ARLA/CLUSTER: Fwd: Não é uma questão de legislação, mas de mera cultura

João Costa > CT1FBF ct1fbf gmail.com
Sábado, 12 de Julho de 2008 - 21:01:21 WEST


Levantam-se sucessivos debates acerca do verdadeiro desempenho sobre a
prestação cívica e cultural do Serviço Emissor dos Postos de Amador,
vulgarmente denominado por Radioamadorismo.



A generalidade dos seus contemporâneos utilizadores versus
consumidores, e mesmo do cidadão comum, conhecem-no ou chamam-lhe por
banda do cidadão e radioamador. Contudo o Radioamadorismo não é, nem
uma coisa, nem a outra.



Muitos amadores da Rádio (Operadores Amadores) do Serviço Emissor dos
Postos de Amador, sustentam hoje muito sérias reservas em se chamarem
a si mesmos de radioamadores (um neologismo inglês proveniente do
termo radioamadorismo) tal não tem sido a deturpação da virtude e do
mérito, ou mesmo da desvirtualidade que tem sido imposta aos Amadores
de Rádio nos últimos 30 a 35 anos.



O Radioamadorismo não tem absolutamente nada a ver com CB (do termo
inglês Citizen Band) ou Serviço Rádio Pessoal, um serviço de rádio
autorizado ao cidadão comum, que não carece de nenhuma qualificação,
nem pré requisitos para ser usado e explorado, e que era vulgarmente
empregue nos Estados Unidos e Canadá, ou mesmo em África e Austrália,
em substituição da redes de telecomunicações, hoje substituídas pelos
telefones celulares.



A vulgarização destes serviços e os equipamentos comercializados
permitiram o seu emprego desportivo e recreativo massivo, a partir do
qual terão sido despertos e suscitados muitos utilizadores que
posteriormente migraram para as faixas de frequência do serviço de
amador, com os mesmos propósitos.



A excelência do Radioamadorismo está há mais de 120 anos, centrada
precisamente na elevação do saber e do conhecimento, mediante a
promoção da cultura da ciência e tecnologia.



São toleradas outras actividades, considerando da
multidisciplinaridade do seu próprio amadorismo, e que vão do lazer ao
desporto competitivo, incluindo outros aspectos cívicos e de relevante
interesse social e humanitário. Contudo, o Radioamadorismo não é
desporto nem competição, nem menos ainda, consumo e comércio para
comunicação.



A interdisciplinaridade e a essência do Radioamadorismo, ainda são, no
seu conjunto plural e multidisciplinar, uma das poucas actividades
ocupacionais e lúdicas, das mais susceptíveis de permitirem uma
qualificação teórica e prática em diferentes disciplinas de ciência e
tecnologia, incluindo letras, geografia, política económica e social,
entre outras temáticas e prestações de relevante interesse público.



É no Radioamadorismo que se consagram e podem fomentar os mais altos
valores civilizacionais de qualquer uma das modernas sociedades
plurais, do saber-saber, saber-fazer e saber-estar.



Na excelência do Radioamadorismo não se compram competências, tal como
se compram equipamentos de rádio, acessórios e componentes.



A excelência do Radioamadorismo, está definitivamente, quer se queira
ou não, na capacidade técnica e no valor humano e cultural, de cada um
dos seus Operadores Amadores, que ao menos, sejam uma de duas coisas
possíveis num verdadeiro Amador da Rádio, um bom técnico ou estudioso
das ciências radioeléctricas, ou então, um bom operador amador de
rádio, capaz de saber explorar qualquer uma das múltiplas disciplinas
necessárias e essenciais ao seu cabal desempenho, enquanto operador
amador de rádio, incluindo, se quiser, alguma da sua componente
lúdica, desportiva e recreativa, que terá de se subordinar sempre, ao
vasto acervo de valores e competências exigidas a qualquer amador da
Rádio. Provando que sabe conquistar o seu próprio lugar com mérito e
competência, sem mais passagem administrativa, nem qualificação
telegráfica, atribuída por despacho administrativo.



Tal como a Radiotelegrafia, o verdadeiro Operador Amador de Rádio,
jamais permitirá que se possa desvirtuar essa assunção e excelência do
Radioamadorismo.



73, Mariano, CT1XI




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