ARLA/CLUSTER: Propagação

[Miguel Andrade]

Olá a todos de novo,

Tenho muitas histórias para vos contar sobre as falsas ausências de
propagação e quase todas elas na faixa dos 10 metros.
Alguns destes testemunhos davam bons episódios da série " A Quinta Dimensão
( Twilight Zone ) do Radioamadorismo "
A última confirmação de que « nem sempre o que parece é » aconteceu-me há 3
dias atrás.
Estava eu a configurar o meu programa de PSK-31 quando, vai-se lá saber
porquê, resolvi abdicar da carga fictícia e emitir numa faixa " sem
propagação ".
Dado o sossego que se verificava acima dos 18 MHz resolvi por precaução
sintonizar-me na rede internacional de balizas na faixa dos 10 metros, « não
fosse o diabo tecê-las ».
Ao fim de dois ciclos em absoluto silêncio e após umas quantas " idas e
vindas ", banda acima, banda abaixo, lá estacionei na frequência regular da
actividade em PSK-31.
Um telefonema entretanto ocorrido impediu-me no entretanto de começar logo a
chamada geral e obrigou-me a quase meia hora de permanência em " escuta ".
Durante todo esse tempo nem sinal de actividade.
Os 10 metros estavam mesmo " fechados " ( pensava eu de que ).
Era então a altura certa de lançar um CQ utilizando apenas 5W de potência, o
suficiente para afinar e sincronizar todos os componentes da estação e
monitorizar a emissão.
Qual não foi o meu espanto quando fui apanhado por uma " aranha " na Polónia
( localidade de Bielsko-Biala ).
Entenda-se aqui o termo « aranha » como a alcunha dada àqueles colegas,
muito experientes, que ficam horas em silêncio à espera do próximo
indicativo da sua lista de " most wanted " ( os mais ambicionados ).
599 reais para cada lado e um contacto inesperado feito sem antena
apropriada ( ou eficaz ) para a frequência em causa, sem QSB nem perdas de
sinal.
Após terminar o QSO lá estava logo de seguida um F4 a chamar por mim e a
banda mudou completamente de feição com o aparecimento de mais estações
europeias.
Onde é que tinham estado todos escondidos na última meia hora ?
Moral da história...
Não me gozem mais quando me escutarem em infindáveis chamadas numa faixa
aparentemente sem propagação, senão levam com uma boa dezena de outros bons
exemplos.
Para quem não percebeu bem a utilidade deste tópico aqui vão duas dicas :

1) Não se limitem a passar numa faixa " sem propagação " sem chamarem, ( a
não ser que seja mesmo muito evidente a ausência de condições ).
Escutar 75% do tempo e emitir 25% fazem um bom radioamador. Mas desse tempo
de emissão passem também uma boa parte a chamar onde as condições
aparentemente não prometem contactos via rádio e serão melhores operadores
ainda.

2) Se quiserem fazer testes de emissão usem sempre a carga fictícia.
Mesmo quando estamos convencidos que não vamos incomodar ninguém com os
nossos sinais de teste numa banda " livre de propagação ", os nossos
assobios e ruídos de prova podem estar na realidade a chegar mesmo muito
longe.



P.S. A faixa dos 70 centímetros em UHF está « às moscas »... e não precisa
de propagação, precisa é urgentemente de actividade.

73's de Miguel Andrade ( CT1ETL )
IM58js - 38º44'57" N/009º11'26" W
CQ Zone 14 ********** ITU Zone 37
endereço em/adress in www.qrz.com
    

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