Re: ARLA/CLUSTER: TDT Portuguesa em MPEG-4: Prós e Contras
Paulo Mendes
ct2hqt gmail.com
Terça-Feira, 30 de Dezembro de 2008 - 11:16:56 WET
Temos de esperar para ver, pode ser que o mercado ofereça receptotes tipo
"Dreambox" que conteem sistema operativo integrado e que nos resolva o
problema, os canais livres (1,2,3,4,5) não terão encriptação logo conerteza
que vai parecer soluções de baixo custo, no entanto no meu ponto de vista
entendo que fizeram bem em optar por MPEG-4 porque é um sistema mais recente
e não será colocado de parte tão depressa.
O que vai deixar muita gente surpresa é a questão de comprarem agora
televisores recentes e eles não serem autómonos sem a descodificação por um
equipamento externo. Claro que vão surgir televisores com descodificação
MPEG-4 mas concerteza que o preço será bastante mais elevado.
Estou ancioso para que isto arranque aqui na zona de Leiria porque a minha
recepção de TV onde moro é muito má porque além do sinal ser fraco tem
muitas sombras.
73´s
Paulo Mendes - CT2HQT
2008/12/30 João Gonçalves Costa <joao.a.costa ctt.pt>
> E assim se comprova e mais uma vez, que os interesses monopolistas se
> sobrepõem ao mercado livre de operador.
>
> Quem quiser ver televisão digital terrestre em Portugal vai ter de alugar e
> pagar à PT a caixinha, tenha neste momentos um CRT, um LCD, ou um plasma.
>
> Ao optar pelo MPEG-4 o Estado está a dar á PT uma posição privilegiada e
> exclusiva de futuro domínio tecnológico e económico. Quantos países do mundo
> e em especial da Europa, tem o viram a ter o sistema MPEG-4 ...? Como o
> MPEG-2 já está implementado na maioria e já a um preço baixo à que ir para
> algo onde a concorrência se faça menos sentir.
>
> Mais uma negociata a juntar a tantas que temos neste rectângulo e muito bem
> resumida nesta frase " Se fosse permitida a difusão dos canais livres em
> MPEG-2 (sendo os canais a pagar emitidos em MPEG-4), grande parte do público
> comprava equipamento apenas compatível com o MPEG-2 (vulgarizado e
> relativamente barato), o que se tornaria num obstáculo a uma possível futura
> adesão aos canais a pagar, devido à necessidade de comprar novo equipamento.
> "
>
> Quanto a mim vamos mas é todos ver televisão pela Internet onde pelo menos
> os domínios económicos são menores e onde ainda existe liberdade de difusão.
>
> João Costa,CT1FBF.
>
> ________________________________
>
> From: cluster-bounces radio-amador.net [mailto:
> cluster-bounces radio-amador.net] On Behalf Of CT1FZC/CLUSTER CLUSTER
> Sent: terça-feira, 30 de Dezembro de 2008 0:53
> To: Resumo Noticioso Electrónico ARLA
> Subject: ARLA/CLUSTER: TDT Portuguesa em MPEG-4: Prós e Contras
>
>
>
> TDT Portuguesa em MPEG-4: Prós e Contras <
> http://tdt-portugal.blogspot.com/2008/12/tdt-portuguesa-em-mpeg-4-prs-e-contras.html
> >
>
> Com o esclarecimento publicado pela Anacom, em 27/11, foi confirmado
> publicamente o sistema de compressão do sinal a utilizar pela futura TDT
> portuguesa. Trata-se do MPEG-4/H.264.
>
> Em termos simples, a compressão MPEG-4, sendo mais eficiente (comprime mais
> o sinal), permite difundir mais canais no mesmo espectro (espaço)
> radioeléctrico (Mux) em comparação com o MPEG-2. Ou seja, utilizando o
> MPEG-4 é possível difundir mais programas com a mesma qualidade num Mux
> comparativamente ao MPEG-2. O espectro radioeléctrico (frequências) é um bem
> escasso e a sua utilização é paga. Ao utilizar o MPEG-4 o negócio da TDT
> fica economicamente mais atractivo para o operador da rede (PTelecom),
> porque pode transmitir mais canais, criando uma oferta comercialmente mais
> atractiva e porque o custo da emissão dos seus próprios canais (versão do
> MEO) é mais baixo. O principal interessado na adopção do MPEG-4 é portanto o
> operador da rede e os operadores de televisão que a vão utilizar.
>
> Se fosse permitida a difusão dos canais livres em MPEG-2 (sendo os canais a
> pagar emitidos em MPEG-4), grande parte do público comprava equipamento
> apenas compatível com o MPEG-2 (vulgarizado e relativamente barato), o que
> se tornaria num obstáculo a uma possível futura adesão aos canais a pagar,
> devido à necessidade de comprar novo equipamento. Assim para ver a TDT o
> público é obrigado a comprar um equipamento mais caro, já compatível com os
> canais a pagar (em MPEG-4). Mais uma vez os interesses do operador são
> colocados à frente dos interesses dos espectadores.
