RE: ARLA/CLUSTER: Polarização de antenas - noções

João Gonçalves Costa joao.a.costa ctt.pt
Quinta-Feira, 12 de Abril de 2007 - 12:10:26 WEST


Pois, eu nem vou contestar, porque teria de fazer um "testamento" idêntico a este, e acredito que poucos o leriam até ao fim.

Por experiência própria e por factos cientificamente comprovados á décadas a polarização horizontal é recomendada em 90% para todos os contactos via tropo realizados a mais de 300 Km, se não existissem outras razões, temos o ruído parasitário que se apresenta maioritariamente em polarização vertical. Alias, as experiências a decorrer em 144.525 MHz penso que já o demonstraram.

Remeto para uma leitura atenta do excelente artigo "Weak Signals" do José Carlos M da Silva / N4IS-PY2DP que alem de um estudioso amador do tema tem um curriculum profissional reconhecido na área. Recordando somente um breve trecho"....Portanto, a antena transmissora e a antena receptora devem estar no mesmo plano. Tudo o que falamos sobre antena e ERS são validos para as duas polarizações. O que muda é o ruído local, O "Karma" de quem mora na cidade é que 99% do ruído local é de polarização VERTICAL. " 

Outra coisa tem haver com os lóbulos de radiação das antenas direccionais, e de como as maiores são afectadas por se colocar um corpo metálico (mastro) ao meio do boom, na sua área de captura, quando estas são montadas na vertical.

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Sent: quarta-feira, 11 de Abril de 2007 20:59
To: Cluster
Subject: ARLA/CLUSTER: Polarização de antenas - noções


POLARIZAÇÃO DE ANTENAS EM CONCURSOS
(a polémica vai começar)


Nota: - Todos URL's referenciados entre parêntesis, são de consulta na 
Internet.


CONCEITOS E TESTE

Quem é PY2BBL Alberto João Laimgruber, comprovadamente, por meio de 
publicações nacionais e internacionais, tem larga experiência técnica e 
conhecimento sobre propagação e organização de concursos de VHF.
Foi autor de artigos que versam sobre estes temas e que tiveram 
repercussão internacional. É chamado pelos organizadores do CB144 de 
"Pai do VHF DX Brasileiro", respeitando o trabalho de outros poucos 
radioamadores como PY2ACM o "Pai da operação via satélite no Brasil" 
(http://www.gbvudx.org/uploads/historia_vhfdx/py2acm1.jpg) e PY2BJO o 
"Pai da reflexão lunar no Brasil e DOVE 
(http://www.gbvudx.org/uploads/historia_vhfdx/eme_py2_pag1.jpg). Sobre 
polarização de antenas, vertical e horizontal, PY2BBL afirmou em 
12/7/2004: «...Após dezenas de anos em testes, estudos, experiências, 
artigos em revistas, várias e insistentes tentativas de padronização, 
chego a uma conclusão sobre polarização de antenas: "Use aquela que lhe 
proporcionará o maior número de contactos, seja ela qual for, pois 
dependendo do caso, uma não é melhor que a outra". Tenha a certeza que o 
sucesso da escolha da polarização empregada num concurso baseia-se muito 
mais no universo que nos cerca que na eficiência. Esta afirmação é fácil 
de se comprovar efectuando o seguinte teste: Obs - Lembre-se que testar 
eficiência de polarização ou antenas, empregando duas instalações que 
usam antenas idênticas, (muito pior se diferentes), mas que não estão 
montadas no mesmo exacto local e altura, mesmo que por poucos 
centímetros de diferença, não testa nada além do desempenho de cada 
instalação, nunca da antena ou polarização. A única variável deve ser o 
item que está em teste.
1) Monte duas estruturas descritas (a única que possibilita testar 
antenas e polarização), usando uma direccional, uma K1FO 12 do PY2NI por 
exemplo:
a) No centro de equilíbrio da antena, uma mesa de fixação entre o boom e 
o mastro, que tenha a possibilidade da antena girar rapidamente no 
próprio eixo. Desta forma teremos as duas polarizações COM A MESMA ANTENA.
b) O cabo coaxial saindo por trás da antena para não interferir nos 
elementos e no seu funcionamento .
c) Mastro de 3 metros de altura no mínimo, de madeira para não 
interferir nos elementos e no funcionamento da antena.
2) Duas estações distantes 500 km ou mais uma da outra, com o mesmo 
sistema acima, portanto já muito abaixo do horizonte e utilizando 
propagação via troposfera. Os locais de teste devem ter horizonte livre 
e sem obstáculos que possam causar algum tipo de reflexão. (Troposfera e 
ionosfera serão comentadas a seguir).
3) Mudem a polarização, somente a polarização e nada mais ao mesmo 
tempo. Notem o S meter que deve ser de ponteiro pois tem maior 
resolução. Surpresa? Para mim não. Não houve diferença do S meter ou se 
houve, dependendo do momento o desempenho se altera. Agora coloque uma 
estação usando polarização horizontal e outra usando polarização 
vertical. O resultado será uma atenuação de 20 Dbs (100 vezes) ou mais 
causando na maioria dos casos a perda do sinal.

