ARLA/CLUSTER: Verticais encurtadas: como ficam os radiais? ( fwd QRP-BR )

Carlos Neves (CT3FQ) ct3fq ct3team.com
Sexta-Feira, 18 de Janeiro de 2008 - 15:07:08 WET


Parabéns Mourato pelo artigo, foi digno de se ver e aprender.

O mais grave que acontece é que a maioria de nós quando liga um cabo 
coaxial a uma vertical  fica logo contente se a SWR tiver abaixo de 1:5 
e conclui logo que descobriu a pólvora...

Já, por experiencia própria, tive uma antena vertical para os 80 metros 
que aquecia o solo (é um modo de falar), i.e. pelas minhas contas cerca 
de 60% dos 3KW injectados na  "queimavam-se" no solo, ou seja apenas 40% 
é que era irradiado. Foi um fracasso completo tanto em QSJ, como tempo 
gasto.
A menos que esteja enganado, a  resistencia de irradiação duma antenta é 
igual à impedância, se ela estiver na ressonância, ou seja, quando ela 
não é nem capacitiva (curta) nem indutiva (longa).

Para quem se interessa pelo assunto, existe um artigo muito interessante 
em http://k2kw.com/verticals/learning.html sobre as antenas verticais 
do  6Y4A ,que também é digno de se ler.

