores (sendo este o principal ponto da discórdia).
>
> Outro facto importante é a localização geográfica onde se vai realizar o
> teste, como deve saber, é necessária uma atenção redobrada em zonas
> limítrofes do nosso  país.  Este  teste , a ser efectuado, vai  ocorrer
> numa zona  muito próxima dos nossos vizinhos espanhóis que  não têm  de
> aceitar  as regras que o nosso serviço regulador impõe  por mero
> palpite  irracional.
>
> Quanto ao número de utilizadores, o importante é saber o número de
> utilizadores activos em particular nesta zona. Posso sugerir um número
> qualquer e será sempre menos de uma dezena. (Agora pode perguntar e os
> que entram pela "net"...  :) Isso será outra história...)
>
> Quanto ao alargamento, sugerido pela IARU, quem teria de o aceitar
> deveria ser a ITU, em particular os países integrantes da CEPT e
> respectivos orgãos oficiais (principalmente o ERO). Como deve saber o
> alargamento sugerido teria aplicabilidade na região 1 pois noutras
> regiões este alargamento é uma realidade que dura há muitos anos/décadas.
>
> Quanto à mística referida, posso sugerir a leitura, no Wikipedia, da
> descrição do D-STAR, da qual passo a citar:
>
> http://en.wikipedia.org/wiki/D-STAR
>
> "D-STAR has been criticized for its use of a patented, closed-source
> proprietary voice codec (AMBE </wiki/Advanced_Multi-Band_Excitation>).
> Hams do not have access to the detailed specification of this codec or
> the rights to implement it on their own without buying a licensed
> product. Hams have a long tradition of building, improving upon and
> experimenting with their own radio designs. The modern digital age
> equivalent of this would be designing and/or implementing codecs in
> software. Critics say the proprietary nature of AMBE and its
> availability only in hardware form (as ICs) discourages innovation. Even
> critics praise the openness of the rest of the D-STAR standard which can
> be implemented freely. An open-source replacement for the AMBE codec
> would resolve this issue." <#cite_note-4>
>
> Eu compreendo que uma empresa crie patentes para proteger o seu
> trabalho, onde trabalho faz-se isso com frequência, a questão não é
> essa, a questão é a aplicabilidade ao serviço de amador, que não é um
> serviço comercial e têm a tradição de inovar (já lá vão esses tempos...)
> e desta forma ficamos limitados no acesso à documentação e implementação
> de sistemas similares.
>
> A forma de modelação que refere é mesmo a modulação utilizada, que é o
> Gaussian Minimum Shift Keying (GMSK) e que pode ser utilizado
> livremente. É um modo como outro qualquer (FSK, PSK, QAM, MSK...) A
> questão não é o modo mas sim o protocolo e codec.
>
> Devo assumir que não estou por dentro dos desenvolvimentos do D-STAR mas
> posso deduzir que os avanços efectuados devem ser fruto de muito
> "reverse-engineering" e análise das comunicações efectuadas. Como
> resposta a isto transcrevo uma máxima de engenharia: "Shit in - Shit out" 
> :)
>
> Já viu se cada marca se lembrasse de criar sistemas proprietários? Quem
> tiver icom fala com quem tiver icom, yaesu com yaesu... Até agora esse
> problema nunca se colocou mas já faz sentido pensar nisto. Mesmo a
> "internet" é o que é porque foi baseado num protocolo independente da
> plataforma e cuja documentação do protocolo é distribuída livremente e
> permite desta forma contributos de todos para eventuais melhorias. Este
> é o ponto importante. No rádioamadorismo NÃO deve haver lugar para
> sistemas proprietários como  este. Ou  se cria um "standard" livre e bem
> documentado ou então não se faz... ou faz-se (para não me chamarem velho
> do restelo) mas não se dissemina como se quer fazer.
>
> Quantos aos exemplos que deu, será que eles funcionam perfeitamente, sem
> estarem ligados a qualquer outro sistema D-STAR, ou seja, em
> "stand-alone"? É que por um rádio em GMSK não é o mesmo que suportar o
> protocolo D-STAR e respectivo codec. E conseguindo de alguma forma
> replicar o codec não estará a violar a patente (desconheço o conteúdo) ?
>
> Cumprimentos,
>
> 73 de ct1enq
>
> Jorge Santos escreveu:
>> Caro Miguel.
>>
>> A razão do teste a realizar prende-se exactamente com a frequência
>> empregue, 430 já todos conhecem bem como o famigerado R2D2 causado em
>> parte por reflexões, 144 ninguém conhece o comportamento e falar em
>> 1.2!!?, se o D-Star neste momento tem 300 utilizadores registados em
>> Portugal acho que operativos em 1.200 não chegam aos 100 tirando
>> lógicamente as dificuldades de propagação em montanha desta frequência.
>> Mas bem, estou perfeitamente de acordo com tudo o que foi enunciado
>> pelos colegas no entanto, volto a frisar, este licenciamento é
>> provisório, não tem de momento cariz definitivo nem é essa a ideia
>> geral, com base nestes testes, que provavelmente e se as autoridades
>> assim o facultarem, terminarão pelo fim do ano então serão tomadas
>> decisões de qual o melhor sistema para uma zona de montanhas.
>> Se acaso a IARU aceitasse o alargamento iríamos criar outra vez uma
>> espera Ad-Eternum isto porque como o colega deve saber existem N
>> serviços (militares, comercias e de dados) na faixa compreendida entre
>> os 146.001 e os 147.997 e a sua remoção levaria outros tantos anos
>> como o já foram outras frequências.
>> Desmistificando o já célebre "registo de patente" da DVSI... toda e
>> qualquer Empresa quando estuda projecta e elabora um qualquer objecto
>> tem o direito de registar essa mesma patente sendo proprietário
>> intelectual do processamento elaborado por esse mesmo dispositivo, o
>> que acontece com o D-Star é que ele utiliza uma forma de "/modulação/"
>> (GMSK) com recurso desse mesmo dispositivo que pela facilidade e pelo
>> seu custo ($ 20 USD = € 16) foi o escolhido pela ICOM, nada impede
>> ninguém de criar o seu próprio sistema desde que saiba como funciona o
>> D-Star, só para informação geral existem neste momento o célebre
>> AMBE2020, um sistema feito pelo Satoshi que utiliza um CMX e 2 Pic's
>> (como vê não precisa do integrado da DVSI) bem como sistemas inteiros
>> sem recurso ao software da ICOM como seja o Dextra (mas que entra em
>> polémica com a ICOM ao pretender linkar equipamentos D-Star a
>> Echolink+eQSO e mais variações) e o actual site de G4ULF, feito com
>> base numa distribuição Linux que não o CentOS as demais aplicações
>> foram feitas pelo próprio David, utiliza o sistema GMSK com base no
>> kit do Satoshi, ou seja não tem software ICOM e não tem o vocoder da
>> DVSI contudo está perfeitamente operativo, por curiosidade este site
>> encontra-se a trabalhar com um router 3G da Cisco, quem tenha
>> curiosidade e equipamento pode fazer a gateway a GB7MH módulo B e
>> verificar pelos seus próprios ouvidos que não existe diferença entre o
>> AMBE2020 e o kit do Satoshi feito com pic's.
>>
>> Um abraço caro colega e um bem haja pela sua atenção.
>>
>> Jorge Santos
>>
>
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