UM POUCO DE HISTÓRIA

Quem primeiro documentou publicamente o teste acima em um DX em 144 Mhz 
no Brasil?, PY2BBL, PY2CUF e PY2HCD em Itatiaia RJ em Janeiro de 1976 
(http://www.gbvudx.org/uploads/historia_vhfdx/italta_2_metros_pag01.jpg).
Este foi só o primeiro das "dezenas de anos em testes, estudos, 
experiências" como falou PY2BBL. Tive o prazer de participar destas 
"dezenas de anos em testes, estudos, experiências, artigos em revistas, 
várias e insistentes tentativas de padronização". Em certa época, 
influenciado pela minha leitura em revistas estrangeiras, leitura esta 
mais dedicada às secções de VHF-DX e dando menor importância aos 
fundamentos que sempre estiveram nos livros, também insisti, usei e 
apostei na polarização horizontal esperando algum "milagre" que não 
aconteceu. Aprendi com o erro que teve como consequência uma quebra na 
actividade. Na época, como hoje, tínhamos poucos radioamadores activos 
no VHF-DX, mas com um problema que actualmente não existe: "falávamos 
dois idiomas completamente diferentes sem nos entendermos" ou usávamos 
polarizações de antenas diferentes. Estação A com uma excelente 
direccional não escutava estação B, também com uma excelente 
direccional, pois trabalhavam em polarizações diferentes. Na verdade 
deveriam facilmente manter um QSO. Tentando amenizar o problema, tivemos 
então a febre da polarização cruzada e da polarização circular, 
resultando em um perfeito desastre. Ninguém mais se entendia. Agora 
tínhamos 4 polarizações, antenas grandes que rendiam o mesmo que uma 
simples direccional bem feita com a metade do seu tamanho e peso. Com a 
chegada dos concursos EP de VHF na década de 80 
(http://www.gbvudx.org/uploads/ep/1982/ep1982.jpg) todos finalmente 
compreenderam que manter um padrão que atingisse a maioria das estações 
proporcionando a possibilidade de maior número de contactos era 
fundamental, pois a actividade não era assim tão grande. Todas as 
antenas foram colocadas numa única polarização, vertical, a mais 
empregada. O VHF-DX no Brasil estava pronto para experimentar o que 
nunca tinha experimentado antes, agora com boas antenas direccionais no 
mesmo plano de polarização. Os contactos de 1000 km começaram a 
aparecer. Rio de Janeiro com Santa Catarina até mesmo Rio Grande do Sul 
eram "café com leite", 1473 KM entre Araruama RJ PY1RW e Pedro Osório RS 
PY3WKK/PY3 em 1983 por exemplo. Contactos absolutamente corriqueiros. 
Estações com 4 antenas em fase no RJ (estado muito activo na época) "iam 
buscar" até mesmo os 1/4 de onda em SC e eram os detentores das maiores 
distancias no Brasil via troposfera, ainda hoje. Todos estes fatos estão 
documentados nas páginas da revista Antena Electrónica Popular. São 
verdadeiros. Sim, depois de uma "Torre de Babel" tivemos muito sucesso. 
Desta forma, por ter passado por estas fases e experiências no VHF-DX 
Brasileiro sinto-me na obrigação de alertar os que nele estão 
ingressando evitando erros e desencontros que podem colocar em risco a 
actividade como aconteceu no passado. Preocupo-me, pois afinal tive e 
poucos outros tiveram, uma boa parcela de trabalho para atingir o actual 
nível de actividade, que convenhamos não é muito alto.

