ARLA/CLUSTER: Repetidores Digitais, evoluir sim mas com valor acrescentado e pensamento estratégico....

João Gonçalves Costa joao.a.costa ctt.pt
Terça-Feira, 29 de Julho de 2008 - 17:24:28 WEST


Caros colegas,

Com o anuncio da instalação, até ao fim do ano de 10 repetidores digitais no sistema D-Star em Portugal, convêm voltar a reflectir, como o fiz a 9 de Outubro de 2007, umas horas antes do anuncio do 1º Repetidor D-Star.

Sem a menor duvida que é uma das funções das Associações e penso que de todos nós, tentar dentro da medida das nossas possibilidades ter acesso ao que de mais recente existe no campo das radiocomunicações e tecnologia.

Como escreveu o Sílvio Leiria, CT1BPT, na altura - " Antes de avançarmos para qualquer projecto de montagem de repetidores queremos ter a certeza que o investimento não é em vão, não basta montar repetidores é preciso garantir que eles sejam usados."

É com enorme tristeza que não ouvimos mais actividade nos actuais repetidores analógicos e digitais, hoje que temos uma profícua rede analógica em VHF e UHF, nem sempre a trabalhar nas melhores condições técnicas, é verdade.

Acho que mudar por mudar, não faz qualquer sentido, antes sim evoluir com valor acrescentado e o mais importante, pensamento estratégico.

As possibilidades oferecidas que todos os dias estão a ser desenvolvidas pelo sistema D-Star são enormes.

Quer isto dizer, que no meu ponto de vista, montar um repetidor digital no alto de um cabeço, só por si só, não faz evoluir as telecomunicações, agora tê-lo ligado á Rede Mundial e explorar todas as suas vantagens presentes e futuras, isso sim, é evoluir, com valor acrescentado.

Como nos dizia um colega brasileiro; comunicações digitais.... utilizamos todos os dias nos telemóveis, mas só para isso, não vale a pena mudar.

Estando já num estádio superior de implementação, muitas das questões e problemas levantados podem nos servir de pista para encurtar a estrada a percorrer.

Acho que com o que existe de experiência acumulada a nível mundial, a começar pelos EUA, poderemos começar a construir algo que todos nos possamos orgulhar; com cabeça, tronco e membros.

È necessária uma maior comunicação e entrosamento entre as diferentes equipas de desenvolvimento e é mais que fundamental que se definam os responsáveis dos projectos e que exista uma maior coordenação entre si.

Um sistema tão complexo não pode evoluir por "quintinhas" e onde cada grupo de "agricultores" semeia sem a preocupação do que produz, e se essa produção é compatível e sustentável com o todo global. Aquilo que se tem assistido de descoordenação nos últimos meses ao nível do software do D-Star mundialmente é de loucos.

Em PORTUGAL, é necessária e urgente imediata formação dos responsáveis pelo software e hardware dos diferentes repetidores digitais existentes ou que vão existir.

Hoje, já não basta montar repetidores e preocuparmo-nos com as estruturas radioeléctricas, é preciso garantir continuamente que eles tenham o software e o hardware exigidos, á que garantir que existe uma boa interligação entre o servidor no alto da serra e o ponto de acesso á Internet, á que verificar se ele se está a identificar correctamente na rede, etc, etc.

Num repetidor digital, alem do responsável pela parte radioeléctrica da instalação é tão ou mais importante e fundamental um responsável pela parte de informática.

Os desafios que nos são lançados hoje em dia, são imensos, no entanto, as recompensas são proporcionais, mas somente se conseguem com muito trabalho, dedicação e interdisciplinaridade de conhecimentos.

No século XXI cada vez vão ser mais e mais necessários, info-radioamadores ou Amadores de Rádio com conhecimentos Informáticos profundos.

Com os meus cumprimentos.

João Costa
CT1FBF




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