ARLA/CLUSTER: Sputnik, o primeiro satélite artificial foi lançado pela antiga União Soviética a 04 de Outubro de 1957....
João Gonçalves Costa
joao.a.costa ctt.pt
Quinta-Feira, 4 de Outubro de 2007 - 14:07:19 WEST
Lisboa, 04 (Lusa) - O Sputnik, o primeiro satélite artificial lançado faz hoje 50 anos, marcou a abertura das "auto-estradas" da comunicação espacial, onde hoje uma simples chamada telefónica acciona pelo menos quatro satélites, disse à Lusa o físico Carvalho Rodrigues.
"A nossa vida toda está ´pendurada` em satélites, desde as comunicações telefónicas às operações no Multibanco ou às emissões de televisão. O mundo mudou completamente por causa das auto-estradas do espaço abertas pela primeira vez pelo Sputnik [´amigo` em russo]", disse o cientista conhecido como o "pai" do satélite português PoSat-1.
Uma simples chamada telefónica acciona sem nos apercebermos pelo menos quatro satélites e um pagamento bancário é feito através de uma transferência de electrões [no espaço], exemplificou, adiantando que passámos a acreditar "em coisas que não vêmos".
O Sputnik, o primeiro satélite artificial foi lançado pela antiga União Soviética a 04 de Outubro de 1957, abrindo caminho à Idade do Espaço e introduzindo mudanças radicais no quotidiano das pessoas.
Hoje em dia os satélites são usados para quase tudo e dificilmente teríamos a mesma qualidade de vida sem eles.
Previsões meteorológicas, monitorização de terroristas ou de violadores dos direitos humanos, como na recente crise de Myanmar, onde foram usados satélites comerciais para obter imagens que documentassem os abusos, ou sistemas de geoposicionamento (GPS) são exemplos da forma cada vez mais alargada como os humanos usam esta tecnologia.
O que vemos na televisão, as formas como comunicamos ou pagamos as contas, tudo mudou com o advento dos satélites, hoje tecnologicamente muito longe da bola de 83 quilos, com quatro antenas.
Famoso pelos seus "bips" e símbolo do poderio da União Soviética, a principal missão do Sputnik foi a de abrir à Humanidade as portas do universo.
"A viagem dos portugueses à Madeira ou a primeira estrada construída pelos romanos nada significariam por si só, mas quando os portugueses chegaram ao Japão [1542] e a Europa ficou toda ligada por estrada percebeu-se a sua importância", disse Carvalho Rodrigues.
Considerou o Sputnik "a primeira pequena viagem que abriu as auto-estradas do espaço e do sistema solar", que acredita será "colonizado pela humanidade".
"Um povo que se limita a um planeta não tem futuro", disse o físico, adiantando que a colonização do sistema solar só não aconteceu por estarmos ainda a gozar a satisfação pelos avanços conseguidos.
"Mas será uma inevitabilidade quando surgir uma próxima geração que se interesse pelo futuro da Humanidade", vaticinou.
Sobre o estado actual do primeiro e único satélite português, lançado em 2003 e cuja morte física está prevista para 2043, Carvalho Rodrigues, que supervisionou a construção do PoSat 1, disse à Lusa que com 14 anos, o micro-satelite está a chegar ao fim da sua vida funcional.
Para o especialista, Portugal terá no futuro um segundo satélite no espaço que se tornou numa área de "engenharia e negócios" da qual não convém estar afastado.
CFF
Lusa/Fim
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