AS REGRAS

A escolha da polarização empregada num concurso é única e exclusivamente 
sua ou da sua equipa. Se ainda tem dúvidas sobre qual a polarização a 
usar num concurso de VHF o raciocínio é simples. Antes de continuar 
precisa de conhecer estas regas:
Regra 1: CURVATURA DA ONDA DE RÁDIO.
Como a luz, uma onda de rádio, perder-se-ia no espaço, fora do nosso 
planeta, se não houvesse um fenómeno que provocasse a sua curvatura para 
baixo em direcção a terra, pois como sabemos o nosso planeta é uma quase 
esfera. Isto acontece em qualquer frequência, porém por motivos 
diferentes dependendo da frequência utilizada.
Regra 2: AS CAMADAS RESPONSÁVEIS PELA CURVATURA.
A troposfera é uma camada na atmosfera situada entre o solo e 10 km de 
altura aproximadamente.
A ionosfera também é uma camada da atmosfera, mais alta e situada entre 
60 a 400 Kms de altura aproximadamente. É composta por 4 sub camadas, a 
D mais baixa, E, F1 e F2 a mais alta. F1 e F2 à noite combinam-se numa 
única camada. Normalmente empregamos as camadas E e F nos nossos 
comunicados. Em VHF são duas as camadas que curvam ondas de radio em 
direcção a terra: A TROPOSFERICA e IONOSFERICA
Regra 3: REGRA IONOSFERA (a mais complicada)
A curvatura provocada pela ionosfera no sinal de rádio frequência 
depende do comprimento de onda. Quanto mais longa é a onda, maior é a 
curvatura da trajectória para um grau determinado de ionização. Por 
propagação via ionosfera, não é essencial para ambas as estações estejam 
a usar a mesma polarização de antenas. Isto é porque a onda irradiada 
será consideravelmente curvada em cambalhotas durante a viagem pela 
ionosfera. No fim deste distante caminho de comunicações a onda pode 
estar horizontal, vertical ou em algum lugar entre a determinado 
momento. Excepto para distancias de poucos km, a quase totalidade das 
comunicações entre radioamadores, em frequências abaixo de 30 MHz , e em 
alguns casos acima desta, faz-se com ondas via ionosfera. Ao deixar a 
antena emissora, este tipo de onda viaja para cima da superfície da 
terra num ângulo que perder-se-ia no espaço, se não fosse curvado 
suficientemente para devolve-lo à Terra. Um dos meios que provoca tal 
curvatura é a ionosfera, região situada na atmosfera superior, acima de 
uma altura ao redor de 100 KM em que existem eléctrons livres em 
quantidade suficiente para oferecer apreciável efeito sobre a velocidade 
a que viajam as ondas. Supõe-se que a ionização na atmosfera superior é 
causada por radiações ultravioletas do Sol. Alguns tipos de propagação 
via ionosfera estão ligados à actividade solar (manchas) e outras não. A 
ionosfera não está formada por uma só capa, mas por uma série de capas 
de distintas densidades de ionização situadas em distintas alturas. Cada 
capa consta de uma região central de ionização relativamente densa que 
vai fazendo-se cada vez menor na intensidade tanto acima como abaixo 
dela. Quanto maior a ionização numa determinada capa, maior é a 
curvatura da trajectória da onda. A curvatura, ou refracção (também 
chamada de reflexão), depende do comprimento de onda. Quanto mais longa 