>
> Porque os equipamentos MPEG-4 ainda são muito caros, os operadores das
> redes de TDT estão em posição privilegiada de os poderem comprar a preço
> mais acessível, principalmente porque compram em grandes quantidades. Este
> facto torna-se num importante incentivo à adesão do público aos canais a
> pagar, porque se o preço do equipamento é alto, havendo um contrato de
> fidelização, o operador poderá vender o receptor a um preço mais baixo ou
> aluga-lo. Isto já sucede com o serviço MEO. O receptor MEO (sem gravador),
> suporta o MPEG-4/H.264 e custa 79€. Este valor está bem abaixo do preço de
> mercado (livre de operador). No entanto o preço de 79€ é válido só para quem
> assina um pacote de canais (fidelização). E é bem provável que com a TDT irá
> suceder algo de semelhante, o receptor será substancialmente mais barato,
> mas apenas para quem aderir aos canais a pagar! E o preço do receptor também
> deverá ser muito próximo do receptor já utilizado pelo serviço MEO satélite,
> porque o equipamento em termos de características é muito semelhante, um tem
> um sintonizador satélite, o da TDT terá um sintonizador terrestre. E também
> porque não faria muito sentido oferecer dois serviços equivalentes a preços
> muito díspares. Duvido que a PTelecom tenha apresentado valores muito
> diferentes destes na sua proposta aos concursos da TDT. Aguarda-se com
> expectativa o comunicado da PTelecom até ao final do ano, onde se espera que
> esta e outras questões sejam esclarecidas.
>
> Também o uso do MPEG-4 torna muito mais difícil, no curto e médio prazo, o
> uso de equipamentos TDT portáteis "concorrentes" com os actuais e futuros
> serviços a pagar de televisão móvel (via telemóvel), a disponibilizar após o
> apagão analógico. Actualmente há grande oferta de televisores TDT MPEG-2
> portáteis, mas nenhum MPEG-4. O MPEG-4 necessita de muito maior capacidade
> de processamento para fazer a descompressão do sinal em relação ao MPEG-2.
> Já é difícil conseguir uma autonomia de bateria de 2,5 horas com o MPEG-2,
> com o MPEG-4 ainda mais.
>
> É verdade que só a utilização da compressão MPEG-4 permite a difusão dos
> quatro canais nacionais mais o quinto canal em alta definição num único Mux.
> Mas, embora a disponibilização de um canal em alta definição na oferta de
> canais livres (Mux A) seja um incentivo à adesão à TDT, este incentivo acaba
> por ser neutralizado pelo alto preço associado à tecnologia utilizada
> (MPEG-4) e que é pago por todos os espectadores. Maior incentivo seria
> tornar obrigatória a emissão em formato panorâmico (16:9) de pelo menos os
> canais de acesso livre. Não se compreende que se esteja a adoptar o sistema
> de compressão mais recente (e caro) e no entanto se esteja a perpetuar o uso
> do formato 4:3, ultrapassado, numa nova plataforma de distribuição.
>
> Uma melhor opção (para o consumidor) seria a difusão dos cinco canais em
> resolução standard no Mux A e a difusão do quinto canal em simultâneo, em
> alta definição, e em modo aberto (porventura temporariamente) num dos outros
> Mux nacionais. Desta forma só quem estivesse interessado na alta definição
> teria de adquirir o equipamento adequado e suportaria o respectivo preço. É
> perfeitamente possível transmitir com muito boa qualidade de imagem em
> definição standard (720x576) os 5 canais em MPEG-2 num único Mux. Isto pode
> ser facilmente comprovado através do visionamento de variados canais
> emitidos por satélite e da análise do respectivo bitrate. A definição
> standard resulta numa muito boa qualidade de imagem em ecrãs até 32
> polegadas (a diagonal de LCD e plasmas mais vendida) desde que a fonte de
> sinal seja boa. Se a fonte (origem do material) não é de boa qualidade, não
> há bitrate nem MPEG-4 que salve a situação.
>
> Vantagens do MPEG-4 para o consumidor:
> + Torna possível uma maior oferta de canais.
> + Os programas gravados ocupam menos espaço.
>
> Desvantagens do MPEG-4 para o consumidor:
> - Preço elevado do equipamento (principalmente os receptores).
> - É incompatível com praticamente todo o equipamento em uso (TDT MPEG-2).
> - A oferta de equipamento compatível ainda é muito reduzida (televisores e
> receptores).
> - Ainda não há equipamentos TDT portáteis compatíveis com MPEG-4.
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