73

Carlos Mourato wrote:
> Caros colegas
>
> Uma antena é sempre composta por dois terminais em oposição de fase. 
> Sejam artificialmente encurtados compridos ou ressonantes, devem 
> existir sempre dois pontos de tensão, desfasados em 180 graus em algum 
> lado para que a radiação seja eficaz. A eficiencia de uma antena e 
> como muito bem diz o colega Carlos Neves, depende da resistencia de 
> radiação, e esta resistencia não é o mesmo que impedancia. A 
> impedancia de uma antena, é a soma da resistencia de radiação com a 
> resistencia de perdas. Ao passo que se encurta uma antena, aumenta-se 
> a resistencia de perda e diminui-se a resistencia de radiação. Uma 
> simples antena de vareta, com 1 ou 2 m de comprimento, quando 
> artificialmente colocada em ressonancia, através de um sintonisador ( 
> que mais não faz do que alterar a fase da tensão de RF de modo a que o 
> ventre de tensão fique no topo da vareta), apresenta uma resistencia 
> de radiação extremamente baixa, da ordem de 1ohm ou menos e 49 ohms ou 
> mais de perda. A resistencia de perda é a resistencia electrica dos 
> materiais, a resistencia de terra e piora tudo quando existem bobines, 
> pois devido á sua reactancia , ao serem atravessadas por correntes de 
> RF aquecem e aumentam bastante a resistencia de perda. Sabe-se que a 
> capacidade em ralação ao plano de terra, apresentada por um elemento 
> radiador, encurta o seu comprimento fisico, pelo que se utilizam os 
> chamados chapéus capacitivos, para encurtar fisicamente um elemento de 
> antena. Na verdade os chapéus capacitivos servem para adicionar 
> capacidade entre os dois elementos duma antena. Assim sendo, com a 
> adição dos chapeus capacitivos, diminui-se não só o comprimento da 
> antena para uma dada frequencia, como tambem a indutancia necessaria 
> das bobines de carga, de modo a diminuir a resistencia de perda. Em 
> ondas longas, nos radiofarois utilizam-se chapeus capacitivos enormes, 
> que permitem uma antena com comprimentos de 1/8 de onda ou menos, 
> funcionarem com bom rendimento, em frequencia muito baixas.
> Quanto aos planos de terra, e porque na campo das antenas estamos 
> sempre a aprender, e cada caso é uma caso, devemos observar os 
> comportamentos padrão que se repetem mais ou menos frequentemente nas 
> diversas montagens. A antena mais simples é porventura a mais 
> eficiente, e não passa de um simples dipolo de meia onda, em que a 
> resistencia de radiação é praticamente igual à impedancia. A 
> resistencia de perda neste caso seria apenas a resistencia ohmica do 
> fio. Se colocarmos um dipolo na verticalteremos uma antena vertical 
> como é logico. E se queremos que a antena apresente cerca de 50ohms 
> então teremos de formar um angulo de cerca de 120 graus entre os dois 
> elementos da antena para baixar a impedancia, mantendo-se a eficiencia 
> elevada. Neste caso a antena adquir alguma direcionalidade no sentido 
> da dobra dos elementos. Para evitar esse inconveniente, adiciona-se 
> mais 2 ou 3 radiais e a coisa fica omnidirecional. Temos então uma 
> antena verical de 1/4 de onda, com mais 3 ou 4 radiais de tambem 1/4 
> de onda, que no total dá uma antena vertical de meia onda, ou seja 
> nada mais nada menos que um simples dipolo vertical independentemente 
> do numero de radiais que tem. o ganho desta antena é de 1 dBd e nada 
> mais que isso. A resistencia de radiação desta antena é de 50 ohms 
> menos a resistencia de perda que é apenas a resistencia electrica dos 
> elementos.
> Quanto às antenas estarem com radiais enterrados ou no ar, a diferença 
> é que a terra condutora quando alimentada pelos radiais enterrados 
> forma um plano capacitivo muito elevado em relação ao elemento 
> vertical, pelo que a altura do elemento vertical sai muito encurtada. 
> É diferente colocar apenas 3 elementos ou colocar uma chapa circular 
> com 1/4 de onda raio na base da antena. Como tal é normal as antenas 
> montadas ao nivel do solo, com planos de terra enormes, e como tal 
> muito capacitivos, terem um comprimento menor que uma montada com 
> apenas 3 radiais de 1/4 de onda. Note-se que para efeitos de 
> ressonacia apenas é valido o comprimento de 1/4 de onda, ou o ponto em 
> que a tensão de RF esteja desfasada em 90 graus em relação ao ponto de 
> alimentação, porque mesmo nos planos de terra enterrados, existe 
> pontos de tensão elevados de RF no solo.
> Para terminar, só queria referir que talvez o colega Neves esteja a 
> confundir a resistencia de radiação da antena de 1/4 de onda ao 
> afirmar que é de 32 ohms. Esse valor é normalmente a impedancia no 
> ponto de alimentação, duma antena com os radiais a 90 graus, pelo que 
> se necessita de usar um troço de cabo coaxial na alimentação, ou outro 
> dispositivo, como transformador de impedancia. No entanto a 
> resistencia de radiação é tambem de 32 ohms,  devido ao facto da 
> resistencia de perda ser baixa, e neste caso a eficiencia é sempre 
> elevada, bem proxima de 100%. Um caso tipico de necessidade de ajustar 
> este tipo de antena, são aquelas antenas normalmente usadas pelos 
> bombeiros em VHF banda baixa, em que o elemento vertical é dobrado e 
> ligado à massa nos radiais, aumentando assim a impedancia do elemento, 