é a onda, maior é a curvatura da trajectória para um grau determinado de 
ionização. Portanto, as ondas de frequências mais baixas são mais 
facilmente curvadas que as de frequências mais elevadas. "The Radio 
Amateurs Handbook - ARRL Simplificando o texto acima anote e NUNCA SE 
ESQUEÇA desta importante regra , VÁLIDA EM QUALQUER CONTACTO QUE USE 
PROPAGAÇÃO VIA IONOSFERA: A curvatura provocada pela ionosfera no sinal 
de rádio frequência depende do comprimento de onda. Quanto mais longa é 
a onda, maior é a curvatura da trajectória para um grau determinado de 
ionização. Por propagação via ionosfera, não é essencial para ambas as 
estações usarem a mesma polarização de antenas. Isto é porque a onda 
irradiada será consideravelmente curvada em cambalhotas durante a viagem 
pela ionosfera. No fim deste distante caminho de comunicações a onda 
pode estar horizontal, vertical ou em algum lugar entre, a determinado 
momento. Portanto, quanto mais baixa a banda utilizada, mais provável é 
a curvatura do sinal pela ionosfera em direcção à Terra. Não havendo a 
possibilidade de curvatura o sinal perde-se no espaço. Um sinal de 430 
MHz para ser curvado pela ionosfera precisa de índices elevadíssimos de 
ionização. Por este motivo, raramente se emprega propagação via 
ionosfera nesta banda. O comportamento da curvatura do sinal em relação 
à frequência na ionosfera é comprovado na banda de 6 metros, a que tem o 
maior comprimento de onda das bandas de VHF, e a que mais facilmente 
proporciona contactos em TODOS os modos de propagação que usa a ionosfera:
Reflexão na camada F2 , Difusão por Meteoros , E Esporádica, 
Transequatorial, Difusão Ionosférica, Reflexão em Aurora Boreal, FAI
Este comportamento explica porque nas comunicações com sondas espaciais 
e satélites de órbita alta se aplicam frequências elevadas. Obviamente, 
além do ganho das antenas, se fosse empregue os 28 MHz por exemplo, 
muito provavelmente em alguma situação o sinal seria reflectido pela 
ionosfera, não chegando ao seu destino. O comportamento da polarização 
(cambalhotas) em propagação via ionosfera é comprovado nas bandas altas 
de HF, 10 metros por exemplo onde 5/8 de onda em polarização vertical, 
falam perfeitamente com Yagis na polarização horizontal ou; Via 
propagação transequatorial em 144 MHz onde no Paraná, (agora também no 
sul de São Paulo), e abaixo, Yagis na polarização horizontal escutam 
perfeitamente repetidores no Caribe na polarização vertical ou; Via 
satélites pelo uso de polarização cruzada, pois para se manter um sinal 
livre de QSB é imperativo o seu uso ou; Em reflexão lunar onde grandes 
estações estão mudando o conceito de um único banco de antenas na 
horizontal para dois, chaveados, um em cada polarização, evitando a 
atenuação de 20 dBs pelo giro de polarização causado pela ionosfera, a 
Rotação de Faraday, que em 144 MHz tem um ciclo aproximado de 1 hora ou; 
Refracção por meteoro onde, militarmente, se usava polarização cruzada, 
sim perdendo a metade da intensidade do sinal, mas aumentando a duração 
