ARLA/CLUSTER: 13 de Junho de 2006 - artigo sobre novo regulamento
Paulo Santos
ct1ewa gmail.com
Segunda-Feira, 17 de Novembro de 2008 - 17:40:01 WET
Escrevi assim um artigo a 13 de Junho de 2006, o qual enviei a alguns
radioamadores e Associações de Radioamadores e publiquei em fóruns e QSP,
que à data de hoje se mantem actual!
Caros Colegas
Decorrido algum tempo após as reuniões da ANACOM com as Associações de
Radioamadores, observo com alguma preocupação, o mutismo dos dirigentes
associativos.
Este comportamento, vem na “linha” do silêncio com que se gere o passado e
fugaz relacionamento com o Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil,
bem como o actual plano de repetidores de VHF/UHF.
Como é do conhecimento, em 2002, 2003 e 2004 o S.N.B.P.C. fez uma
aproximação aos Radioamadores, que “rescindiu” após o EURO2004.
Na sequência desta aproximação, desenvolveram-se conjuntamente várias
acções, cuja referência principal terá sido o Congresso das Comunicações de
Emergência por Radioamadores efectuado na Figueira da Foz e a assinatura de
um protocolo de cooperação, com a entrega de equipamentos às associações
participantes e sub-escreventes do protocolo.
Após o conhecimento generalizado “desta oferta”, surgiram em turbilhão um
sem número de pedidos de doação de equipamentos por parte de entidades e
radioamadores que na sua maioria, até à data da realização do Congresso e
sua conclusão, se abstiveram de participar nas actividades até aí
desenvolvidas.
Terminado que foi o Euro2004, o SNBPC optou por ignorar os protocolos e os
radioamadores. Não dei conta de qualquer movimento ou pretensão das
associações aderentes ao protocolo e dos reclamantes pós-protocolo, na
tentativa de forçar o S.N.B.P.C. a reatar o seu relacionamento com os
radioamadores e a cumprir e fazer cumprir o protocolo assinado na Figueira
da Foz.
É incompreensível este posicionamento dos radioamadores e associações!
Será no entanto conveniente referir e saudar, o excelente trabalho
desenvolvido por algumas associações de radioamadores, que localmente
promovem e executam actividades comuns com os Serviços Municipais e
Distritais da Protecção Civil.
O recente processo de licenciamento de repetidores é sintomático e na mesma
linha de acontecimentos.
Surgiram pedidos sobre pedidos de licenciamento de repetidores, muitos de
entidades desconhecidas ou quase desconhecidas (um óptimo sinal), e de
outras que se ergueram e rejuvenesceram das cinzas.
Se olharmos para o mapa de distribuição dos repetidores de amador em VHF/UHF
de Portugal, sobressai facilmente a consequência deste processo:
- Repetidores em cima de repetidores
- Localidades com repetidores a duplicar, na mesma banda.
Mas, o mais extraordinário e grave é o facto de se ter feito um novo plano
de repetidores sem um prévio debate inter-associativo que certamente teria
originado a apresentação à entidade reguladora, de um projecto comum!
Quanto a mim existe um único culpado: nós, os radioamadores!
Em Portugal as associações continuam a querer demarcar os seus territórios e
de forma egoísta não se unem através de uma entidade sua representante, sede
de debate e discussão dos assuntos da classe, gerador de consensos e
maiorias, com objectivos e fins comuns.
Mas passado é passado, há que não cometer os mesmos erros no futuro (isto é
lírico)!
Na derradeira reunião individual com a ANACOM, todas as associações foram
confrontadas com algumas ideias/propostas para o novo regulamento das
comunicações por radioamadores, nomeadamente no que diz respeito às classes
e indicativos.
Excluindo um colega que voluntariamente se ofereceu para organizar encontros
inter-associativos de debate, não me apercebi de qualquer outra movimentação
sobre o assunto.
Será que a alteração à lei fundamental do serviço de amadores, não terá que
ter a participação dos radioamadores?
O que pretendem as Associações e os radioamadores obter com este alheamento
e falta de coesão?
O momento é grave, caricato e incompreensível, pois:
- A ANACOM, na pessoa do actual responsável pelas comunicações de amadores,
Eng.º Carlos Antunes e do Eng.º Alberto Dinis, presta-se a algum diálogo com
as Associações e com os radioamadores.
- As Associações não dialogam, não se unem, evitam encontrar nas suas
diferenças equilíbrios, gerar consensos e definir rumos!
Em Portugal o radioamadorismo, institucionalmente, continua a ser um
projecto adiado.
É uma actividade desunida, permeável e frágil, sem resistência aos
interesses exteriores, sem um rumo definido, sem um interlocutor forte que
defenda e represente os interesses das associações de radioamadores e dos
radioamadores.
As consequências estão à vista e o futuro vislumbra-se sempre condicionado
ao feudalismo que impera a nível associativo.
Será que esta é uma teoria da conspiração, inventada e perpetrada por mim?
73’s
Paulo Santos
CT1EWA
…e agora Deus nos acuda que ele está aí!!!!!
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