ARLA/CLUSTER: Em 100 dos mais importantes radioamadores mundiais na história, poucos são ou eram, os técnicos da área.

João Gonçalves Costa joao.a.costa ctt.pt
Quarta-Feira, 31 de Outubro de 2007 - 19:31:07 WET


Caro Colega António Matias(CT1FFU) e demais,

Independentemente de concordar com muitas coisas escritas por ti e por outros, tenho serias duvidas qual será o resultado final da tua analise e pensamento levado ao limite.

O radioamadorismo é para mim multidisciplinar e multifacetado, ainda á poucos dias o colega cubano Arnie Coro(CO2KK) dizia que existem pelo menos 89 maneiras de estar no radioamadorismo e ser Amador de Rádio.

A meu ver, o Serviço de Amador e Amador por Satélite, não é somente para uma elite de técnicos, por muito bons que sejam.

Esse caminho leva á pura extinção do, não nos podemos esquecer, passatempo.

Os desafios que hoje o radioamadorismo enfrenta, inclusive de interesses económicos globais de ocupação do espectro, são de tal modo, que se não for pelo numero de utilizadores e por esse lado pela força representada, vamos ser todos "enxotados" e extintos independentemente de podermos ser excelentes técnicos em telecomunicações e devidamente "habilitados", "examinados", etc. Obviamente que para mim o radioamadorismo não é, e luto para que não seja, uma Banda do Cidadão da actualidade.

Meu caro Matias, por muito que não queiramos estas, elas são as actuais leis do mercado neo-liberal e selvaticamente capitalista, e não será pela  nossa imaginada "pureza imaculada" do radioamadorismo que vamos modificar este estado de coisas. Eu por mim, luto noutros fóruns, por aquilo que acredito ser melhor politica e socialmente para todos e não para uma meia duzia de elites.

Repara nisto:

"c) Serviço de amador: serviço de radiocomunicações, que tem por objectivo a Instrução Individual, a Intercomunicação e o estudo técnico efectuado por amadores, isto é, por pessoas devidamente autorizadas que se interessam pela técnica radioeléctrica a título unicamente pessoal e sem interesse pecuniário."

Como podes ver a definição legal, e que concordo, é muito mais abrangente; mas todos se devem interessar fundamentalmente pela técnica radioeléctrica, agora não precisam de ser todos, nem o são na pratica, técnicos radioeléctricos.

Alias, conheço dezenas de excelentes radioamadores que nada têm haver com as telecomunicações profissionalmente e nem por isso deixam de ser excelentes e empenhados Amadores de Rádio.

Em boa verdade, existem mesmo aqueles que pensamos, que são profissionalmente técnicos de alto gabarito na área e descobrimos que estamos errados. Um dos casos que mais me marcou é o do colega L. B. Cebik (W4RNL), uma referencia internacional quando se trata de analise de antenas e que era profissionalmente, pois está actualmente reformado, um brilhante professor catedrático de Filosofia.


Quanto á legislação e aos exames, já todos nós reparamos que para o bem e para o mal fazemos parte da Europa e não estamos orgulhosamente sós; não posso admitir o que se passa actualmente com a escandalosa falta de uma legislação capaz e actual em Portugal, culpa de todos nós, a começar pela ANACOM, que pelo menos desde 2003 que estava obrigada ou deveria ter transposto para a Lei portuguesa, os acordos internacionais subscritos por ela própria em nosso nome ou onde nós somos visados.

Hoje, qualquer radioamador espanhol, ingles, italiano, etc,de passagem ou residente tem mais direitos em Portugal, que um nacional, nas mesmas condições.

Quanto ao exame de CW, sempre serviu para tudo e mais alguma coisa, MENOS PARA HABILITAR ALGUÉM EM MORSE; quantos CT1 (de duas letras) conheces que fizeram o exame, e hoje praticam e estão activos nesse modo......?

Sempre me recusei e recusarei a fazer exame a um MODO quando não sou obrigado a fazer a outros, por muito eficaz ele seja. Alias, na minha opinião se vamos falar em "habilitar" alguém por exame, a um Modo, devemos começar sempre pela fonia.

Tudo o resto merecia uma atenta resposta, mas infelizmente tenho da acabar por aqui.

Um Forte ABRAÇO e bom feriado ou ponte para quem poder fazer.