dos pings ou bursts. Note falamos de ionosfera. Qualquer sinal que por 
ela passe, ou seja reflectido não mantém exclusivamente a polarização 
inicial seja em que frequência for. Regra 4, Regra troposfera. Todas as 
comunicações de rádio envolvem propagação pela troposfera para pelo 
menos em parte do caminho do sinal. Ondas de rádio que viajam pela mais 
baixa parte da atmosfera estão sujeitas à refracção, dispersão ou outro 
fenómeno, muitos parecidos com os efeitos gerados pela ionosfera. 
Efeitos troposféricos são raramente significantes abaixo de 30 MHz mas 
são muito importantes acima dos 50 MHz. Muito do trabalho em longa 
distancia em nas bandas de VHF, UHF e Micro Ondas dependem de alguma 
forma de propagação troposférica. Em um copo de água, com um lápis 
imerso em ângulo, a imagem obtida é de um lápis "dobrado" resultante da 
sua refracção, obtida em meios de densidades diferentes, ar e água. Da 
mesma forma, ondas de rádio que viajam pela troposfera, em função da 
refracção em ambientes de diferente densidade, sofrem uma curvatura que 
as coloca novamente em direcção à Terra, evitando que se percam no 
espaço, fora do nosso planeta. Neste fenómeno, não há alteração na 
polarização do sinal irradiado. Explicações muito mais detalhadas podem 
ser encontradas no artigo DX por Troporefracção, de Alberto João 
Laimgruber, PY2BBL (http://www.gbvudx.org/troporefracao.asp). Ao 
contrário da ionosfera, quanto mais baixa a frequência da banda 
utilizada, menos provável é a curvatura do sinal em direcção a terra. 
Não havendo a possibilidade de curvatura o sinal perde-se no espaço. Um 
sinal de 50 MHz para ser curvado pela troposfera precisa de índices 
elevadíssimos de refracção. Por este motivo, raramente se emprega 
propagação via troposfera nesta banda. Ao contrario, em 430 MHz o 
fenómeno é muito mais fácil de se ocorrer, mais ainda que em 144 MHz. 
Este tipo de propagação é o mais conhecido entre os operadores de VHF e 
UHF. Dificilmente algum radioamador activo em VHF ou UHF deixou de notar 
alguma abertura de propagação via troposfera onde se mantém facilmente 
QSOs com estações distantes 500 KMs ou mais. Não havendo alteração na 
polarização do sinal irradiado, teremos o mesmo comportamento de um QSO 
em linha de visão, quando as estações trabalham com polarizações 
diferentes, uma vertical e outra horizontal : Atenuação de, no mínimo, 
20 Dbs ou 100 vezes. Um transmissor de 100 watts renderá o mesmo que um 
transmissor de 1 watt. Resumindo: A curvatura provocada pela troposfera 
no sinal de rádio frequência depende do comprimento de onda. Quanto mais 
curta é a onda, maior é a curvatura da trajectória para um grau 
determinado de refracção.
Por propagação via troposfera é essencial para ambas as estações usarem 
a mesma polarização de antenas. Isto é porque a onda irradiada não 
sofrerá alterações de polarização durante a viagem. No fim deste 
distante caminho de comunicações à onda estará no mesmo plano em que 
iniciou o trajecto, vertical ou horizontal, portanto diferentes 
polarizações causam atenuação de no mínimo 20 DBs ou 100 vezes.

