Re: ARLA/CLUSTER: Portadoras - Os Seus Dias Estão Contados por João Roberto Ferreira(PY2JF)

Carlos Mourato radiofarol gmail.com
Quarta-Feira, 3 de Outubro de 2007 - 14:00:06 WEST


Muito interessante

Ainda por cima dizemos nós que estamos na Europa...Primeiro mundo!
Os amadores de rádio brasileiros não param de me surpreender pela positiva.
Colegas como este joão Roberto, e muitos outros com "serviço apresentado"
podiam vir para cá, que seriam sempre bem vindos, e uma mais valia para o
radioamadorismo portugues e mesmo para Portugal.
O problema é que parece que só os futebolistas é que veem a correr, e esses
não acrescentam nada de nada à sociedade.

73 de CT4RK


Em 03/10/07, João Gonçalves Costa <joao.a.costa  ctt.pt> escreveu:
>
>
>
> Portadoras - Seus Dias Estão Contados
> Por PY2JF
> João Roberto S. G. Ferreira
>
>
> Inegavelmente as portadoras são o calcanhar de Aquiles do radioamadorismo.
> Elas servem de combustível para a maioria das brigas que presenciamos no
> VHF. Elas podem vir em vários "sabores", como arrotos, músicas, gracejos,
> palavrões e toda uma gama de sons que invejaria um sonoplasta. Temos também
> variantes, como os famosos "primos", que para os que não sabem, são anônimos
> imitando voz fina, muitas vezes em dupla, que se auto- intitulam "primos".
> Eles costumam difamar radioamadores e aprontar todo tipo de baderna
> imaginável. Isso tudo normalmente ocorre em repetidoras, onde conseguem uma
> audiência maior, e as de maior cobertura são as preferidas.
>
> Outro problema que se torna cada dia mais comum são os links clandestinos.
> A maioria dos rádios dual band de hoje têm o recurso de repetidora cruzada,
> que permite retransmitir a banda de VHF no UHF e vice-versa. Imagine a
> confusão quando fazem links de conversas de radioamadores em freqüências
> como da polícia ou de outro serviço público.
>
> Mas por qual razão uma pessoa age dessa forma? A resposta é simples: Por
> causa do anonimato que o rádio proporciona. Os motivos podem ser os mais
> variados, mas a portadora só acontece porque a pessoa sabe que não será
> identificada. Por trás do microfone, na segurança de sua casa, a quilômetros
> de distância, ela se sente numa fortaleza. Mas infelizmente nem todos os
> radioamadores sabem como agir numa hora dessas. Seguindo as sugestões
> abaixo, as portadoras seriam tão ineficientes que ninguém perderia tempo com
> essa prática:
>
> *  Ignore-as. Nunca mencione na freqüência que tem alguém dando
> portadoras, simplesmente não comente nada. Quem dá portadora quer saber o
> quanto você o odeia, e quanto mais se fala dele, mais tempo ele fica
> atrapalhando. O prazer dele é deixá-lo irritado. Mas se ele não vê resultado
> algum, ele se cansa e pára. Mas isso só funciona se os sinais das pessoas
> que estão mantendo o QSO forem mais forte qe a portadora.
>
> *  Se ela realmente atrapalha a ponto de não ser possível prosseguir com o
> QSO, o melhor a fazer e se despedir como se precisasse sair e desligar seu
> rádio. E isso sem nunca comentar nada, pois dessa forma ele não saberá o
> resultado de sua investida.
>
> Mas nem sempre as coisas são resolvidas apenas com psicologia, às vezes
> você não é uma pessoa tão paciente ou mesmo teve o azar de ter uma daquelas
> pragas que entram diariamente acabando com o humor de qualquer cidadão. Para
> esses casos, finalmente, antes tarde do que nunca, apresento-lhes o "Projeto
> Identificador de Portadoras 2.0" do CRAM. Muitos aqui já ouviram falar do
> Identificador de Portadoras 1.0 que acabou engavetado. Pois é, foi há
> muito tempo. Mas era algo extremamente complexo. Tratava-se e uma placa com
> vários circuitos integrados importados de difícil obtenção, além de um
> software extremamente complexo que desenvolvi em Visual Basic e,
> sinceramente, não estava 100%. Ele chegou a funcionar razoavelmente bem, mas
> devido ao custo do ircuito e ao meu afastamento do hobby, o projeto foi
> esquecido. Ainda tenho o protótipo e funciona bem, mas o tempo passou e o
> progresso tratou de facilitar nossas vidas. Hoje temos condições de ter essa
> valiosa ferramenta de forma bem mais prática e a um custo muito inferior.
>
> História
>
> O conceito do identificador de portadoras foi inventado e patenteado pelo
> radioamador americano Phil Farrell K7PF. Ele licenciou a técnica para
> empresa Boeing e para uma pequena empresa chamada Motron Electronics. Esta