João Costa
CT1FBF






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From: cluster-bounces  radio-amador.net [mailto:cluster-bounces  radio-amador.net] On Behalf Of antonio matias
Sent: terça-feira, 30 de Outubro de 2007 19:06
To: Resumo Noticioso Electrónico ARLA
Subject: RE: ARLA/CLUSTER: direitos dos "CT2's"





Longe vão os tempos da disciplina, da moral , do respeito e outros valores então dados como os normais para ser um cidadão cumpridor.

não vivi nesse tempo.

mas ainda cheguei a apanhar uma chapadas valentes da minha professora primaria, que ainda trazia o custume bem latente, dos metodos do outro tempo.

Hoje em dia estas atitudes são impensaveis, na verdade as coisas estão invertidas.

Os alunos é que já batem nos professores e escapam impunes, pois  a culpa é do professor que não sabe ensinar.

O tempo foi passando e na sociedade foi aparecendo cada vez mais a palavra " Direitos". Esta palavra aparece por ai sistematicamente nas bocas dos portugueses, seja por que motivo for.

toda  a gente só tem direitos.

São os agricultores com direito aos subsidios porque o governo teve culpa do tempo não ter sido favoravel á colheita.

Os pescadores que não pescaram nada  naquela semana, e agora vão passar fome.

Os trabalhadores da fabrica A ou B que vai falir e querem saber do subsidio de desemprego.

estes casos são frequentes em passam todos os dias em todos os noticiarios.



Isto é um caso tipo de bola de neve, onde todos olhamos para os nossos direitos e quando alguem os reclama, logo, e justamente, todos o seguem.



o problema está que todos se esquecem dos deveres e obrigações que os cidadãos  teem.



somos um povo que se tornou muito eguista e nunca está satisfeito, quanto mais direitos temos, mais queremos ainda.

temos tendencia para contornar as leis, e quando, achamos que não se podem contornar, tentamos muda-las para que nos possam servir melhor os interesses.

Veja-se que agora para acabar com as más estatisticas dos nossos estudantes ,que Portugal tem a nivel Europeu , o governo vai literalmente acabar com as reprovações por faltas.

Nós radioamadores , já temos uns exames cuja difilculdade é quase ridilula, mesmo assim ainda querem exames mais faceis.

Querem acabar com o exame de CW, de Radio electricidade e legislação, depois admiram-se que haja um desconhecimento total das leis, da tecnica, e mais grave  ainda, da ectica do radioamadorismo.

podem apenas meter como pergunta nos exames apenas o nome, que logo vem alguem dizer que os testes deviam acabar,  que são dificeis e que todos deviam ter os mesmos direitos daqueles que obtiveram as suas licenças á maneira antiga.



O caso  Espanhol, "matou" completamente o radioamadorismo naquele pais.

é o que dizem os EA's.

já ninguem aparece nos exames, os radioamadores antigos estão desmotivados e as bandas estão cheias de individuos nada cumpridores das regras do jogo.



Por cá ainda se  vão conseguindo conservar alguns valores, mas não sei até quando.

será que vamos ter uma banda do cidadão desde os 137,5KC até 47Ghz?

em EA já é assim, por cá ainda não é e espero bem que não.

73's de CT1FFU

Matias.






Qual é o pais que tem


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From: joao.a.costa  ctt.pt
To: cluster  radio-amador.net
Date: Tue, 30 Oct 2007 17:19:06 +0000
Subject: RE: ARLA/CLUSTER: direitos dos "CT2's"




        Caro Sérgio Matias (CT1HMN),

        Bem e o que dizer a isto,  qualquer colega CT2 que ponha o pé do outro lado da fronteira tem todo o direito de operar em todas as bandas de amador e amador por satélite em portátil ou móvel entre os 135,7 KHz e os 81 GHz coisa que não pode fazer legalmente no pais que lhe passa a licença CEPT, Portugal, mas que o autoriza pelos acordos internacionais a usufruir de direitos que no seu próprio pais não está autorizado.

        Outra também muito interessante, conheço o caso de um colega que é CT5 em Portugal e por estar a residir em Espanha é EA4, actualmente. Assim, quando vêem a Portugal e desde que opere como CT/EA4xxx/p ou "m" tem os mesmos direitos que qualquer cidadão radioamador da categoria A, no entanto, se operar a sua estação portuguesa só pode sair em 2m e 70cm e num segmento restrito em cada banda.

        Alias, eu espero que esse "projecto" do novo regulamento com 3 novas classes e 3 velhas categorias nunca chegue " a ver a luz do Dia" pois então é que vale a pena ir estudar e fazer exame a Espanha, para ser radioamador em Portugal, coisa que já acontece como sabem com muitos estudantes portugueses de outras área muito mais profissionais, como por exemplo, Medicina.

        João Costa
        CT1FBF






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