A ESCOLHA AFINAL

Agora que conhece as 4 regras básicas, está em condições de associa-las 
para obter o melhor desempenho da sua estação num concurso. Caso 
pretenda participar num concurso de VHF ou UHF, deve levar em conta o 
tipo de propagação que será empregue e o parque de antenas já instalado 
(polarização) entre os participantes. A realidade em 50 MHz é diferente 
da realidade dos 144MHz, que é diferente da realidade dos 430 MHz, que é 
diferente da realidade dos 1200 Mhz. Se não tiver isto em mente o seu 
trabalho será pouco produtivo. Por exemplo, quem participa do CB144 deve 
perguntar: Qual é o tipo de propagação comumente empregue no CB144?
Pela data, troposfera. Qual é a polarização mais empregue no momento em 
144 MHz no Brasil e América Latina?
Polarização Vertical. O que acontece se trabalho com polarização 
diferente da maioria, no tipo de propagação comumente empregue no CB144?
Tenho meu sinal atenuado em 100 vezes e consequentemente vou perder 
contactos com esta maioria. E se acontecer algum tipo de propagação via 
ionosfera? Muito difícil de acontecer pela data do CB144, alias nunca 
aconteceu em concurso algum no Brasil realizado no inverno à mais de 20 
anos. Mas se acontecer vai poder escutar alguma coisa via ionosfera, o 
sinal pode apresentar-se em diferentes polarizações.
Via troposfera, horizontal é melhor que vertical? O autor, seu pai 
PY2BBL, e outros veteranos do VHF-DX no Brasil 
(http://www.gbvudx.org/historiadovhfartigos.asp) realizaram testes de 
troca de polarização a longa distancia, 700 ou mais km. A troca, (as 
duas estações obviamente), nunca resultou em escutar ou deixar de 
escutar uma estação, mesmo estando no nível do ruído. Porém alguns 
radioamadores afirmam que a polarização horizontal é superior alegando 
diferença aproximada de 1dB. Sobre esta diferença questiono: Quem 
garante que esta pequena diferença (menos de 1/4 de unidade S) num QSO 
de 700 km não é resultado de QSB? Vela a pena ganhar 1 dB (menos de 1/4 
de unidade S) entre menos de 1% dos participantes do CB144 e perder 20 
dBs entre os 99% restantes? Assumindo como verdadeira a afirmação de 
melhor rendimento, teríamos que ter duas antenas, uma na vertical e 
outra na horizontal. Não é mais interessante todos usarem estas duas 
antenas em fase ganhando 3 dBs não 1, irradiando o dobro do sinal? A 
polarização horizontal capta menos ruído? Definitivamente não. Isto 
depende da componente irradiada da fonte geradora do ruído. Se a 
componente irradiada for horizontal, a polarização horizontal irá captar 
mais. Se for vertical a polarização vertical ira captar mais. Cada caso 
é um caso e não há como fazer esta afirmação. Uma semana antes do CB144 
2006, PY2PPZ e PY2HCD saíram em busca de ruídos eléctricos nas linhas de 
13800 volts próximas das suas estações. Este tipo de ruído é o mais 
comum nos nossos receptores. Uma antena direccional de 4 elementos, um 
transceptor de SSB e uma bateria, montados numa Pick-Up, com a antena 
apontada para a linha de alta tensão. Detectamos 4 postes que 
apresentavam fugas (centelhamento) nos isoladores ou para raios. Em 
todos os 4 postes, frente a eles, o ruído em polarização vertical era 0 
e em polarização horizontal S9+10. Fácil de se explicar. A componente 
horizontal irradiada é maior devido à disposição dos cabos que correm 
horizontalmente sobre o poste. Neste caso, repito, neste caso. Não há 
100 % de verdade na afirmação sobre qual polarização capta mais ou menos 
ruído. Cada caso é um caso e depende da componente irradiada pela fonte 
interferente. Posso irradiar nas duas polarizações ao mesmo tempo? Sim 
pode, mas vai perder metade do sinal irradiado, pois a potência ira 
dividir-se nas duas antenas o seu transmissor de 100 watts renderá o 
equivalente a um transmissor de 50 watts. É melhor colocar as duas em 
fase e irradiar o dobro do sinal. No final, por simples arranjo de 
antenas, pode ter 50 watts ou 200 watts. A escolha é obvia. Respondidas 
estas questões, fica a critério de cada um a escolha da polarização a 
ser empregue.