> última vende uma complexa placa eletrônica chamada TxID Transmitter
> Fingerprint, que deve ser instalada em um slot de PC e rodar em sistema
> operacional DOS. O preço de U$800 sempre foi alto para um radioamador, mas
> até que acessível para clubes e associações.
>
> Alguns radioamadores americanos desenvolveram sistemas semelhantes que
> funcionavam com placas de som do tipo SoundBlaster, como o TXID, mas ainda
> estava longe de ser o ideal. Há poucos meses Malcom Mallette WA9BVS, que no
> passado já havia escrito sobre o assunto, ressuscitou o projeto quando
> conheceu o Osciloscópio Virtual da Virtins, que caiu como uma luva para essa
> aplicação. Sua publicação saiu na revista CQ VHF publicada no inverno de
> 2006. Sabendo do artigo, tentei conseguir uma cópia da revista sem sucesso.
> Então entrei em contato com a Virtins e consegui finalmente uma cópia do
> artigo. Fiz o download do software e o reproduzi com sucesso. Era quase
> perfeito, exceto que após a captura da portadora, você teria que manualmente
> abortar o processamento. Como no meu antigo projeto eu havia usado um sinal
> de COR do receptor para a captura automática, tentei fazer o mesmo com o
> software da Virtins e bingo! Temos agora um identificador de portadoras
> melhor do que o dos americanos! Viva a tecnologia tupiniquim! Mas para os
> que tiveram dificuldade em obter o sinal de COR, vou explicar também comoo
> proceder com o método manual.
>
> Como Funciona
>
> Funciona por meio da analise dos 200ms iniciais ou finais do sinal
> transmitido no tempo (Foto 1).  Atualmente, sem exceção, todos os
> transmissores usam circuitos PLL para determinar a freqüência de
> transmissão. Esses circuitos têm uma peculiaridade que pode ser
> identificada. Eles geram um padrão único de freqüência X tempo antes de
> fixar a freqüência de transmissão e também antes de encerrar a transmissão.
> Devido às diferenças nas tolerâncias dos componentes usados nos circuitos
> PLL, esse padrão acaba sendo único para cada transmissor.
>
>
> Exemplo de captura da portadora de um rádio Kenwood TM-V7A
>
> Nosso Identificador consegue capturar automaticamente essa informação
> assim que o squelch abre com o sinal que deseja analisar. Uma vez capturado,
> esse sinal é salvo como parte de uma biblioteca de portadoras que
> eventualmente será usada na identificação de transmissões indesejadas. De
> posse dessa informação, será possível determinar se duas transmissões
> partiram do mesmo transmissor.
>
> Com essa tecnologia, o radioamador poderá iniciar um processo de cadastro
> de todos os radioamadores de sua região. Quando houver alguma portadora, ele
> poderá capturá-la e comparar com as que estão em sua biblioteca. Se for de
> alguém já cadastrado, problema resolvido. Caso não coincida com nenhuma
> delas, basta ter paciência. Mais cedo ou mais tarde o rádio utilizado para a
> portadora vai ser usado por alguém e o mistério será resolvido.
>
> Outro uso para o Identificador seria no auxilio para encontrar rádios
> roubados. Imagine que um transmissor cadastrado seja roubado. Assim que
> alguém começar a usá-lo, você poderá descobrir seu paradeiro.
>
> Iniciei esse projeto há três meses, e com a ajuda de dez radioamadores da
> região, cadastramos mais de 300 rádios. Já identificamos quase uma dúzia de
> "pitimbadores". E para minha surpresa, todos radioamadores! Nenhum era
> clandestino! Isso prova que o VHF em nossa região está ruim não por causa de
> clandestinos como alguns sugerem, e sim por causa de maus radioamadores.
> Prepare-se para surpresas desagradáveis com essa ferramenta.
>
> Identifiquei o responsável pela portadora, e agora?
>
> Essa é uma pergunta difícil de responder. Cada caso é um caso. Se nossa
> competente Anatel cumprisse com suas obrigações, o VHF Paulista não estaria
> essa baderna. Tecnologia ela tem de sobra, vide matéria publicada por mim há
> alguns anos com o título "A Fiscalização Vem Aí". Infelizmente ela nunca
> veio, e essas maravilhas da tecnologia devem estar apodrecendo ao relento.
>
> Não existe uma fórmula infalível sobre o melhor procedimento. Falar na
> freqüência que sabe quem é? O baderneiro levaria um belo susto, mas não acho
> que isso seja uma boa idéia, pois poderá causar mais confusão. Ligar para o
> indivíduo e alertá-lo de que a portadora vem de um rádio de sua propriedade?
> Talvez. Isso já aconteceu aqui e a pessoa envolvida negou categoricamente.
