ARLA/CLUSTER: Ruminações parte II
Paulo Calvo
ct1idw gmail.com
Terça-Feira, 7 de Abril de 2009 - 10:47:59 WEST
Estimados colegas
Acho que alguns colegas ainda não perceberam o potencial do novo decreto-lei...
Em primeiro lugar, num país onde o civismo é deficitário, o acesso a determinadas actividades deve ser filtrado seja por testes rigorosos, seja por moratórias, ou por ambos.
Se houvesse mais civismo talvez a moratória não fosse necessária, mas como já vimos que o método anterior levou a excessos faça-se alguma coisa para limitar os danos.
Não podemos deixar que aconteça no radioamadorismo o que acontece na CB. E todos sabemos bem do estou a falar.
Lembro aos defensores da CB que o desrespeito pelos regulamentos é pratica comum. Exemplos disso são: o uso de frequências não autorizadas, o uso de potências acima do permitido, a utilização de linguagem imprópria, etc. É isto que querem para o radioamadorismo?
Ser exigente não faz parte dos nossos hábitos, mas vamos ter de nos habituar a isso. Se queremos progredir temos de ser exigentes connosco e com os outros e de forma alguma podemos pactuar com situações ilegais.
Meus amigos só com trabalho, esforço e dedicação se consegue melhorar nesta e outras áreas. Se queremos ser vistos com bons olhos pelos nossos concidadãos temos de provar todos os dias que somos dignos de respeito e necessários.
Sejamos poucos, mas bons.
Quem espera dois anos é porque de facto quer ser radioamador e provou que tem a determinação para isso.
Claro que esta é uma oportunidade a agarrar pelas Associações, já que os "recrutas" podem e devem ser ajudados por estas durante o período inicial.
A ARRL no seu Field Day estimula a instalação de estações GOTA (Get On The Air), cá podemos fazer o mesmo, embora ainda não consiga fazer um Field Day nacional...
Acho que o acesso aos 10 metros pelos colegas da classe C é um erro descomunal e já começou a confusão, isto porque nem sabem distinguir entre uma proposta de regulamento e um regulamento em vigor ou porque se estão nas tintas para os regulamentos.
Como já escrevi antes quem pertence à classe C é porque assim o deseja. Se quer progredir que se esforce.
Mas a grande oportunidade está na alteração da idade de acesso. Senão vejam:
Podemos fazer apresentações nas escolas e criar estações escolares.
Os Jamborees ficam mais fáceis.
Quem tiver filhos pode mais facilmente interessá-los pelo hobby.
A quem discorda, e souber inglês, procure a GB4FUN, ou consulte o site da ARRL e procure o que eles têm feito com os jovens. É durante a juventude que se desenvolve o interesse por estas coisas e basta uma pequena ajuda para que surjam mais e melhores radioamadores.
Claro que nós, radioamadores portugueses, temos falhado na motivação que damos aos nossos filhos para que se interessem pelo radioamadorismo. Basta perguntar aos colegas que lêem esta mensagem: algum dos vossos filhos é radioamador?
Não me venham com desculpas, Se não conseguimos interessar os nossos filhos é culpa nossa...
Termino dizendo que o tempo do imobilismo e do status quo acabou. Ou nos adaptamos ou passamos mal. De nada vale criticar se não temos a capacidade de propor soluções, de executar e de procurar novas oportunidades.
Se não gostaram do que leram paciência. Já chega de complacência e de conformismo.
O radioamadorismo tal como tem sido tratado por nós não tem futuro, está na hora de mudar a situação sendo exigentes, dinâmicos e inovadores.
O futuro será aquilo que nós quisermos...
73 de CT1IDW
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