> de modo a que com os radiais a 90 graus fique proxima dos 50ohms.
> Convem lembrar uma coisa importante. Não é o valor da resistencia de 
> radiação que torna a antena mais ou menos eficiente, mas sim a 
> resistencia de perda, e as duas estão inversamente relacionadas.
> Uma antena eficiente com 50ohms, não é mais eficiente que uma com 
> 75ohms ou 300 ohms ou mesmo 10 ohms, desde que a resistencia de perda 
> seja apenas residual. Em broadcasting de FM usa-se muito colocar uma 
> serie de dipolos em paralelo, ficando a impedancia destes em meia 
> duzia de ohms ( 8 dipolos de 50 ohms ficam com 6,25 ohms), e depois 
> utiliza-se um transformador de impedancia (normalmente uma linha de 
> 1/4 de onda com uma determinada impedancia) para elevar aos 50 ohms do 
> cabo e do emissor a impedancia do conjunto. Aqui a resistencia total 
> de radiação é bem baixa e é eficiente, o mesmo se passa com um dipolo 
> dobrado de 300 ohnms que se alimentado por uma linha de 300ohms e 
> ligado a um emissor com saida a 300 ohms, tambem é quase 100% 
> eficiente, sendo a resistencia de radiação neste caso elevada.
> E posto isto, devido a que de facto o campo das antenas é das coisas 
> mais complicadas, e onde se está sempre a aprender, fico à espera de 
> mais "material" sobre este assunto, porque tambem eu gosto muito de 
> aprender e de ser corrigido naquilo em que porventura possa estar errado.
> Um bom fim de semana para todos 
>
> 73 de CT4RK
>
>
>
>
> m 18/01/08, *Carlos Neves (CT3FQ)* <ct3fq  ct3team.com 
> <mailto:ct3fq  ct3team.com>> escreveu:
>
>     Bom dia
>     Depende do que estamos a falar. Se de radiais elevados ou de
>     enterrados.
>     Se tiverem enterrados o comprimento não é critico e quanto maior for o
>     nº de radiais melhor.
>     O maior problema das antenas verticais reside na eficiencia versus
>     perdas, pois 1/4 vertical com 4 radiais apresenta uma resistência de
>     radiação na ordem dos 32 ohms muito longe dos 52 desejados.
>
>     Sem dúvida um bom assunto para ser discutido pelos presentes.
>
>     73
>
>     Carlos Neves
>
>
>     Carlos Fonseca - CT1GFQ wrote:
>     >
>     >
>     >
>     > Oi pessoal, bom dia.
>     >
>     > Uma dúvida que me surgiu: em antenas verticais encurtadas (por
>     bobina ou
>     > chapéu), montadas em solo (como a PAC12, por exemplo), como deveriam
>     > ser os
>     > radiais?
>     >
>     > Hipóteses que pensei:
>     > . seguir a convenção de pelo menos 4 radiais de 1/4 de onda (ou mais
>     > radiais)
>     > . usar 4 (ou mais) radiais também bobinados
>     > . usar 4 (ou mais) radiais do tamanho físico da antena
>     > . NDA :)
>     >
>     > ----
>     >
>     > Achei uns links bacanas:
>     > http://www.chem.hawaii.edu/uham/radials.html
>     > < http://www.chem.hawaii.edu/uham/radials.html>
>     > http://www.astrosurf.com/luxorion/qsl-radials.htm
>     > < http://www.astrosurf.com/luxorion/qsl-radials.htm>
>     >
>     > No primeiro, o autor fala literalmente: "radiais de terra não
>     precisam
>     > ser
>     > mais compridos do que a altura da antena... uma antena encurtada
>     > possui um
>     > campo-próximo (near-field) mais compacto... o terra só precisa
>     alcançar o
>     > limite do campo-próximo".
>     >
>     > No segundo, eu acho, descobri que os radiais servem como 'retorno'!
>     > "parte
>     > significativa da energia sai o elemento irradiante para o solo
>     (que é um
>     > terra com muita perda). Esta radiação deve ser re-injetada no
>     sistema, no
>     > ponto de alimentação desta, com a menor perda possível para ser
>     irradiado
>     > pela antena em um novo ciclo".
>     >
>     > --hg
>     >
>     >
>     ------------------------------------------------------------------------
>     >
>     > _______________________________________________
>     > CLUSTER mailing list
>     > CLUSTER  radio-amador.net <mailto:CLUSTER  radio-amador.net>
>     > http://radio-amador.net/cgi-bin/mailman/listinfo/cluster
>     <http://radio-amador.net/cgi-bin/mailman/listinfo/cluster>
>     >
>
>
>     _______________________________________________
>     CLUSTER mailing list
>     CLUSTER  radio-amador.net <mailto:CLUSTER  radio-amador.net>
>     http://radio-amador.net/cgi-bin/mailman/listinfo/cluster
>
>
>
>
> -- 
> Best 73 from:
> regards from:
> CT4RK
> Carlos Mourato
> Sines
>
> Antes de imprimir este e-mail, pense que estará a gastar papel e 
> tinta. Proteja o ambiente
>
> -----------------------------------------------------------
> Este e-mail destina-se a fornecer informações de utilidade para os 
> destinatarios referidos, e não poderá ser considerado SPAM.
> Se não desejar receber mais informações deste emissor, responda a este 
> mail com -REMOVER- no campo "ASSUNTO", ou bloqueando o emissor deste 
> mail, nas suas configurações de privacidade.
> Esta mensagem está de acordo com a legislação Europeia sobre o envio
> de mensagens (Directiva 2000/31/CE do Parlamento Europeu; Relatório
> A5-0270/2001 do Parlamento Europeu).
> ------------------------------------------------------------------------
>
> _______________________________________________
> CLUSTER mailing list
> CLUSTER  radio-amador.net
> http://radio-amador.net/cgi-bin/mailman/listinfo/cluster
>   





Mais informações acerca da lista CLUSTER