> Mas em compensação depois disso a portadora nunca mais voltou. Criarei um
> tópico no fórum do CRAM para trocarmos idéias e relatos de como resolvemos
> esses problemas, quem sabe em pouco tempo teremos informações suficientes
> para concluirmos qual a melhor maneira de advertir o responsável.
>
> Antes de entrarmos nos detalhes da instalação, gostaria de deixar um
> conselho a todos os radioamadores que pretendem virar investigadores do
> espectro. Cuide do seu quintal. Se as portadoras estão acontecendo em
> repetidora de sua responsabilidade ou de seu grupo, vá em frente. Agora se o
> problema ocorre em outra vizinhança, melhor deixar que os responsáveis por
> ela resolvam. Ficar enfrentando encrenqueiros do rádio pode ser uma tarefa
> ingrata e pode lhe trazer grandes aborrecimentos. Felizmente não temos tido
> problemas com portadoras em nossas repetidoras, pois nunca permitimos que
> elas funcionassem sob domínio de baderneiros. Elas estão no ar para nos
> trazer diversão e prazer. Se isso não for possível, não são mais
> imprescindíveis como no passado, podem ficar desligadas dias, até semanas. E
> quem perde com isso, infelizmente os radioamadores que dependem delas.
>
> Outra opção seria denunciar o responsável para a Anatel. Se a situação
> chegar a esse extremo, o faça através da LABRE. Ela é uma entidade que tem
> por obrigação defender os direitos dos radioamadores. Não denuncie
> diretamente, pois alguns já o fizeram e nossa competente agência reguladora
> não só deixou o denunciado livre para continuar suas interfarências como
> também foi na residência do denunciante e lacrou seus rádios.
>
> Ligação Entre Rádio e PC
>
> Precisamos de dois sinais do receptor de rádio (VHF ou UHF) que utilizará
> para o projeto: Discriminador e COR. Se você não sabe como obter esses
> sinais, leia o artigo "O Receptor". Nele encontrará as informações
> necessárias para obter esses sinais. Caso não tenha intimidade com
> eletrônica, procure um amigo radioamador com esses conhecimentos para
> ajudá-lo.
>
> Uma vez identificados esses dois pontos no rádio, utilize um cabinho
> blindado de microfone estereo, desses que você compra em qualquer loja de
> eletrônica, o comprimento deve ser o suficiente para ligar do rádio a
> entrada da placa de som de seu PC. O tamanho não é crítico, mas quanto mais
> curto melhor. Ligue no rádio: O discriminador no fio branco, COR no fio
> vermelho e terra na malha. Na outra ponta do cabinho: Ligue um plug P2
> estereo com o pino central da extremidade no fio branco, o pino central do
> meio no vermelho, e a malha no corpo do plug.
>
>
> Ilustração mostra ligação do discriminador e COR do rádio
> ao plug P2 que vai a placa de som
>
> O plug pode tanto ser conectoador na entrada LINE IN ou MIC da placa de
> som do PC.
>
> Instalação do Software
>
> Faça download e instale o software Sound Card Oscilloscope através do
> link:
>
> Download do Osciloscópio Virtual Virtins (4.75MB)
> http://www.virtins.com/ScoscSetup.exe
>
> Esse software funcionará em modo experimental (trial) por 7 dias. É tempo
> suficiente para se testar a eficiência do Identificador de Portadoras. Se
> ficar satisfeito com o resultado, sugiro que compre uma cópia do software
> que é vendida por apenas U$24,95, o que dá uns R$50,00. É só visitar a
> página da Virtins e efetuar a compra com cartão de crédito internacional.
> Eles lhe fornecerão um serial na hora e já poderá desbloquear sua cópia.
> Atenção para um detalhe. O serial fornecido é para uma licença. Se tem mais
> que um computador, decida-se primeiro em qual deles pretende fazer a
> instalação. Se quiser usar em mais de um computador, vai precisar adquirir
> outra licença. A licença pode ser transferida de um computador para outro,
> mas o software tem que ser desinstalado e o serial substituido por outro
> amarrado a informações do novo computador. É claro que poderá encontrar esse
> software desbloqueado com ajuda de programas de trocas de arquivos, mas se
> ele atende suas expectativas, R$50 não é muito dinheiro para retribuir o
> ótimo trabalho que fizeram. Além disso, se você gosta de brincar com
> eletrônica, terá agora um osciloscópio de dois canais no seu PC para se
> divertir.
>
> _______________________________________________
> CLUSTER mailing list
> CLUSTER  radio-amador.net
> http://radio-amador.net/cgi-bin/mailman/listinfo/cluster
>



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