A MINHA CONCLUSÃO

Para o autor, se o competidor do CB144 optar pelas duas polarizações é 
óbvio que a melhor antena deve estar na polarização vertical. Ou mais 
obvio ainda, colocar as duas antenas em fase na polarização vertical 
irradiando o dobro do sinal. Hoje porque daqui a 10 anos a realidade 
pode ser outra. Desta forma, no CB144 e CB430 a Organização aconselha o 
uso de polarização vertical. No CB50 e CB1200 a organização aconselha o 
uso de polarização horizontal. Não tendo preferência por nenhuma delas, 
tenta apenas manter um padrão dentro dos concursos, levando em conta o 
parque de antenas já instalado, proporcionando o maior número de 
contactos possíveis uma vez que não há risco de diferença de 
polarização, o que acaba resultando em sucesso do evento e mais 
interesse dos participantes pelo VHF-DX. A recomendação para uso de 
determinada polarização num concurso não seria feita se de alguma forma 
comprometesse a eficiência das estações. Resumindo, muita gente já notou 
que o uso exclusivo de determinada polarização é ligado única e 
exclusivamente a um padrão ou talvez às limitações mecânicas da 
instalação e não propriamente na eficiência. Se determinada polarização 
fosse melhor que outra, a ponto de um sinal aparecer ou sumir, nenhuma 
empresa de telecomunicações empregaria a pior delas, e como sabemos 
empregam as duas. Convenhamos: Esperar que um novo mundo, até então 
oculto, se abra diante do seu equipamento, simplesmente girando 90 graus 
a sua direccional no próprio eixo (trocar de polarização) é esperar 
muito. Puro "folclore radioamadorístico". O caminho para isto ocorrer é 
mais ganho em antena, mais potência, pré-amplificadores de baixo ruído, 
linhas de transmissão com baixa perda e modos de banda estreita. A soma 
de todos estes itens vai resultar no tão sonhado novo mundo, sem dividir 
a pequena actividade brasileira no VHF-DX MHz, por perda de padronização 
de uma polarização já largamente empregue, infelizmente ou não. 
Portanto, hoje, não poderia afirmar que a polarização vertical é melhor 
que a polarização horizontal. Nem o contrário. Afirmo que o desempenho 
se altera e que diferentes padrões de polarização num concurso ou fora 
dele causam uma atenuação inadmissível para quem vai fazer DX. 
Diferentes padrões de polarização num concurso são prejudiciais ao 
desenvolvimento e sedimentação desta actividade. Em 144 e 430 mHz uso 
polarização vertical por ser esta a polarização mais empregue no Brasil 
e por ter pleno conhecimento que não há diferenças entre elas. Pretendo 
ter o maior número de estações trabalhadas e não posso me dar ao luxo de 
perder 20 dBs (100 X) no sinal recebido ou transmitido por diferença de 
polarização. Exclusivamente por este motivo. Não possuímos emissões 
piloto, portanto uso as estações repetidoras que trabalham com 
polarização vertical no monitoramento das condições de propagação. Não 
uso dupla polarização pois prefiro colocar as duas antenas em fase 
irradiando o dobro do sinal. Também não uso dupla polarização pois 
estaria cometendo, (pior induzindo outros a cometerem), o mesmo erro que 
cometemos no passado: não o uso de determinada polarização, mas causar 
uma divisão virtual entre os operadores dos 144 MHz no Brasil sem termos 
actividade suficiente para tal, a chamada "massa crítica". Em 50 MHz uso 
polarização horizontal, pois não há argumento algum que justifique outro 
tipo de polarização para quem quer fazer contactos sem uso de 
repetidores activos. Em 1200 MHz cabe a nós criarmos o padrão, pois é 
uma faixa que tem a sua actividade praticamente inexistente. Não tenha 
dúvida. Use as recomendações feitas pela organização sobre polarização 
de antenas nos CB50, CB144, CB430 e CB1200. Todos têm a ganhar mantendo 
um padrão determinado durante o concurso. O que menos precisamos no 
momento é a dúvida sobre qual polarização determinada estação, que chega 
no nível do ruído, está a usar. Num concurso, você escuta uma estação 
fraca, não consegue identifica-la e não tem muito tempo sequer para 
apontar a antena pois não sabe de onde vem o sinal. A polarização 
empregue deve ser uma certeza nunca uma dúvida.

-------------------------------------------------------------"---------------------------------------------------------------
Texto de: Por Carlos Alberto Laimgruber -- PY2HCD, corrigido para 
Português de Portugal por Jorge Santos


Bibliografia: -VHF Radio Propagation -- J.D.Stewart WA4MVI -RSGB VHF UHF 
Manual -- D.S.Evans G3RPE e G.R.Jessop G6JP -ARRL Handbook -ARRL Antenna 
Handbook -DX por Tropo refração -- Alberto J.Laimgruber -- PY2BBL 
http://www.gbvudx.org/troporefracao.asp -Arquivos do Diploma DXDM -- 
PY2BBL : http://www.gbvudx.org/uploads/historia_vhfdx/dxdm4.jpg 
Respostas dos titulares ao questionário elaborado pelo organizador do 
diploma sobre as condições dos contatos, comportamento dos sinais e 
experiências realizadas durante os QSOs. Cópias dos QSLs válidos. 
Correspondências entre o organizador e titulares do diploma. 73 ES DX DE 
PY2HCD -- GG66CT Carlos Alberto Laimgruber Organizador do Concurso 
Brasileiro de 144 MHz (em conjunto com PY2PPZ).



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